terça-feira, 31 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 31/03 - Um de vós me entregará... - Jo 13, 21-33.36-38



Depois de dizer isso, Jesus ficou interiormente perturbado e testemunhou: “Em verdade, em verdade, vos digo: um de vós me entregará”. Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem estava falando. Bem ao lado de Jesus estava reclinado um dos seus discípulos, aquele que Jesus mais amava. Simão Pedro acenou para que perguntasse de quem ele estava falando. O discípulo, então, recostando-se sobre o peito de Jesus, perguntou: “Senhor, quem é?”. Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der um bocado passado no molho”. Então, Jesus molhou um bocado e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. Depois do bocado, Satanás entrou em Judas. Jesus, então, lhe disse: "O que tens a fazer, faze logo". Mas nenhum dos presentes entendeu por que ele falou isso. Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus estava dizendo: "Compra o que precisamos para a festa", ou que desse alguma coisa para os pobres. Então, depois de receber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite. Depois que Judas saiu, Jesus disse: "Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. Filhinhos, por pouco tempo eu ainda estou convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: 'Para onde eu vou, vós não podeis ir'. Simão Pedro perguntou: "Senhor, para onde vais?" Jesus respondeu-lhe: "Para onde eu vou, não podes seguir-me agora; mais tarde me seguirás". Pedro disse: "Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu darei minha vida por ti!" Jesus respondeu: "Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: não cantará o galo antes que me tenhas negado três vezes.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Iniciamos nossa Leitura orante recordando as palavras do Papa Francisco na homilia do Domingo de Ramos: "Deus humilha-Se para caminhar com o seu povo, para suportar as suas infidelidades. (...) Nesta Semana, a Semana Santa, que nos leva à Páscoa, caminharemos por esta estrada da humilhação de Jesus. E só assim será 'santa' também para nós!"
Peçamos que o Espírito Santo nos ilumine para compreendermos este caminho da humilhação vivido pelo Senhor: Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

É o momento de compreendermos o texto. O que ele diz? Leia silenciosamente o texto do Evangelho. Em seguida, leia novamente em voz alta e pausadamente e procure repetir as palavras que chamaram a sua atenção. Quais personagens aparecem no texto? Onde eles se encontram? O que acontece durante a ceia? Como os discípulos reagem? Como compreendo as palavras de Jesus: "...um de vós me entregará" e "por pouco tempo ainda estou convosco"?
Observamos na narrativa que Jesus conhecia os seus discípulos. Ele tinha presente a fragilidade humana. Sabia que um dos seus o trairá e o outro o negará. Estamos no contexto da ceia de Jesus com seus discípulos. A mesa é sempre lugar da comunhão, da fraternidade e da intimidade.
Jesus entrega um bocado passado no molho para Judas e diz: "O que tens a fazer, faze logo". Judas se retira. É noite. A noite é símbolo das trevas. A saída de Judas recorda a hora das trevas, enquanto que para Jesus, esta é a hora da glória pois "agora foi glorificado o Filho do Homem e Deus foi glorificado nele".
Jesus também afirma: "por pouco tempo ainda estou convosco" e "para onde eu vou vós não podeis ir". Aqui a referência é muito clara: Jesus está retornando para Aquele que o enviou.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto me fala? Que luz nos mostra Jesus com sua pessoa e sua mensagem? O que significa dar a vida por Jesus? Como entendo a traição e a negação presentes no seguimento de Jesus, conforme o relato do Evangelho? Que sentimentos o texto despertou em mim? Jesus também te questiona hoje: "darás a tua vida por mim"?


3- ORAÇÃO (VIDA)

Ofereça ao Senhor os frutos da sua oração, da sua meditação e contemplação da Palavra. Peça a graça de nesta Semana santa, viver com profundidade os mistérios da paixão e morte do Senhor e de renovar a sua fé. Apresente ainda ao Senhor as pessoas e realidades que você deseja estar em comunhão nesta oração.
Conclua rezando: Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade queremos aprender de vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus, renunciando a nós mesmos, para buscar em tudo, a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Como vou viver concretamente durante o dia os apelos que o Senhor me revelou?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
A dor da traição

Depois do anúncio da traição de um dos discípulos, Jesus fica profundamente comovido. Conhece muito bem aqueles que escolheu para permanecerem com ele. Grande sofrimento ver-se traído por alguém de dentro do círculo dos discípulos! A traição de Judas é obra de satanás. Não se deve entender, aqui, satanás como um ente pessoal, mas como uma realidade que existe sempre diante da pessoa humana, e que ela pode aceitar ou rejeitar. Toda traição é fruto do mal que, enigmaticamente, habita o coração do ser humano; pode ser movida pela frustração, pela ambição, pelo medo, por um desvio de caráter, entre outros motivos. Não é diferente para Simão Pedro, pois negação é traição; sua reação primária e intempestiva dizendo dar a sua vida por Jesus não se confirmará durante a paixão, pois ele negará Jesus por três vezes. Há para ele, como para todos os discípulos, um longo caminho a ser percorrido para o amadurecimento e a firmeza da fé, e para a adesão incondicional à pessoa de Jesus. Será preciso uma verdadeira “metanoia” para que, de fato, eles possam dar a sua vida por Jesus.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

segunda-feira, 30 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 30/03 - Jesus é acolhido na casa de Lázaro - Jo 12, 1-11


Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele tinha ressuscitado dos mortos. Lá, ofereceram-lhe um jantar. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. A casa inteira encheu-se do aroma do perfume. Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que entregaria Jesus, falou assim: “Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?” Falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas, porque era ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava. Jesus, porém, disse: "Deixa-a! que ela o guarde em vista do meu sepultamento. Os pobres, sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre tereis". Muitos judeus souberam que ele estava em Betânia e foram para lá, não só por causa dele, mas também porque queriam ver Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado dos mortos. Os sumos sacerdotes, então, decidiram matar também Lázaro, pois por causa dele muitos se afastavam dos judeus e começaram a crer em Jesus.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Nesta Semana Santa, "somos convidados a parar um pouco e pensar nos acontecimentos que marcaram a vida de Jesus antes de sua morte. Com as celebrações desta semana, queremos procurar o sentido da Paixão e Morte de Jesus em nossas vidas". (A Vida em Cristo e na Igreja, nº 56).
Pedimos: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e tudo será criado. E renovareis a face da terra. Oremos: Senhor, nosso Deus, que pela luz do Espírito Santo instruístes o coração dos vossos fiéis, fazei-nos dóceis ao mesmo Espírito, para apreciarmos o que é justo e nos alegrarmos sempre com a sua presença. Por Cristo nosso Senhor. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto bíblico? Leia-o e procure perceber o contexto do relato: lugares, pessoas, acontecimentos... Quais são as palavras ou gestos de Jesus? Qual é o tema que perpassa a narrativa?
O Evangelho que nos é proposto para a oração de hoje segue a redação do evangelista João. O texto se assemelha ao que refletimos ontem no início do evangelho segundo Marcos.
O contexto é de seis dias antes da Páscoa. Inicia-se a semana que será coroada pela morte de Jesus na véspera do sábado. Jesus se encontra em Betânia na casa de Lázaro, que ele tinha ressuscitado dos mortos. Betânia é chamado o lugar da vida, assim como é a casa de Lázaro, Marta e Maria. Na casa de Lázaro lhe é oferecido um jantar. Enquanto Marta serve a mesa, Lázaro está com Jesus e Maria toma um frasco de perfume preciso, unge os pés de Jesus e enxuga-os com os cabelos. A casa ficou cheia de perfume.
Judas Iscariotes que era um dos presentes, reclama do desperdício do perfume, que poderia ter sido vendido e o dinheiro dado aos pobres. Judas não está preocupado com os pobres. Ele retém para si o que era destinado aos pobres e procura opor a atenção que Maria dá a Jesus ao cuidado com os pobres. Na verdade, a atenção para com Jesus em nenhum momento nos afasta dos pobres. Eles são os preferidos de Jesus. Jesus diz: "Deixa-a, ela fez em vista do dia de minha sepultura", ou seja, uma preparação para a morte de Jesus.
O evangelista conclui dizendo que também Lázaro passou a ser ameaçado de morte, pois muitos abandonaram o grupo dos judeus e aderiram a Jesus depois da ressurreição de Lázaro. Não temos, porém, nenhuma relato sobre o que aconteceu com Lázaro.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto diz para mim, hoje? Como compreendo a acolhida de Jesus na casa de Lázaro, Marta e Maria neste momento de sua vida? O que diz para mim o gesto de Maria? Quais sentimentos o texto despertou em mim?
O gesto de Maria de ungir os pés de Jesus também é entendido como o amor que a comunidade é chamada a viver. A casa de Lázaro, Marta e Maria se transforma na comunidade que ama e serve, característica da comunidade cristã. Da mesma forma como Jesus foi recebido na casa de Lázaro, que nossa casa e nossa vida tenha sempre espaço para o Filho de Deus.
3- ORAÇÃO (VIDA)

A Paixão, o sofrimento e a morte de Jesus continuam presentes na humanidade. Através dos sofrimentos, os homens estão unidos a Jesus e em Jesus participam da salvação que ele veio nos trazer com a morte na cruz. Rezemos hoje, além das nossas orações pessoais, pelas pessoas que sofrem, pelos que carregam pesadas cruzes todos os dias, pelos que padecem, pelos que são condenados a viver sem dignidade, sem esperança, sem trabalho, sem amor...
Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho unigênito de Deus, vindo ao mundo para dar aos homens a vida em plenitude. Nós vos louvamos e agradecemos, porque morrestes na cruz para obter-nos a vida divina que nos comunicais no Batismo, e alimentais com a Eucaristia e os outros sacramentos. Vivei em nós, Jesus, pelo vosso Espírito, para que vos amemos com todo o nosso ser e amemos o próximo como a nós mesmos, no vosso amor. Fazei crescer em nós esse amor, para que um dia, ressuscitados, partilhemos convosco a alegria do reino dos céus. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Como desejo viver a Semana santa? Qual atitude me proponho a viver no dia de hoje?


BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
A unção de Jesus é uma antecipação de sua sepultura

A unção em Betânia é interpretada pelo próprio Jesus como antecipação simbólica de sua morte. Para Jesus, é a última semana de sua vida terrestre. Lázaro, Marta e Maria são amigos de Jesus; é na casa deles que Jesus para antes de entrar na sua paixão e morte, em Jerusalém. A refeição na casa dos amigos é sinal de comunhão, e a evocação do episódio de Lázaro indica que se trata, também, da alegria da vida recebida como dom. A unção, Jesus mesmo a interpreta como uma antecipação de sua sepultura. Morte e vida nova são uma prolepse do mistério pascal de Jesus Cristo. Judas é o personagem que entra na história como contraste de todo o acima dito. É tratado negativa e duramente pelo narrador como sendo traidor e ladrão. Mas há outro traço de Judas: ele é incapaz de reconhecer e acolher um gesto de pura gratuidade. Talvez isso o tenha feito traidor. Quem não ama verdadeiramente, não conhece a alegria da fidelidade e da lealdade. Quem não é capaz de gestos de gratuidade não é, igualmente, capaz de amar; quem não é capaz de verdadeiro amor, não busca senão o seu próprio interesse, abrindo, assim, a possibilidade de trair, inclusive, o Senhor da vida.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

sábado, 28 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 29/03 - Domingo de Ramos e da Paixão - Mc 14, 1 - 15, 47



Faltavam dois dias para a Páscoa e a festa dos Pães sem fermento. Os sumos sacerdotes e os escribas procuravam um modo de prender Jesus e matá-lo à traição, pois diziam: “Não na festa, para que não haja tumulto entre o povo”. Quando Jesus estava sentado à mesa, em Betânia, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher com um frasco de alabastro cheio de perfume de nardo puro, muito caro. Ela o quebrou e derramou o conteúdo na cabeça de Jesus. Alguns que lá estavam ficaram irritados e comentavam: “Para que este desperdício de perfume? Este perfume poderia ter sido vendido por trezentos denários para dar aos pobres.” E se puseram a censurá-la. Jesus, porém, lhes disse: “Deixai a em paz! Por que a incomodais? Ela praticou uma boa ação para comigo. Os pobres sempre tendes convosco e podeis fazer-lhes o bem quando quiserdes. Mas a mim não tereis sempre. Ela fez o que estava a seu alcance. Com antecedência, ela embalsamou o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo: onde for anunciado o Evangelho, no mundo inteiro, será mencionado também, em sua memória, o que ela fez”. Judas Iscariotes, um dos Doze, foi procurar os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus. Ouvindo isso, eles ficaram contentes e prometeram dar-lhe dinheiro. Judas, então, procurava uma oportunidade para entregá-lo. [...] Jesus enviou então dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: “Ide à cidade. Um homem carregando uma bilha de água virá ao vosso encontro. Segui-o e dizei ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre manda perguntar: Onde está a sala em que posso comer a ceia pascal com os meus discípulos?’ Ele, então, vos mostrará, no andar de cima, uma grande sala, arrumada. Lá fareis os preparativos para nós!” Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como ele tinha dito e prepararam a ceia pascal. Ao anoitecer, Jesus foi para lá com os Doze. [...]
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Com a liturgia deste Domingo de Ramos e da Paixão, iniciamos a semana que tem por centro o mistério pascal de Jesus Cristo. Recordamos a entrada de Cristo em Jerusalém para realizar a entrega de sua vida. Acolhendo e meditando a Palavra, nos dispomos a aceitar que o mistério pascal de Jesus também se realize em nossa vida.
Rezemos: Jesus Mestre, cremos com viva fé que estais aqui presente, para indicar-nos o caminho que leva ao pai. Iluminai nossa mente, movei nosso coração, para que esta meditação produza em nós frutos de vida. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Leia o texto completo na sua bíblia, Mc 14, 1 - 15, 47. Agora, narre o texto utilizando suas próprias palavras. Que personagens aparecem? Qual é a atitude de cada personagem? Quais são as palavras e gestos de Jesus que mais chamaram a sua atenção durante a leitura? Observe os diferentes momentos presentes na narrativa: casa em Betânia, ceia, Getsêmani, prisão...
O texto de hoje é bastante longo. Vamos nos deter em apenas alguns elementos pois durante a Semana Santa teremos a oportunidade de voltar a este relato.
Logo no início da narrativa, o gesto da mulher de ungir a cabeça de Jesus com perfume é entendido como uma preparação para sua sepultura. Jesus mesmo afirma: "Ela praticou uma boa ação para comigo. (...) Com antecedência, ela embalsamou o meu corpo para a sepultura". Alguns estudiosos também afirmam que o gesto da mulher significa uma ação profética, uma vez que o rei era ungido na cabeça.
"Judas Iscariotes, um dos Doze, foi procurar os sumo sacerdotes para lhes entregar Jesus". O verbo entregar aqui tem sentido de entregar para a morte.
Sobre a ceia, observamos que é Jesus quem toma a iniciativa e manda prepara a ceia para celebrar com seus discípulos no dia em que os judeus celebram os pães ázimos e comem o cordeiro pascal. Durante a refeição, Jesus faz o anúncio de que um dos seus vai traí-lo. Essas palavras despertaram o sentimento de tristeza nos discípulos. No terceiro momento da ceia, depois da benção do pão ázimo, Jesus o parte e oferece aos discípulos dizendo: "Tomai, isto é o meu corpo". Em seguida, Jesus toma o cálice, faz a oração e passa entre os discípulos dizendo: "Este é o meu sangue da nova Aliança, que é derramado por muitos".
Depois da ceia, Jesus vai com seus discípulos para o Monte das Oliveiras. Levando consigo João, Pedro e Tiago, ele se retira para orar. Observe que o evangelista destaca os sentimentos de Jesus: pavor, angustia e uma tristeza mortal. Observamos também esses sentimentos em sua oração: "Abba! Pai! tudo é possível para ti. Afasta de mim este cálice! Mas seja feito não o que eu quero, porém, o que tu queres".
Em seguida, é Judas quem novamente volta em cena, agora para consumar a entrega de Jesus para as autoridades. Judas se mostra amável ao saudar Jesus: "Rabi!". Ou em outras traduções: Mestre!. Porém, é um beijo carregado de intenções. Imediatamente as autoridades lançaram as mãos em Jesus e o prenderam.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

É o momento de relacionarmos a nossa reflexão com a vida. Qual é a mensagem do texto para mim hoje? Qual sentimento o texto despertou em mim? Que luz Jesus me revela com sua mensagem, seus gestos, suas atitudes? Como entendo o gesto da mulher que unge a cabeça de Jesus? Qual o significado para minha vida das palavras de Jesus: "Tomai, isto é o meu corpo!" e "Este é o meu sangue da nova Aliança, que é derramado por muitos."? Como entendo a negação de Pedro por três vezes? Também nego o meu Senhor? O que significa para mim, Jesus ter dado a vida para nos salvar?
3- ORAÇÃO (VIDA)

Faça sua oração. Agradeça pela riqueza da Palavra de Deus e pelos ensinamentos escondidos em cada palavra.
Conclua rezando: Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho unigênito de Deus, vindo ao mundo para dar aos homens a vida em plenitude. Nós vos louvamos e agradecemos, porque morrestes na cruz para obter-nos a vida divina que nos comunicais no Batismo, e alimentais com a Eucaristia e os outros sacramentos. Vivei em nós, Jesus, pelo vosso Espírito, para que vos amemos com todo o nosso ser e amemos o próximo como a nós mesmos, no vosso amor. Fazei crescer em nós esse amor, para que um dia, ressuscitados, partilhemos convosco a alegria do reino dos céus. Amém.


4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Qual é a aplicação da Palavra em minha vida? O que me proponho a viver? Como vou atingir este propósito?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

Com o Domingo de ramos e da paixão do Senhor tem início a semana santa. A primeira ideia a considerar é que Jesus é o servo obediente de Deus; obediência que o Senhor aprendeu pelo sofrimento. Toda a vida de Jesus é movida pela escuta de Deus, escuta que o sustentou ao longo de toda a sua vida; escuta que fez com que ele não esmorecesse diante da traição, do sofrimento e da morte. A segunda consideração nos vem do relato da paixão: Jesus é traído por um dos seus, que partilhou com ele a vida e a fé. Mas não foi somente um que o traiu, mas todos os seus discípulos também o fizeram, pois negar e abandonar é também trair. Não tiveram a coragem de permanecer com o Senhor que eles diziam amar. Pedro, porta-voz do grupo dos discípulos, havia dito que as palavras de Jesus continham a vida eterna que lhes fazia experimentar a força da vida de Deus (cf. Jo 6,67-68). Mas naquele momento de profundo sofrimento para Jesus, não conseguiram permanecer fiéis àquele que era a Palavra encarnada do Pai. Que dor pode ser maior que a traição e o abandono? A espada mais cortante do que a que feriu a orelha do servo do centurião é a traição, pois essa atinge a confiança, o coração. Uma terceira consideração é que Jesus é o inocente condenado injustamente à morte. A inveja, segundo Marcos, é o motivo da condenação e morte de Jesus. A inveja não é racional; como toda paixão que afeta o coração do ser humano, ela é irracional. Dominado pela
inveja, o ser humano age perversamente buscando eliminar quem quer que seja. Pilatos, diz o evangelho, sabia da inocência de Jesus e do motivo sórdido pelo qual ele foi entregue, mas por razões políticas a sua decisão foi conivente com a injustiça dos que acusaram e entregaram Jesus à morte. Na paixão, Jesus permanece praticamente calado. O silêncio do Senhor denuncia a maldade daqueles que o condenam à morte. O silêncio de Jesus revela também a sua compreensão de que no desfecho dramático da sua existência terrena se realiza o desígnio de Deus. O silêncio é sinal de sua entrega nas mãos do Pai. Jesus sofre, se angustia, mas nem uma coisa nem outra o faz desistir de realizar a vontade de Deus. Ao contrário, do alto da cruz, ele faz a sua entrega definitiva: “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito”. Do ponto de vista puramente humano, a paixão de Jesus é dolorosa e escandalosa, mas, do ponto de vista teológico, a paixão do Senhor é positiva, pois ela é a manifestação mais completa do imenso amor de Deus pela humanidade.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 28/03 - Muitos creram em Jesus - Jo 11, 45-56



Muitos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. Alguns, porém, foram contar aos fariseus o que Jesus tinha feito. Os sumos sacerdotes e os fariseus, então, reuniram o sinédrio e discutiam: “Que vamos fazer? Este homem faz muitos sinais. Se deixarmos que ele continue assim, todos vão acreditar nele; os romanos virão e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”. Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote naquele ano, disse: “Vós não entendeis nada! Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?”Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação; e não só pela nação, mas também para reunir dos filhos de Deus dispersos. A partir desse dia, decidiram matar Jesus. Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Ele foi para uma região perto do deserto, para uma cidade chamada Efraim. Lá permaneceu com os seus discípulos. A Páscoa dos judeus estava próxima. Muita gente da região tinha subido para Jerusalém para se purificar antes da Páscoa. Eles procuravam Jesus e, reunidos no templo, comentavam: "Que vos parece? Será que ele não vem para a festa?"
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Com a liturgia de hoje concluímos os quarenta dias da nossa caminhada quaresmal e amanhã, com o Domingo de Ramos e da paixão do Senhor iniciamos a Semana Santa. Peçamos que o Espírito Santo nos conduza em nossa oração e nos prepare para bem celebrarmos este tempo forte da nossa fé.
Rezemos: Vem, Espírito Santo! Faze-nos amar as Escrituras, para reconhecermos a voz viva de Jesus. Torna-nos humildes e simples, a fim de compreendermos os mistérios do Reino de Deus. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto bíblico? Leia-o atentamente. Procure compreendê-lo. Quem são os personagens? Qual é o motivo da discussão? Qual é a postura diante da pessoa de Jesus? Quais palavras chamaram mais a atenção durante a leitura?
O Evangelho de João conclui afirmando que "Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se todas elas fossem escritas uma por uma, creio que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seria preciso escrever" (Jo 21,25). E nós recordamos muito bem essas coisas, esses sinais realizados por Jesus: curas, milagres, perdão...
O texto que nos é proposto para a oração de hoje, vem logo após a narrativa da ressurreição de Lázaro. Mais um grande sinal realizado por Jesus e que diante dele, uns abraçam a fé e outros começam a tramar a sua morte. Não é a primeira vez que Jesus é ameaçado de morte, outras narrativas também atestam isso, porém aqui consta que "decidiram matar Jesus".
Diante da multidão cada vez maior que o seguia por causa de suas obras, Jesus passa a ser um homem perturbador. A multidão já o tinha considerado o Profeta que devia vir ao mundo e queria ainda fazer dele seu rei. A fama de Jesus estava preocupando as autoridades judaicas, pois temiam problemas com a ocupação militar romana, que combatia qualquer movimento popular: "Se deixarmos que ele continue assim, todos vão acreditar nele; os romanos virão e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação". Por isso, decidem matar Jesus. É Caifás quem sugere que Jesus deve morrer para o bem do povo. Com essas palavras e sem querer, Caifás acaba professando que Jesus é o Salvador.
Jesus então se retirou com seus discípulos para Efraim, região ao norte de Jerusalém.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto diz para mim, hoje? Qual é o rosto de Jesus que o texto me revela? Quais sentimentos o texto desperta em mim? O que o texto tem a dizer para as diversas realidades vividas pela humanidade, hoje? O que o texto está me pedindo?
Estamos já nos aproximando da Semana Santa e é próprio que a liturgia vá nos inserindo cada vez mais no mistério da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus. É o tempo propício para pensarmos a vivência da nossa fé no seguimento de Jesus Cristo. Tempo especial de pensarmos na nossa relação com Deus e com os irmãos e revermos as nossas opções em favor da vida, sobretudo em nossa sociedade tão marcada pela violência, morte, destruição da dignidade humana, fome, miséria... Quantas pessoas todos os dias são vítimas do "decidiram matar" porque são doentes, não produzem mais, não dão lucros, atrapalham e assim por diante?
Faça outras perguntas ao texto, leia, releia e permita alguns instantes de silêncio para que o Senhor fale ao seu coração.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Apresente ao Senhor a oração que a Palavra despertou em seu coração. Faça também espontaneamente, uma oração de pedido de perdão. Perdão pelos que promovem as guerras... Perdão pelos que ferem a vida...Perdão pela falta de amor.... e outras que você desejar incluir. Após cada pedido, reze: Senhor, tende misericórdia de nós!

Para concluir, ouça a canção Foi teu Jesus que me ensinou.

4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Em quais realidades você percebe a necessidade de uma pronta resposta aos apelos do Senhor? O que você pretende fazer para que isso aconteça?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
A morte de Jesus tem caráter universal

Nosso trecho do evangelho é a sequência do episódio de Lázaro, que é uma verdadeira catequese sobre a ressurreição. O comentário do evangelista sobre a reação de Caifás dá à morte de Jesus um caráter universal: “não somente pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos”. A posição de Caifás é eminentemente política e, implicitamente, contra o Império Romano. O processo que condenou Jesus à morte está envolto na mentira, na dissimulação e na falsidade, além da inveja. Nas vicissitudes da história humana, entre sombras e luzes, na luta entre o bem e o mal que disputam o coração do homem, Deus revela seu desígnio e leva a termo o seu plano salvífico. A decisão do Sinédrio, ao que tudo indica, era pública. Por isso, uma vez mais, o evangelho observa que Jesus e seus discípulos permanecem longe de Jerusalém. A indicação da proximidade da Páscoa já prepara o leitor para a paixão e morte de Jesus. Muita gente que chegara antes para se preparar para a festa da Páscoa procurava Jesus, alimentando a expectativa de vê-lo. A multidão que se reúne em Jerusalém para a festa mais importante do calendário judaico será testemunha do julgamento iníquo e da morte do justo Jesus de Nazaré.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

sexta-feira, 27 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 27/03 - Jesus é acusado de blasfêmia - Jo 10, 31-42



De novo, os judeus pegaram em pedras para apedrejar Jesus. E ele lhes disse: “Eu vos mostrei muitas obras boas da parte do Pai. Por qual delas me quereis apedrejar?" Os judeus responderam: "Não queremos te apedrejar por causa de uma obra boa, mas por causa da blasfêmia. Tu, sendo apenas um homem, pretendes ser Deus"! Jesus respondeu: "Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: sois deuses’? Ora, ninguém pode anular a Escritura. Se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, por que, então, acusais de blasfêmia àquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo, só porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’? Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”. Mais uma vez, procuravam prendê-lo, mas ele escapou das suas mãos. Jesus se retirou de novo para o outro lado do Jordão, para o lugar onde, antes, João esteve batizando. Ele permaneceu lá, e muitos foram a ele. Diziam: "João não fez nenhum sinal, mas tudo o que ele falou a respeito deste homem é verdade". E muitos, ali, passaram a crer nele.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Guiados pela Palavra de Deus neste tempo quaresmal, hoje somos convidados a renovar a nossa fé no Filho de Deus, que mesmo rejeitado e ameaçado, mantém-se fiel ao Pai. No início da nossa Leitura orante, peçamos: Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Leia e releia o texto. O que ele diz em si? Qual é o contexto da narrativa? Qual é o tema central do texto? Quais são as expressões que mais chamaram a sua atenção durante a leitura? Qual é o motivo da tentativa de apedrejamento de Jesus? Quais são as "muitas obras boas da parte do Pai" que Jesus realiza?
Estamos mais uma vez diante de um conflito que surge por Jesus afirmar ser o Filho de Deus. Para os judeus, essa afirmação de Jesus é uma blasfêmia: "Como tu sendo apenas um homem, pretendes ser Deus?". Por isso, surge a tentativa de apedrejar Jesus. Segundo a Lei, o apedrejamento era aplicado como castigo para os casos de blasfêmia e idolatria.
Jesus então os questiona: "Eu vos mostrei muitas obras boas da parte do Pai. Por qual delas me quereis apedrejar?" Observe que Jesus diz: "muitas obras boas da parte do Pai". Jesus não tem a pretensão de ganhar destaque por causa das obras que realiza, mas todas as suas obras atestam que ele veio do Pai, ele é o Enviado, suas obras mostram a presença de Deus. Jesus realiza as obras do Pai no meio de nós. Mais ainda, Jesus foi santificado, ou seja, escolhido pelo Pai para realizar sua obra, conforme ele mesmo atesta: "Por que acusais de blasfêmia àquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo, só porque disse: Eu sou Filho de Deus?".
Em seguida, mais uma vez Jesus declara ser o caminho para o Pai. Ou seja, não podemos ver a Deus, mas olhando para Jesus saberemos como Deus é "para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai".
Por fim, o evangelista observa que foram muitos os que acreditaram em Jesus.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

É o momento da relação entre o que Deus nos diz e o que acontece em nossa vida. A pergunta que agora fazemos é: qual é a mensagem que essa passagem tem para mim? Como acolho Jesus, o Filho de Deus que veio ao mundo e me revela o rosto do Pai? Qual é o rosto de Deus que contemplo na vida, palavras e ações de Jesus?
Permaneça alguns instantes em silêncio e procure acolher o apelo de Deus para este momento da sua vida. Antes da oração, ouça ainda a canção Eterno Senhor.


3- ORAÇÃO (VIDA)

O que o texto em que meditei me inspira a dizer a Deus? Apresente o desejo que brotou em seu coração e peça a graça de vivê-lo durante o dia. Faça também sua prece de agradecimento ou pedido.
Conclua com a oração: Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade queremos aprender de vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus, renunciando a nós mesmos, para buscar em tudo, a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Como vou viver concretamente durante o dia os apelos que o Senhor me revelou?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
A resistência à mensagem de Jesus

A vida de Jesus é continuamente ameaçada. Não obstante isso, Jesus persiste no seu caminho para o Pai, na fidelidade à vontade de Deus, que ele tem como sustento de sua vida. A acusação dos judeus contra Jesus é a “blasfêmia”. Blasfêmia é falar contra Deus. Ora, quem resiste à mensagem de Jesus é que blasfema. Para os judeus do nosso texto não são as boas obras o objeto da perseguição e das suas tentativas homicidas, mas a blasfêmia. Ora, para Jesus agir e falar estão intimamente unidos. As obras que ele realiza e, definitivamente, o Pai é que dão testemunho dele. Ainda no capítulo 6, é apontada a dificuldade de os judeus discernirem as obras de Jesus, de reconhecerem nelas sinais, isto é, manifestação do Espírito e da divindade de Jesus, que remetem ao mistério de Deus. A causa da rejeição é a falta de fé, apontada no capítulo 9 como “cegueira”. Jesus, é bom notar, não se entrega facilmente às mãos dos judeus; busca, sem covardia nem medo, preservar a própria vida (cf. 10,39). A divisão entre os que rejeitam Jesus e os que creem nele mostra a ambiguidade própria do sinal que, por isso mesmo, precisa ser discernido.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

quinta-feira, 26 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 26/03 - Guardar a palavra da vida - Jo 8, 51-59



Jesus disse: “Em verdade, em verdade, vos digo: se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte". Os judeus então disseram: "Agora estamos certos de que tens um demônio. Abraão morreu, e os profetas também, e tu dizes: 'Se alguém guardar a minha palavra, jamais provará a morte'. Porventura és maior do que nosso pai Abraão, que morreu? E também os profetas morreram. Quem tens a pretensão de ser?" Jesus respondeu: "Se eu me glorificasse a mim mesmo, minha glória não valeria nada. Meu Pai é quem me glorifica, aquele que dizeis ser vosso Deus. No entanto, vós não o conheceis. Mas eu o conheço; e se dissesse que não o conheço, eu seria um mentiroso como vós. Mas eu o conheço e observo a sua palavra. Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia. Ele viu e se alegrou. Em verdade, em verdade, vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou”. Então, pegaram pedras para o apedrejar; mas Jesus escondeu-se e saiu do templo.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

No Evangelho de hoje, Jesus nos convida a guardar a sua Palavra. Guardar a Palavra em nós e fazê-la produzir frutos de misericórdia, amor, perdão é ação do Espírito Santo.
Peçamos esta graça no início da nossa oração rezando: Jesus Mestre, cremos com viva fé que estais aqui presente, para indicar-nos o caminho que leva ao pai. Iluminai nossa mente, movei nosso coração, para que esta meditação produza em nós frutos de vida. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Leia o texto atentamente e procure situá-lo dentro do contexto litúrgico que estamos vivendo. Faça uma segunda leitura e destaque as palavras que mais chamaram a sua atenção. Observe as expressões ditas por Jesus: guardar a minha palavra, jamais verá a morte, quem me glorifica é o meu Pai, eu o conheço... O que elas significam?
Com a expressão "se alguém guarda a minha Palavra, nunca verá a morte", Jesus não está falando da morte física, mas anunciando a salvação para aqueles que observam a sua palavra. Quem guardar a sua palavra será conservado para a vida eterna. O verbo guardar indica a fidelidade à Palavra de Jesus e à sua Lei, ou seja, significa crer naquele que é a verdade e a vida.
"Vós não o conheceis (meu Pai). Mas eu o conheço..." = Jesus destaca a sua origem: ser o Enviado do Pai. Jesus é o único revelador do Pai e sua missão é de ser a Palavra reveladora do Pai. Ele é a testemunha do que ouviu e viu no Pai para comunicá-la aos homens. O Pai é a origem das palavras de Jesus que o discípulo deve guardar.
"Eu o conheço e observo a sua palavra" = Jesus conhece Deus e não esconde o que ele sabe. Ele é encarregado da Palavra de Deus. Ele é a Palavra de Deus em pessoa, ele é o que Deus é.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto diz para mim, hoje? Que luz nos dá Jesus, com sua pessoa e sua mensagem no texto? O que significa guardar a Palavra? Como acolho as palavra de Jesus em minha vida?
Na lineamente do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja encontramos as seguintes palavras: “'A vossa Palavra é farol para os meus passos e luz para os meus caminhos' (Sl 119,105). O Senhor, que ama a vida, entende com a sua Palavra iluminar, guiar e confortar toda a vida dos crentes em todas as circunstâncias, no trabalho, no tempo livre, no sofrimento, nos deveres familiares e sociais e em todas as vicissitudes alegres ou tristes, de modo que todos possam discernir todas as coisas e conservar o que elas têm de bom (cf. 1Tess 5,21), descobrindo assim a vontade de Deus, e pondo-a em prática (cf. Mt 7,21)".
3- ORAÇÃO (VIDA)

Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Verbo feito carne, enviado do Pai, para ensinar aos homens a verdade que dá a vida. Sois a verdade incriada, o único Mestre. "Somente vós tendes palavras de vida eterna". Nós vos louvamos e agradecemos, porque nos concedestes a luz da inteligência e da fé e nos chamastes à luz da glória. Nós cremos e abrimos nossa inteligência e todo o nosso ser para aceitar e viver a vossa palavra. Mostrai-nos, ó Senhor e Mestre, os tesouros da vossa sabedoria. Fazei que conheçamos o Pai e sejamos vossos discípulos autênticos. Amém.


4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

De que forma desejo colocar em prática o apelo que a Palavra de Deus me revelou neste dia?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
A palavra do Senhor é um sopro que faz viver

À promessa feita por Jesus de uma vida terrestre sem fim, a reação dos judeus revela sua incompreensão. À vida prometida, Jesus põe condição: “se alguém guardar a minha palavra...”. Guardar a palavra significa pô-la em prática. A palavra do Senhor é um sopro que faz viver. Permitir que essa palavra viva em nós e pôr em prática essa palavra é experimentar a vitória da vida sobre toda realidade de morte. Somente Deus pode fazer viver, não obstante as circunstâncias que nos cercam. Por isso, para o leitor que ouve a crítica dos judeus, a conclusão não pode ser outra senão a de que eles blasfemam, encerrados na dificuldade de ouvir atenta e detidamente as palavras de Jesus. Em razão dessa verdadeira surdez espiritual, eles fazem um juízo precipitado acerca daquilo que move e orienta toda a vida de Jesus. O nó de toda a controvérsia está no fato de que o Filho não busca a própria glória, ao passo que certas pessoas, cristãos e judeus, no interior de sua própria fé e usando-a como justificativa, buscam a sua própria glória. Essa busca de si é ainda muito mais destrutiva do qualquer outra, porque é religiosa. É o Filho que ensina a buscar a glória do Pai.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

quarta-feira, 25 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 25/03 - Não tenhas medo, Maria! - Lc 1, 26-38



Quando Isabel estava no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a um homem de nome José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo! Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse: "Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim. Maria, então, perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?" O anjo respondeu: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus”. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, pois para Deus nada é impossível". Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo retirou-se.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Celebramos hoje a solenidade da Anunciação do Senhor. Maria concebe o Filho de Deus por obra do Espírito Santo. Maria é totalmente impregnada pela presença do Espírito Santo para conceber e gerar o Filho de Deus.
Peçamos que o mesmo Espírito que gerou Jesus no seio de Maria, nos configure cada dia ao Cristo pela escuta e meditação da Palavra: Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto? Leia em voz alta e pausadamente e procure repetir as palavras que chamaram a sua atenção. Qual é o tema que perpassa o diálogo?
O texto de hoje faz parte dos relatos da infância de Jesus. No sexto mês de concepção de João Batista, o anjo Gabriel, mensageiro de Deus, é enviado para levar a notícia de que a libertação já se aproximava. A destinatária da mensagem é Maria, uma jovem de Nazaré, pequena cidade da Galileia, prometida em casamento a José, descendente de Davi.
A saudação do anjo dirigida a Maria é um convite a alegrar-se porque o Senhor está presente. O "cheia de graça" expressa a vocação de Maria, escolhida para participar plenamente da graça de Cristo. A confirmação de que "o Senhor está contigo" significa que é o Senhor quem realizará a sua obra por meio de Maria e que a ela foi confiada uma missão especial.
Maria ficou perturbada com as palavras do anjo. Ela reconhece a sua pequenez diante da grande missão que lhe é confiada: ser a mãe do Messias. Maria era virgem quando recebeu a missão divina e concebeu Jesus por obra do Espírito Santo. O poder do Altíssimo a cobriu com sua sombra, por isso Jesus foi chamado Filho de Deus.
Por fim, Maria reconhece que toda a obra que está por realizar-se em seu seio é de Deus e coloca-se como serva.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto diz para mim, hoje? Qual foi a palavra que encontrou sintonia com a realidade que estou vivendo? Como compreendo a missão confiada a Maria de ser mãe do Filho de Deus? Como acolho a ação do Espírito Santo que realiza a obra de Deus em nós? Como entendo o "Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" na vida de Maria e na minha vida? O que significa estar disponíveis aos projetos de Deus?


3- ORAÇÃO (VIDA)

Acolhemos hoje o anúncio da nossa redenção.Deus escolheu habitar entre nós. Proclamemos as maravilhas da encarnação de Cristo rezando:
- O Anjo do Senhor anunciou a Maria.
- E ela concebeu do Espírito Santo.
- Eis aqui a serva do Senhor.
- Faça-se em mim segundo a vossa palavra.
- E o Verbo divino se fez homem.
- E habitou entre nós.

Ave-Maria...
- Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos: Infundi, Senhor, em nossos corações a vossa graça, a fim de que, conhecendo pela anunciação do Anjo a encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, cheguemos pela sua paixão e morte à glória da ressurreição. Pelo mesmo Cristo nosso Senhor. Amém.
Glória ao Pai...
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Qual é a aplicação da Palavra de Deus em minha vida? O que me proponho a viver? Como vou atingir este propósito?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
Maria é modelo do discípulo e da Igreja

Mesmo figurando entre as primeiras páginas do evangelho de Lucas e Mateus, os relatos da infância foram os últimos escritos dos evangelhos. Eles são fruto da reflexão da Igreja sobre o mistério de Jesus Cristo. O anúncio do anjo a Maria e o diálogo provocado pela “visita celeste” visam enfatizar a iniciativa de Deus na encarnação do Verbo e a resposta livre de Maria. A iniciativa de Deus, fruto do seu amor por toda a humanidade, quis contar com o consentimento livre da jovem Maria, que é apresentada como “a que recebeu o favor de Deus” (v. 28). O favor, ou a graça de Deus a Maria, consiste no fato da eleição dela para ser, segundo a carne, a mãe do Filho único de Deus. Nem a esterilidade de Isabel nem a pouca idade de Maria, ou a sua virgindade, são obstáculos para que Deus realize o seu plano de amor em favor de toda a humanidade. A fé não se faz de certezas, mas em meio a dúvidas e, apesar delas, na confiança inabalável na Palavra de Deus. Maria é apresentada como aquela que escuta, confia e se engaja plenamente na realização da vontade de Deus. Nisso ela é modelo do discípulo e da Igreja.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

segunda-feira, 23 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 24/03 - Quem és tu, então? - Jo 8, 21-30



Jesus lhes disse: “Eu me vou, e vós me procurareis; mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir". Os judeus, então, comentavam: "Acaso ele irá se matar? Pois ele diz: 'Para onde eu vou, vós não podeis ir'". Ele continuou a falar: "Vós sois daqui de baixo; eu sou do alto. Vós sois deste mundo; eu não sou deste mundo. Eu vos disse que morrereis nos vossos pecados. De fato, se não acreditais que ‘eu sou’, morrereis nos vossos pecados”. Eles lhe perguntaram: “Quem és tu, então?”. Jesus respondeu: "De início, isto mesmo que estou falando". Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito, e a julgar também. Mas, aquele que me enviou é verdadeiro, e o que ouvi dele é o que eu falo ao mundo". Eles, porém, não compreenderam que estava lhes falando do Pai. Por isso, Jesus continuou: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que ‘eu sou’, e que nada faço por mim mesmo, mas falo apenas aquilo que o Pai me ensinou. Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque eu sempre faço o que é do seu agrado”. Como falasse estas coisas, muitos passaram a crer nele.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Na Leitura orante de hoje vamos contemplar Jesus, o Enviado do Pai e sua preocupação de fazer a vontade do Pai, sendo fiel na sua missão até o fim. Pedimos: Ó divino Espírito, ensina-me tudo quanto Jesus ensinou. Dá-me inteligência para entender; memória para lembrar; vontade dócil para praticar; coração generoso para corresponder aos teus convites. Tira de mim o coração de pedra para substituí-lo com um coração sensível. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto? Leia-o atentamente e procure perceber as afirmações feitas por Jesus. Por que Jesus faz tais afirmações? Qual é o contexto da sua mensagem? O que suas palavras significam diante da proximidade da morte?
No texto que acabamos de ler, Jesus está falando de sua morte e também anunciando seu retorno para um lugar onde seus interlocutores não poderão ir com ele: o seu retorno para o Pai. Com a sua morte, Jesus atestará que foi fiel até o fim à sua missão e que esta vinha do Pai.
"Quem és tu então?" É uma pergunta dirigida a Jesus com um tom de ironia. A ela Jesus responde afirmando que ele é o enviado do Pai, como observamos nas expressões: "aquele que me enviou é fidedigno...", "aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho...", "eu sou do alto...", "eu não sou deste mundo...". Já as expressões "o que ouvi da parte dele...", "nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou" revelam como é a relação de Jesus com o Pai.
Por fim, o evangelista atesta que diante dessas palavras de Jesus, foram muitos os que passaram a crer nele.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Relacione o texto do Evangelho com a vida de hoje. Que mensagem Jesus transmite com suas atitudes, seus gestos e suas palavras? Que revela de si mesmo? O que significam hoje a recordação da vida, a paixão, morte e ressurreição de Jesus? Quem é Jesus para mim? O que este período quaresmal me possibilitou compreender melhor de Jesus?
3- ORAÇÃO (VIDA)

Ouça a canção Entrega tudo pra mim.



Com o coração agradecido pela Palavra de Deus meditada, apresente agora ao Senhor as suas orações. Reze por você e também pelas necessidades da humanidade.
Reze em comunhão com a Igreja a oração da Campanha da Fraternidade: Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Qual é o novo olhar que nasceu em mim, a partir da Palavra? Qual gesto desejo colocar em prática neste dia?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
É na cruz que a divindade de Jesus se manifestará

A cruz de Jesus é símbolo do imenso amor até o fim (cf. Jo 13,1) e, ao mesmo tempo, da rejeição dos judeus à mensagem e à pessoa de Jesus. Esse é, exatamente, o pecado dos judeus denunciado por Jesus: a rejeição de sua própria pessoa e de sua missão, assim como de sua origem divina. O pecado está em não acreditar em Jesus, em se fechar à verdade de Deus. Mais ainda, a afirmação de Jesus sobre o pecado de seus opositores declara, de certa forma, inútil todo o sistema religioso judaico. Sem a aceitação da salvação em Jesus Cristo, não pode haver profunda e verdadeiramente a purificação e o perdão como se pretendia com a festa anual de yom kippur e todos os demais ritos e festas da religião de Israel. O apego às coisas terrenas e às tradições humanas impede de compreender o mistério de Deus revelado em Jesus Cristo. É na cruz, no entanto, que a divindade de Jesus, paradoxalmente, se manifestará. Na glória da cruz a comunhão entre o Pai e o Filho aparecerá sem sombra. Apesar de toda rejeição e abandono, o Pai estará sempre com seu Filho, permanecerá com ele na paixão e na morte.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

domingo, 22 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 23/03 - Eu também não te condeno... - Jo 8, 1-11



Jesus foi para o Monte das Oliveiras. De madrugada, voltou ao templo, e todo o povo se reuniu ao redor dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. Os escribas e os fariseus trouxeram uma mulher apanhada em adultério. Colocando-a no meio, disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi flagrada cometendo adultério. Moisés, na Lei, nos mandou apedrejar tais mulheres. E tu, que dizes?” Eles perguntavam isso para experimentá-lo e ter motivo para acusá-lo. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever no chão, com o dedo. Como insistissem em perguntar, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra!”. Inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. Ouvindo isso, foram saindo um por um, a começar pelos mais velhos. Jesus ficou sozinho com a mulher que estava no meio, em pé. Ele levantou-se e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?”. Ela respondeu: “Ninguém, Senhor!”. Jesus, então, lhe disse: “Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais”.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

A liturgia de hoje nos apresenta uma passagem muito significativa para o tempo litúrgico que estamos vivendo. No relato, uma mulher pega em adultério se encontra com a misericórdia de Deus. Também os seus acusadores são convidados a olharem para si, para a própria vida antes de atirarem a primeira pedra.
Estamos na última semana da quaresma. Na próxima semana já vivenciaremos a liturgia própria da semana santa. Peçamos mais uma vez que o Espírito Santo nos conduza neste momento de oração e nos ajude a viver intensamente este tempo da quaresma.
Vinde, Espírito Santo, e dai-nos o dom da sabedoria, para que possamos avaliar todas as coisas à luz da Palavra de Deus e ler nos acontecimentos da vida os projetos de amor do Pai. Amém
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto bíblico? Leia-o e procure perceber o contexto do relato evangélico: lugares, pessoas e acontecimentos. Quais são as palavras ou gestos de Jesus? Qual é o tema que perpassa a discussão dos personagens?
O texto nos apresenta duas ideias principais: a atitude do ser humano que mesmo sendo pecador, julga e condena o pecado dos outros; e a missão de Jesus que veio para salvar.
Escribas e fariseus apresentam para Jesus uma mulher pega em adultério. Colocam-na em um lugar para ser vista por todos durante o interrogatório. Então, recordam a Jesus que segundo a Lei de Moisés, tais mulheres deveriam ser apedrejadas. Essa prescrição está em Lv 20, 10 e Dt 22,22 onde consta que o adultério deveria ser punido com a morte por apedrejamento.
"Que dizes tu?" = A questão aqui é muito clara: colocar Jesus em uma armadilha. Certamente esperavam que também Jesus a condenasse. Ou talvez que recusaria a aplicar a Lei de Moisés e perdoasse a adúltera.
No primeiro momento, sabendo das intenções dos seus interlocutores, Jesus os ignora e continua escrevendo no chão. Porém, diante da insistência, Jesus dá uma resposta que envolve os escribas e fariseus na questão e os faz refletirem e aplicarem a Lei em sua própria vida: "E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos...".
"Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra" = Jesus não está se dirigindo apenas à mulher ali no centro, mas todos os que acompanham a discussão estão incluídos. Ou seja, todos somos pecadores e necessitamos de conversão e de perdão.
Por fim, Jesus não condena a mulher, mas a convida à conversão e a não mais pecar, sinal de vida nova: "Eu também, não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais".
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto diz para mim, hoje? Recorde outros textos relacionados ao tema. Qual palavra do texto encontrou profunda sintonia com a minha vida, com as minhas atitudes? Ajudo os meus irmãos quando pecam a mudar de vida ou os condeno mais ainda por seus erros? Vivo a atitude de conversão e busco o perdão de Deus? Pense no amor misericordioso de Deus que não condena, mas deseja a conversão dos pecadores. Jesus constata que a mulher é pecadora, mas não a condena, adverte para que mude de vida.
Ouça a canção Imagem e semelhança, com a Banda Adoração e Vida e depois, silenciando, acolha o apelo que a Palavra despertou em seu coração.


3- ORAÇÃO (VIDA)

Peça ao Senhor a graça de perdoar e buscar sempre a reconciliação. Agradeça pelo dom do perdão que renova a nossa vida. Reze pelas pessoas que encontram dificuldades em perdoar.
Conclua com a oração da Campanha da Fraternidade: Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Com a Palavra de Deus na mente e no coração, qual atitude me proponho a viver no dia de hoje?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
A misericórdia venceu a dureza do coração

Jesus ensina não somente na sinagoga, mas também no Templo. Os escribas e os fariseus procuram sempre armar uma armadilha para terem do que acusar Jesus. A questão posta por eles a Jesus é a da pena capital de apedrejamento para a mulher surpreendida em adultério (Lv 20,10; Dt 22,22-24). Quem poderia defender aquela mulher? Quem a poderia perdoar e com que argumento? A lei de Deus foi dada por ele a seu povo para proteger a vida e a liberdade. Como tirar, então, a vida de alguém? O tom, evidentemente, é de provocação e desafio. A primeira resposta de Jesus é o silêncio e um gesto simbólico que mostra sua irritação e indignação diante da falta de misericórdia e da dureza de coração. Mas não compreenderam nem se contentaram com o gesto. Diante da insistência deles, Jesus traduz o gesto em palavras que revelam a verdade sombria de cada um. Por isso, vão se retirando um a um. A mulher, agora, tem diante de si a vida. A misericórdia venceu a dureza do coração. A palavra do Senhor liberta e revela o rosto misericordioso de Deus, oferecendo a possibilidade de uma vida resgatada e transformada pelo amor.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

sábado, 21 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 22/03 - Queremos ver Jesus! - Jo 12, 20-33



Havia alguns gregos entre os que tinham subido a Jerusalém para adorar durante a festa. Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e disseram: “Senhor, queremos ver Jesus”. Filipe conversou com André, e os dois foram falar com Jesus. Jesus respondeu-lhes: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida eterna. Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. Sinto agora grande angústia. E que direi? ‘Pai, livra-me desta hora’? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, glorifica o teu nome!”. Veio, então, uma voz do céu: “Eu já o glorifiquei, e o glorificarei de novo”. A multidão que ali estava e ouviu, dizia que tinha sido um trovão. Outros afirmavam: “Foi um anjo que falou com ele”. Jesus respondeu: “Esta voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por vossa causa. É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, e quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim”. Ele falava assim para indicar de que morte iria morrer.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Neste quinto domingo da nossa caminhada quaresmal, compreenderemos a entrega de Jesus que, sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência ao Pai aceitando a morte para produzir frutos de vida e salvação.
Peçamos: Vem, Espírito Santo! Faze-nos amar as Escrituras, para reconhecermos a voz viva de Jesus. Torna-nos humildes e simples, a fim de compreendermos os mistérios do Reino de Deus. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Leia o texto. Repita as palavras ou frases que mais chamaram a sua atenção durante a leitura. Você recorda de outras citações bíblicas que tratam dos mesmos elementos presentes neste texto?
Os peregrinos que se encontravam em Jerusalém, entre eles alguns gregos, pedem para ver Jesus. Mais que o desejo de ver, eles manifestam a disposição de crer nele. Assim entendemos a universalidade da salvação trazida por Jesus.
Em seguida temos um discurso. Jesus fala da sua hora, ou seja, da sua morte e utiliza a imagem do grão de trigo que cai na terra e morre para produzir frutos para explicar que o seu caminho de glorificação passará pela morte. Portanto, afirmando que a sua glória passará pelo mistério de morte, Jesus destrói as expectativas dos que pensavam que se trataria de um espetáculo extraordinário. Para o evangelista João, a hora de Jesus é o momento que Deus fixou para a glorificação do Filho através da morte.
Perder a vida X guardar a vida. Quem se apega à sua vida perde-a, mas quem torna a sua vida um serviço aos outros, guarda-a para a vida eterna. O ser humano tem diante de si duas opções: considerar a sua existência como algo que basta em si mesma; ou abrir-se e fazer da sua existência um serviço aos outros. Este sair de si é caminho para a vida eterna. Dar a vida é também a dinâmica do seguimento de Jesus, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida.
Depois, Jesus revela a sua angústia diante da morte. Ao mesmo tempo, ele está ciente e reconhece que é o Enviado e Filho de Deus: "Foi para isso que eu vim...". A oração de Jesus nesse momento passa a ser então: "Pai, glorifica o teu Nome!". A voz de resposta do Pai: "Eu já o glorifiquei, e o glorificarei de novo" (o nome do Pai) significa que essa glorificação se dá nas obras que Jesus realiza e na sua exaltação. Por fim, o julgamento resulta da recusa da comunhão divina por parte do homem.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Releia o texto do Evangelho e a breve explicação sobre o texto novamente. O que a Palavra diz para mim hoje? O que significa para você a hora, a morte de Jesus? Como compreendo o apego à vida e o "perder" a vida? O que significa para mim a vida eterna? Permita alguns instantes de silêncio para que a Palavra de Deus provoque outros questionamentos e traga novas luzes à sua vida.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Apresente o desejo que brotou em seu coração e peça a graça de vivê-lo durante o dia. Faça sua prece de agradecimento ou pedido.
Conclua com a oração: Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade queremos aprender de vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus e buscar em tudo, a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Qual é a aplicação da Palavra de Deus em minha vida? O que me proponho a viver? Como vou atingir este propósito?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
A universalidade da salvação

O tema central da liturgia da palavra deste quinto domingo da quaresma é a universalidade da salvação e a difusão da fé entre os pagãos. Jeremias exerceu o seu ministério de profeta no curso do século VI a.C., no período um pouco anterior ao exílio na Babilônia e durante o exílio. Ficou em Judá durante o exílio. No trecho do seu livro que lemos na primeira leitura, Deus promete a seu povo uma Aliança nova, exatamente num período catastrófico para Israel: tomada de Jerusalém pelos babilônios, destruição do templo e exílio. Trata-se de uma aliança diferente da que ele havia feito no Sinai. Essa aliança nova, concluída muito mais tarde, pelo sacrifício de Jesus Cristo, será universal. A aliança nova prometida por Deus será diferente da aliança do Sinai, feita sobre tábuas de pedra, pois ela será interior, uma aliança que mudará o coração do povo de Deus. S. Paulo, seguindo essa mesma linha de raciocínio, diz: “Com toda evidência vós sois uma carta do Cristo (...) escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não sobre tábuas de pedra, mas sobre tábuas de carne, sobre os vossos corações” (2Cor 3,3). No evangelho deste domingo, Jesus está em Jerusalém para a festa da Páscoa. É a última etapa de sua vida pública. Para Jesus, essa festa da Páscoa será também a sua Páscoa da morte à ressurreição. Havia em Jerusalém um grupo de gregos, pagãos que foram a Jerusalém para participar da festa. Não se diz, mas podemos supor que eram religiosos e que foram atraídos pela fé dos judeus no Deus único e verdadeiro. Eles se aproximam de Filipe e manifestam o desejo de conhecer Jesus. Filipe recorre a André e ambos vão apresentar o pedido a Jesus. No entanto, Jesus não responde diretamente à solicitação. Talvez porque a conversão dos pagãos não possa acontecer senão graças à sua paixão. A imagem do grão de trigo ajuda a compreender o caminho de glorificação de Jesus. Para produzir fruto o grão de trigo tem que cair na terra; essa queda na terra é a condição da fecundidade da semente. A paixão e morte de Jesus não são estéreis, são para a vida. Aqui, em João, o grão é identificado com o próprio Cristo, à diferença das parábolas do Reino dos céus (Mt 13,3ss), em que a semente é identificada com a Palavra de Deus. Na verdade, segundo a teologia joanina, Jesus é a palavra encarnada de Deus. Com essa pequena parábola do grão de trigo que cai na terra, Jesus dá sentido à sua paixão e morte: “produzir muito fruto”. O fruto de sua glorificação é a vida do mundo: “o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo 6,51).

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonta Paulinas

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 21/03 - Ninguém jamais falou como este homem! - Jo 7, 40-53



Ouvindo estas palavras, alguns da multidão afirmavam: "Verdadeiramente, ele é o profeta!". Outros diziam: "Ele é o Cristo!" Mas outros discordavam: "O Cristo pode vir da Galileia? Não está na Escritura que o Cristo será da descendência de Davi e virá de Belém, o povoado de Davi?" Surgiu, assim, uma divisão entre o povo por causa dele. Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos. Os guardas então voltaram aos sumo sacerdotes e aos fariseus, que lhes perguntaram: "Por que não o trouxeste?" Responderam: “Ninguém jamais falou como este homem”. Os fariseus disseram a eles: “Vós também vos deixastes iludir? Acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? Mas essa gente que não conhece a Lei são uns malditos!”. Nicodemos, porém, um dos fariseus, aquele que tinha ido a Jesus anteriormente, disse: “Será que a nossa Lei julga alguém antes de ouvir ou saber o que ele fez?”. Eles responderam: “Tu também és da Galileia? Examina as Escrituras, e verás que da Galileia não surge profeta”. Depois que cada um voltou para sua casa.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

No início da nossa Leitura orante, peçamos ao Espírito Santo a graça de compreendermos o mistério da vida de Cristo que a Palavra hoje nos apresenta: Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Leia o texto de Jo 7,40-53. O que diz o texto em si? Qual é o tema que perpassa a discussão dos personagens? O que as pessoas falam sobre Jesus?
Algumas pessoas da multidão, diante dos sinais e das palavras de Jesus começam a acreditar ser Jesus um Profeta. Já para outros, Jesus é o Cristo, o Messias. Surgem então alguns questionamentos: Porventura o Messias virá da Galileia? Não diz a Escritura que o Messias virá da descendência de Davi e virá de Belém, povoado de onde era Davi?
Conforme as Escrituras, Deus, por meio do profeta Natã, havia prometido a Davi uma descendência que ocupasse o seu trono para sempre. Porém, os reis descendentes de Davi foram todos depostos e não restou nenhum herdeiro. E então, o que dizer da promessa de Deus? No povo ainda permanecia a esperança de que um dia ressurgiria um novo Filho de Davi para libertar e conduzir o seu povo e que Deus assim continuaria o seu reinado. Quando o povo reconheceu em Jesus de Nazaré o enviado de Deus, logo o aclamaram como Messias e Filho de Davi.
Sobre o fato de que o Messias virá de Belém, cidade de Davi = Belém é a cidade de origem da dinastia davídica. Jesus nasce como descendente de Davi na cidade da família de Davi, e José, pai adotivo de Jesus, confere-lhe juridicamente a ascendência davídica.
Diante da afirmação dos guardas: "ninguém jamais falou como este homem", entendemos a força das palavras de Jesus. Os guardas reconhecem que a Palavra de Jesus de Nazaré é única, diferente. Jesus fala como quem tem autoridade. E essa autoridade é pelo fato de que suas palavras estão ligadas ao seu testemunho. Uma autoridade que foi capaz de vencer as autoridades que o queriam prender.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Agora, vamos trazer a reflexão da Palavra para a nossa vida. O que o texto me fala? Que aspectos do mistério de Deus esta passagem proporciona conhecer? Qual é o traço de Jesus que a Palavra me revela? Para mim Jesus é um profeta, o messias, o libertador...? Como acolho em meu coração a atitude de encantamento dos guardas e as palavras "ninguém jamais falou como este homem"?
3- ORAÇÃO (VIDA)

Tendo presente a sua caminhada quaresmal e os apelos que a Palavra de Deus revelou ao seu coração, apresente ao Senhor as suas orações.
Em comunhão com a Igreja, reze também a oração da Campanha da Fraternidade: Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.


4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Com a Palavra de Deus na mente e no coração, qual atitude me proponho a viver no dia de hoje?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
Jesus é o verdadeiro profeta, o Verbo de Deus

A presença de Jesus divide as pessoas no que diz respeito a sua identidade. Os que passam a crer em Jesus por causa dos sinais que ele realiza, começam a ser hostilizados. Mas nem mesmo os soldados ousaram pôr as mãos em Jesus para prendê-lo. O leitor sabe, não obstante a instigação dos fariseus, que o que os soldados experimentaram ouvindo Jesus não era ilusão, mas a verdade. Nicodemos, fariseu e membro do Sinédrio, é um dos personagens mais importantes do quarto evangelho. Nele vemos refletidos todos os que empreendem o itinerário de amadurecimento da fé (Jo 3,1-21). Tendo ido procurar Jesus, à noite, é ele quem, agora, sai em sua defesa. Ouvir de verdade Jesus é oferecer a Deus a possibilidade de ser transformado por ele. Por isso, Nicodemos, que ouviu longamente o Senhor, convida em vão os chefes do povo a fazerem o mesmo. Se da Galileia não havia surgido profeta, não é o caso agora, pois é de lá que vem o verdadeiro profeta, e mais do que um profeta, o próprio Verbo de Deus que escolheu a nossa humanidade como lugar de sua habitação. No caso do evangelho, os que examinam a Escritura são prisioneiros da letra em detrimento do Espírito que sopra onde e quando quer, e fazem da Escritura refém de sua ideologia.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte CNBB

quinta-feira, 19 de março de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 20/03 - Será que ele é o Cristo? - Jo 7, 1-2.10.25-30



Depois disso, Jesus percorria a Galileia; não queria andar pelo Judeia, porque os judeus procuravam matá-lo. Estava próxima a festa dos judeus, chamada das Tendas. Depois que seus irmãos subiram para a festa, Jesus subiu também, não publicamente, mas em segredo. Alguns de Jerusalém diziam: “Não é este a quem procuram matar? Olha, ele fala publicamente e ninguém lhe diz nada. Será que os chefes reconheceram que realmente ele é o Cristo? Mas este, nós sabemos de onde é. O Cristo, quando vier, ninguém saberá de onde é". Enquanto, pois, ensinava no templo, Jesus exclamou: “Sim, vós me conheceis, e sabeis de onde eu sou. Ora, eu não vim por conta própria; aquele que me enviou é verdadeiro, mas vós não o conheceis. Eu o conheço, porque venho dele e foi ele quem me enviou!” Eles procuravam, então, prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos, porque ainda não tinha chegado a sua hora.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Na caminhada quaresmal que estamos vivendo, a Palavra de Deus nos convida a reafirmarmos a nossa fé em Jesus, O Cristo, enviado pelo Pai. Peçamos ao Espírito Santo que nos leve a contemplar Jesus e nele vermos o Pai. Repita algumas vezes a oração: Dai-nos, ó Pai, o vosso Espírito Santo!
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto bíblico? Procure perceber o contexto do relato: lugares, pessoas, perguntas... Quais são as palavras ou gestos de Jesus? Qual é o tema que perpassa a discussão dos personagens? O que significa reconhecer que Jesus é o Cristo ou o Messias? Como compreendo que Jesus veio do Pai, foi enviado pelo Pai?
O evangelista João procura ressaltar a origem divina de Jesus para justificar todas as sua ações, as suas obras. Jesus mesmo revela ser o enviado do Pai nas diversas expressões que exprimem sua origem: vós sabeis de onde eu sou, não vim por conta própria, aquele que me enviou, eu venho dele, foi ele que me enviou. Jesus também se apresenta como o único que pode revelar-nos o Pai. Conhecer Jesus é conhecer Deus, ou seja, a missão de Jesus é revelar o Pai.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto diz para mim, hoje? Qual palavra do texto encontrou profunda sintonia com a minha vida, com as minhas atitudes? Em minha vida, meu trabalho, meu relacionamento com as pessoas, como procuro viver os ensinamentos de Jesus? Quais sentimentos o texto despertou em mim?
No caminho de seguimento de Jesus descobriremos quem é o Pai, pois toda a vida de Jesus nos mostra, nos indica quem é o Pai. Mais ainda, Jesus nos revela a face do Pai e, pela ação do Espírito, cunha em nós a imagem de filhos e filhas de Deus. É o Espírito Santo que nos leva a contemplar Jesus para nele vermos o Pai.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Ofereça ao Senhor os frutos da sua oração, da sua meditação e contemplação da Palavra. Apresente o desejo que brotou em seu coração e peça a graça de vivê-lo durante o dia. Faça sua prece de agradecimento ou pedido.
Conclua com a oração: Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade queremos aprender de vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus e buscar em tudo, a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Como vou viver concretamente durante o dia os apelos que o Senhor me revelou?



BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

 
COMENTÁRIOS
A verdadeira origem de Jesus é divina

Jesus aceita plenamente o desígnio do Pai, mas não vai ao encontro da morte como quem deseja morrer. Ele evita ser preso pelos judeus que já haviam decidido matá-lo. Jesus tampouco expõe os seus discípulos, razão pela qual, ao menos em determinados momentos, ele evita andar com eles. Pensando conhecer a origem de Jesus, esses anônimos do versículo 25 se equivocam, ignoram os desígnios de Deus e se esquecem de que Deus é surpreendente. O ensinamento de Jesus no Templo revela, com fina ironia, a ignorância deles (cf. v. 28). A verdadeira origem de Jesus é divina (v. 29; cf. 1,1). O hermetismo no qual estão enredados lhes impediu, inclusive, de conhecer verdadeiramente Deus e o seu desígnio. Essa crítica revela a verdadeira razão da ignorância deles: não chegaram, de fato, a conhecer Deus. A oposição passional, diga-se irracional, leva os adversários de Jesus a querer prendê-lo. Descoberto, o mal mostra toda a sua armadilha maléfica. Mas a história relida à luz do mistério de Cristo mostra que o desígnio de Deus tem o seu dinamismo e tempo próprios.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 19/03 - Filho, por que agiste assim conosco? - Lc 2, 41-51a



Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando completou doze anos, eles foram para a festa, como de costume. Terminados os dias da festa, enquanto eles voltavam, Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Pensando que se encontrasse na caravana, caminharam um dia inteiro. Começaram então a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Mas, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém, procurando-o. Depois de três dias, o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos aqueles que ouviam o menino ficavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Quando o viram, seus pais ficaram comovidos, e sua mãe lhe disse: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura!” Ele respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu pai?” Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes falou. Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Celebramos hoje na Igreja a solenidade de São José, esposo da Virgem Maria. José aparece nos Evangelhos como homem de fé, do silêncio, justo, pai adotivo de Jesus, o carpinteiro de Nazaré, descendente de Davi de quem devia nascer o Messias, protetor de Jesus e Maria. Ao anúncio do anjo: "José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa"(Mt 1, 20), José fez como lhe fora dito, tornando-se disponível ao projeto de Deus.
Peçamos a graça de acolher a Palavra de Deus em nossa vida, com a mesma disponibilidade de São José: Vem, Espírito Santo! Faze-nos amar as Escrituras, para reconhecermos a voz viva de Jesus. Torna-nos humildes e simples, a fim de compreendermos os mistérios do Reino de Deus. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

A liturgia de hoje nos apresenta duas opções de textos. Escolhemos a segunda opção: Lc 2,41-51a. Leia o texto acolhendo cada palavra em seu coração. Leia novamente com calma, fazendo pequenas paradas para repetir a palavra que chamou a sua atenção durante a leitura. Imagine a preocupação de José e Maria quando não encontram o filho na caravana. O que significa a presença de Jesus no templo entre os mestres? Como entendemos a resposta de Jesus: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu pai"? Como José e Maria teria acolhido esses questionamentos?
Nossa atenção hoje se volta para José e Maria, pais preocupados na ausência do filho. Quando o encontram, ficam comovidos. São José assumiu com amor a missão a ele confiada por Deus de cuidar de Maria e de Jesus. Jesus é o herdeiro da promessa messiânica e essa herança vem pela adoção de José, pelo cumprimento fiel de sua vocação.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto diz para mim, hoje? Como compreendo a missão de José? Como percebo a sua presença na vida de Jesus? De que forma São José é modelo para as famílias? Papa Francisco, na Solenidade de São José e início do seu ministério afirmou:
"Ouvimos ler, no Evangelho, que "José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa" (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja (...) Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egito e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.
Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projeto d’Ele que ao seu. (...) E José é 'guardião', porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. (...)
Texto na íntegra em http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2013
3- ORAÇÃO (VIDA)

Juntamente com a oração que está em seu coração, apresente hoje ao Senhor as famílias que passam por dificuldades na educação dos filhos, vivem conflitos familiares, doenças, separações, falta de trabalho... Agradeça também pelo dom e a missão das famílias no mundo.
Conclua rezando: São José, junto com Maria, te sentiste aflito, aflito em proteger uma vida inocente. Sê o intercessor de todos os pais: no momento em que os filhos procuram a verdade, no momento em que os filhos arriscam a sua vida. Sê o intercessor de todos os jovens: na busca de ideais saudáveis, na busca da vontade do Pai. Amém.


4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Qual é a aplicação da Palavra de Deus em minha vida? O que me proponho a viver? Como vou atingir este propósito?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp
 
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A missão de Maria e de José

José, esposo de Maria; assim a Igreja refere-se a São José. Maria e José eram pessoas entregues a Deus: se de Maria podemos dizer que é a mulher da escuta da Palavra e do “sim” à vontade de Deus, de José não é diferente. Os evangelhos de Mateus e Lucas reservam a ele umas poucas linhas. O que se diz dele é suficiente, no entanto, para reconhecer a razão de sua eleição para ser o “pai adotivo” do Filho único de Deus: sua fidelidade e docilidade para se deixar orientar e conduzir pelo desígnio de Deus. Aos doze anos Jesus é encontrado no Templo; é a idade da maturidade religiosa em que Jesus e todos os meninos da sua idade se tornam “filhos do preceito”. A permanência do menino Jesus no Templo serve para o leitor saber que a vida de Jesus, desde a sua origem, está enraizada no Pai; toda a sua vida se destina a realizar a vontade de Deus. Se, por ora, seus pais segundo a carne, Maria e José, não compreendem, é porque eles têm de percorrer o caminho do seu filho para que à luz da ressurreição possam compreender, sem sombra de dúvida, a verdadeira identidade e missão daquele que eles geraram.

Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas