domingo, 31 de julho de 2016

18ª Semana Comum - Segunda-feira 01/08/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jr 28,1-17)


Leitura do Livro do Profeta Jeremias.

1Nesse mesmo ano, no início do reinado de Sedecias, rei de Judá, no quinto mês do quarto ano, disse-me o profeta Ananias, filho de Azur, profeta de Gabaon, na casa do Senhor e na presença dos sacerdotes e de todo o povo:

2“Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Quebrei o jugo do rei da Babilônia. 3Ainda dois anos e eu farei reconduzir a este lugar todos os vasos da casa do Senhor, que Nabucodonosor, rei da Babilônia, tirou deste lugar e transferiu para a Babilônia. 4Também reconduzirei a este lugar Jeconias, filho de Joaquim e rei de Judá, juntamente com toda a massa de judeus desterrados para a Babilônia, diz o Senhor, pois eu quebro o jugo do rei da Babilônia”.

5Respondeu o profeta Jeremias ao profeta Ananias, na presença dos sacerdotes e de todo o povo que estava na casa do Senhor, 6dizendo: “Amém, assim permita o Senhor! Realize ele as palavras que profetizaste, trazendo de volta os vasos para a casa do Senhor e todos os deportados da Babilônia para esta terra.

7Ouve, porém, esta palavra que eu digo aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo: 8Os profetas que existiram antigamente, antes de mim e antes de ti, profetizaram sobre guerras, aflições e peste para muitos povos e reinos poderosos; 9mas o profeta que profetiza paz, esse somente será reconhecido como profeta, que em verdade o Senhor enviou, quando sua palavra for verificada”.

10Então o profeta Ananias retirou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e quebrou-o; 11e disse Ananias, na presença de todo o povo: “Isto diz o Senhor: Deste modo quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, dentro de dois anos, livrando dele o pescoço de todos os povos”.E foi-se pelo seu caminho o profeta Jeremias. 12Depois que o profeta Ananias havia retirado o jugo do pescoço do profeta Jeremias, dirigiu-se novamente a palavra do Senhor a Jeremias:

13“Vai dizer a Ananias: Isto diz o Senhor: Quebraste um jugo de madeira, mas em seu lugar farás um de ferro. 14Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Pus um jugo de ferro sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia, e lhe serão de fato submissas; além disso, dei-lhe também os animais do campo”.

15Disse ainda o profeta Jeremias ao profeta Ananias: “Ouve, Ananias, não foste enviado pelo Senhor, e contudo fizeste este povo confiar em mentiras. 16Isto diz o Senhor: Eis que te farei partir desta terra; morrerás este ano, pois pregaste a infidelidade contra o Senhor”. 17Naquele ano, no sétimo mês, morreu o profeta Ananias.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 118)


— Ensinai-me a fazer vossa vontade!

— Ensinai-me a fazer vossa vontade!


— Afastai-me do caminho da mentira e dai-me a vossa lei como um presente! Não retireis vossa verdade de meus lábios, pois eu confio em vossos justos julgamentos!

— Que se voltem para mim os que vos temem e conhecem, ó Senhor, vossa Aliança! Meu coração seja perfeito em vossa lei, e não serei, de modo algum, envergonhado!

— Espreitam-me os maus para perder-me, mas continuo sempre atento à vossa lei.

— De vossos julgamentos não me afasto, porque vós mesmo me ensinastes vossas leis.


Evangelho (Mt 14,13-21)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 13quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

Na Igreja, nunca faltou o carisma da profecia. Tiveram-nos muitos santos. Mas, nos nossos dias, muitos cristãos apresentam-se como profetas, e pretendem revelar o pensamento de Deus sobre os caminhos a seguir pela Igreja.
Jeremias fala de verdadeiros e falsos profetas. Como podemos distingui-los? Como podemos tornar-nos profetas verdadeiros, uma vez que pertencemos a um povo de profetas? O verdadeiro profeta não pretende transmitir palavras agradáveis, mas palavras que salvam. O verdadeiro profeta é uma pessoa livre interiormente. Não está preocupado com a audiência, mas com a fidelidade à vontade de Deus. Cada dia se constrói em Deus, se confronta com a Sua palavra, e está atento para não a atraiçoar. Paulo reconhece o carisma da profecia na Igreja, e dá uma regra para o seu uso correcto: «Temos dons que, consoante a graça que nos foi dada, são diferentes: se é o da profecia, que seja usado em sintonia com a fé» (Rm 12, 6). Alguns traduzem: «se é o da profecia, que seja usado na medida em que é creditado», isto é, do crédito que o próprio Deus dá ao crente profeta, uma vez que transmite, não as suas palavras, mas as de Deus. A primeira leitura apresenta-nos um caso, que ilustra a regra de Paulo. Apresenta-nos dois profetas, um que actua “na medida em que é creditado por Deus”; outro que actua para além desse limite. Hananias pretende transmitir uma mensagem muito agradável para Jerusalém, que tinha sido tomada por Nabucodonosor, que deportara a maior parte dos seus habitantes. Os que tinham ficado, viviam muito penosamente. Todos desejavam uma mudança da situação. Hananias anuncia-a como próxima. Mas não o fazia movido por autêntica inspiração. Jeremias intervém para afirmar que essa profecia, apesar de agradável, era oportunista, e sem qualquer valor, pois não correspondia ao desejo de Deus. Hananias insistiu com o gesto simbólico de quebrar o jugo que Jeremias carregava, e proclamando uma pretensa palavra do Senhor: «Assim, decorridos dois anos, quebrarei o jugo de Nabucodonosor» (v. 11). Quanto a Jeremias, retirou-se, seguindo o seu caminho. Mas eis que Deus lhe fala e o manda a Hananias para dizer: «Quebraste jugos de madeira, mas, em vez deles, farei jugos de ferro» (v. 13). E acrescentou, sempre em nome de Deus: «Vou retirar-te da face da terra. Morrerás ainda este ano, porque pregaste a revolta contra o Senhor!» (v. 16). E assim aconteceu. Hananias não respeitou a regra essencial do carisma da profecia: falar na medida em que se é creditado por Deus, isto é, transmitindo autênticas verdades divinas, e não as próprias ideias.
A regra de Paulo continua actual. Ninguém deve ultrapassar os limites da graça recebida, caso contrário, em vez de contribuir para a edificação da Igreja, concorre para a sua ruína. Todos havemos de estar atentos para não despacharmos as nossas ideias como se fossem inspirações divinas. Em tudo é preciso muito discernimento e generosidade, para distinguir o que vem de Deus e o que não vem d´Ele.
Feito esse discernimento, há que estar disponíveis para o serviço da profecia, isto é, para falar em nome de Deus, como Samuel («Eis-me aqui», 1 Sam 3, 4; Is 3, 4) e, sobretudo, como o próprio Cristo «Eis-me aqui!» (Hb 10, 5). Esta atitude de Cristo deve continuar no nosso "Ecce venio" de cada dia, unido ao d´Ele, porque somos chamados na Igreja a «ser profetas do amor e servidores da reconciliação dos homens e do mundo em Cristo» (Cst 7), e a realizar, «como o único necessário, uma vida de união à oblação de Cristo» (Cst 26) que, na fidelidade à Sua missão foi até à imolação, no Calvário. O nosso «Ecce venio», que também passa pelo exercício da nossa missão profética de cristãos e de dehonianos, «configura a nossa existência com a de Cristo, pela redenção do mundo e para Glória do Pai» (Cst 58).
Fonte http://www.dehonianos.org/

sábado, 30 de julho de 2016

18º Domingo Comum - 31/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Ecl 1,2;2,21-23)


Leitura do Livro do Eclesiastes:

2“Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”. 2,21Por exemplo: um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso, vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou. Também isso é vaidade e grande desgraça.

22De fato, que resta ao homem de todos os trabalhos e preocupações que o desgastam debaixo do sol? 23Toda a sua vida é sofrimento, sua ocupação, um tormento. Nem mesmo de noite repousa o seu coração. Também isso é vaidade.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 89)


— Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.

— Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.


— Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,/ quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”/ Pois mil anos para vós são como ontem,/ qual vigília de uma noite que passou.

— Eles passam como o sono da manhã,/ são iguais à erva verde pelos campos:/ de manhã ela floresce vicejante,/ mas à tarde é cortada e logo seca.

— Ensinai-nos a contar os nossos dias,/ e dai ao nosso coração sabedoria!/ Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?/ Tende piedade e compaixão de vossos servos!

— Saciai-nos de manhã com vosso amor,/ e exultaremos de alegria todo o dia!/ Que a bondade do Senhor e nosso Deus/ repouse sobre nós e nos conduza!/ Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.


Segunda Leitura (Cl 3,1-5.9-11)


Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses:

Irmãos: 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; 2aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus.

4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.

5Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria.

9Não mintais uns aos outros. Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir 10e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu Criador, em ordem ao conhecimento.

11Aí não se faz distinção entre judeu e grego, circunciso e incircunciso, inculto, selvagem, escravo e livre, mas Cristo é tudo em todos.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Anúncio do Evangelho (Lc 12,13-21)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 13alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”.

14Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?”

15E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”.

16E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’.

18Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e fazer maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’20Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda esta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’

21Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Meditátio

Eis Jesus confrontado com um assunto de herança. Mas declara-Se incompetente para julgar o caso, pois não é juiz, nem notário, nem advogado. Mas é uma boa ocasião para Ele, pois conhece bem o coração de Deus e o coração dos homens! Sabe que o coração do homem anda muitas vezes bem longe do coração de Deus, que o porta-moedas é parte sensível do homem, enquanto Deus não tem nada disso! Aproveita a ocasião para dar atenção ao sentido sobre as riquezas humanas. Jesus não é contra a riqueza, nem contra o progresso, nem contra o crescimento do nível de vida. Mas ser rico para si mesmo, é deixar-se aprisionar pelo dinheiro. A vida do homem não depende das suas riquezas. Hoje, o que diria Jesus aos grandes poderosos do mundo, “ricos de podre”, que não têm pejo em lançar para o desemprego milhares de pessoas sem saber qual o seu destino de vida? São pecados graves! Pode dizer-se que se trata de política. Mas trata-se primeiro do Evangelho! Cabe aos cristãos serem testemunhas pela própria vida, pelo próprio exemplo! E lutar contra este estado de coisas!
Fonte http://www.dehonianos.org/

sexta-feira, 29 de julho de 2016

17ª Semana Comum - Sábado 30/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jr 26,11-16.24)


Leitura do Livro do Profeta Jeremias.

Naqueles dias, 11os sacerdotes e profetas dirigiram-se aos chefes e a todo o povo, dizendo: “Este homem foi julgado réu de morte, porque profetizou contra esta cidade, como ouvistes com vossos ouvidos”.

12Disse Jeremias aos dignitários e a todo o povo: “O Senhor incumbiu-me de profetizar para esta casa e para esta cidade através de todas as palavras que ouvistes. 13Agora, portanto, tratai de emendar a vossa vida e as obras, ouvi a voz do Senhor, vosso Deus, que ele voltará atrás da decisão que tomou contra vós. 14Eu estou aqui, em vossas mãos, fazei de mim o que vos parecer conveniente e justo, 15mas ficai sabendo que, se me derdes a morte, tereis derramado sangue inocente contra vós mesmos e contra esta cidade e seus habitantes, pois em verdade o Senhor enviou-me a vós para falar tudo isso a vossos ouvidos”.

16Os chefes e o povo em geral disseram aos sacerdotes e profetas: “Este homem não merece ser condenado à morte; ele falou-nos em nome do Senhor, nosso Deus”. 24Jeremias passou a ter proteção de Aicam, filho de Safã, para não cair nas mãos do povo e evitar ser morto.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 68)


— No tempo favorável, escutai-me, ó Senhor!

— No tempo favorável, escutai-me, ó Senhor!


— Retirai-me deste lodo, pois me afundo! Libertai-me, ó Senhor, dos que me odeiam, e salvai-me destas águas tão profundas! Que as águas turbulentas não me arrastem, não me devorem violentos turbilhões, nem a cova feche a boca sobre mim!

— Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus! Cantando eu louvarei o vosso nome e agradecido exultarei de alegria!

— Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos.


Evangelho (Mt 14,1-12)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.


1Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes. 2Ele disse a seus servidores: “É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele”. 3De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe.

4Pois João tinha dito a Herodes: “Não te é permitido tê-la como esposa”. 5Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta. 6Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes 7que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse.

8Instigada pela mãe, ela disse: “Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista”. 9O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10E mandou cortar a cabeça de João, no cárcere. 11Depois a cabeça foi trazida num prato, entregue à moça e esta a levou a sua mãe. 12Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois foram contar tudo a Jesus.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

Tanto João Baptista, como Jeremias, eram profetas corajosos e fiéis à sua missão. Ambos conheciam o risco que era denunciar, em nome de Deus, os abusos dos seus contemporâneos, particularmente das autoridades. Ambos foram presos, porque falavam demasiadamente claro e forte contra esses abusos. João foi preso por um monarca absoluto, e a sua sorte dependeu unicamente do arbítrio de Herodes. A situação de Jeremias foi diferente. Os seus acusadores eram os sacerdotes e os profetas. Podia defender-se deles. E começou por afirmar que a sua profecia não era fruto da sua mente, não era uma mensagem inventada, mas palavra de Deus ao povo. Depois, acrescentou que essa palavra não era uma afirmação absoluta, mas uma ameaça condicionada: se o povo arrepiasse caminho, seria salvo: «Reformai a vossa vida e as vossas obras, ouvi a palavra do Senhor, vosso Deus, e o Senhor afastará de vós o mal com que vos ameaça» (v. 13). Estas palavras do profeta redimensionavam a situação e constituíam um insistente convite à conversão. Jeremias concluiu afirmando que, condená-lo, só piorava a situação, porque matar um enviado de Deus aumenta a culpa: «se me condenardes à morte, sereis responsáveis pelo sangue inocente» (v. 15). Perante estas palavras, os chefes e o povo rejeitaram a acusação dos sacerdotes e profetas. Jeremias não foi condenado à morte, e pôde continuar o seu ministério.
No caso do João Baptista, o capricho de Herodes, ou, mais exactamente, a sua fraqueza, com a perfídia de Herodíades, levaram a melhor. João Baptista, testemunha da verdade, foi calado, foi morto, sem se poder explicar, sem ter quem o defendesse. Julgamentos semelhantes ao de João Baptista, repetiram-se muitas vezes ao longo da história, e continuam a repetir-se ainda hoje. As perseguições são inevitáveis para quem anuncia a verdade de Deus. A verdade incomoda, tal como o amor, porque implica renúncia aos próprios interesses egoístas, e exige abertura aos outros. Jesus disse aos seus discípulos: «Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça,porque deles é o Reino do Céu.
Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam» (Mt 5, 10-12). À partida, pode parecer mais fácil ficar por uma atitude complacente, por um silêncio diplomático, renunciando à missão profética, a falar em nome de Deus, como é próprio de baptizados, de religiosos. Mas a felicidade só se alcança na partilha da sorte dos profetas e, sobretudo, da sorte do grande profeta, Jesus.

Fonte Leia também:
Mensagens de Fé

quinta-feira, 28 de julho de 2016

17ª Semana Comum - Sexta-feira 29/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (1Jo 4,7-16)


Leitura da Primeira Carta de São João.

7Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor.

9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados. 11Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós. 13A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito.

14E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 33)


— Provai e vede quão suave é o Senhor!

— Provai e vede quão suave é o Senhor!


— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!

— Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou.

— Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda a angústia.

— O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

— Respeitai o Senhor Deus, seus santos todos, porque nada faltará aos que o temem. Os ricos empobrecem, passam fome, mas aos que buscam o Senhor não falta nada.


Evangelho (Jo 11,19-27)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 19muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa.

21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. 23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”.

25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” 27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

Como somos hábeis e apressados em iludir a palavra de Deus! Todas as razões nos parecem boas para alcançar esse fim. Jeremias convidava o povo à conversão e anunciava que a obstinação no mal traria graves catástrofes a Jerusalém e ao país. Os chefes do povo, em vez de escutarem o apelo e de agirem em consonância, criticam o profeta, acusam-no, prendem-no. Jesus anuncia o Reino de Deus, fala como nunca ninguém tinha falado, realizava milagres. Mas os seus conterrâneos não suportaram que, alguém, que eles bem conheciam, manifestasse tal «sabedoria e o poder de fazer milagres» (v. 55).
Não acontece algo de parecido connosco? Quando um discurso ou um modo de agir nos incomodam, não procuramos defender-nos das exigências de mudança, das correcções na nossa vida, pondo em questão as pessoas ou o profeta que nos interpelam? É fácil criticar um discurso, uma homilia e, sobretudo, quem os profere! Os hebreus criticaram Jeremias, que falava em nome de Deus. Acusaram-no de atribuir a Deus projectos escandalosos como a destruição do tempo, casa de Deus, ou da cidade santa. É sempre possível criticar uma pessoa, porque ninguém agrada a todos. Até Jesus foi criticado pelos seus conterrâneos, porque revelava demasiada sabedoria, excessivo poder! E assim se dispensavam de seguir os seus ensinamentos, continuando a viver de acordo com os hábitos de sempre, ainda que não correspondessem às exigências da Lei de Deus! Mas, também nós, podemos cair no mesmo erro, quando ouvimos chamadas de atenção, observações e talvez mesmo repreensões de quem tem o direito de no-las fazer!
O convite à escuta da Palavra, feito pelos profetas repercute-se ao longo dos séculos, e chega até nós. Em Jesus, a Palavra de Deus ficou definitivamente pronunciada. Mas jamais faltaram profetas, homens e mulheres, que, pela sua vida, pelos seus discursos, pelos seus escritos, reavivassem, na memória dos seus contemporâneos, o conhecimento da beleza e das exigências do Evangelho. Também hoje estão entre nós! Escutamo-los?
Como dehonianos, havemos de estar disponíveis para acolher a Palavra onde, quando e como quiser revelar-se. Mas também somos chamados a ser «profetas do amor e... servidores da reconciliação dos homens e do mundo em Cristo» (Cst 7), com todas as consequências inerentes a uma tal missão.
Fonte http://www.dehonianos.org/

quarta-feira, 27 de julho de 2016

17ª Semana Comum - Quinta-feira 28/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jr 18,1-6)


Leitura do Livro do Profeta Jeremias.

1Palavra dirigida a Jeremias, da parte do Senhor: 2“Levanta-te e vai à casa do oleiro, e ali te farei ouvir minhas palavras”. 3Fui à casa do oleiro, e eis que ele estava trabalhando ao torno; 4quando o vaso que moldava com barro se avariava em suas mãos, ei-lo de novo a fazer com esse material um outro vaso, conforme melhor lhe parecesse aos olhos.

5Fez-se em mim a palavra do Senhor: 6“Acaso não posso fazer convosco como este oleiro, casa de Israel? diz o Senhor. Como é o barro na mão do oleiro, assim sois vós em minha mão, casa de Israel”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 145)


— Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!

— Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!


— Bendize, minh’alma, ao Senhor! Bendirei ao Senhor toda a vida, cantarei ao meu Deus sem cessar!

— Não ponhais vossa fé nos que mandam, não há homem que possa salvar. Ao faltar-lhe o respiro ele volta para a terra de onde saiu; nesse dia seus planos perecem.

— É feliz todo homem que busca seu auxílio no Deus de Jacó, e que põe no Senhor a esperança. O Senhor fez o céu e a terra, fez o mar e o que neles existe.


Evangelho (Mt 13,47-53)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 47“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. 48Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. 49Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes. 51Compreendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim”. 52Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. 53Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

A parábola é um ótimo instrumento pedagógico: suscita a colaboração dos ouvintes e, exigindo deles algum esforço para adivinhar o significado escondido, também lhes facilita a compreensão do mesmo.
A primeira leitura apresenta-nos a parábola do oleiro. Com ela, o profeta ensina-nos que Deus, ao contrário do que afirmam os filósofos, pode mudar de ideias, pode rever os seus planos, reage de acordo com as circunstâncias. Nos versículos que vêm logo a seguir à parábola, lemos: «Em dado momento, anuncio a uma nação ou a um reino que o vou arrancar e destruir. Mas, se esta nação… se afastar do mal… também Eu me arrependerei do mal com que resolvi castigá-la. Igualmente decido, … edificar e plantar um povo ou um reino. Porém, se esse povo proceder mal diante de mim e não escutar a minha palavra, hei-de arrepender-me também do bem que decidira fazer-lhe(vv. 7-10.)A parábola do oleiro é, pois, uma advertência em sentido duplo: quem anda por maus caminhos, não deve desesperar, mas converter-se, porque, se o fizer, pode evitar os castigos divinos; quem se julga justo também deve estar atento, porque a decisão de Deus em seu favor, pode alterar-se, se não permanecer devidamente empenhado nos caminhos do bem.
A interpretação mais habitual desta parábola é a que recomenda o abandono nas mãos de Deus, como barro nas mãos do oleiro. Esse abandono não é uma fatalidade a que só temos que nos resignar… Estar nas mãos de Deus é uma enorme graça, porque elas aquecem e protegem, guardam e sustentam, encorajam, estão sempre abertas a acolher, dão segurança. As mãos de Deus chamam e oferecem tesouros. Manifestam o Seu amor por aqueles a quem as estende, mas também deixam partir quem não quer nelas permanecer! No fim manifestarão o juízo divino, que sempre respeita as opções de cada um. Como é bom estar nas mãos de Deus! Felizes os que nelas se acolhem nos momentos bons e nos momentos difíceis da vida! É também isso que Jesus nos quer dizer com as parábolas do Reino. Abrigados nele, estamos seguros em qualquer circunstância da vida. Nas mãos de Jesus, em íntima união com Ele, mesmo os maiores sofrimentos se transformam em alegria, em força de bem-aventurança.
Foi a união íntima ao Coração de Cristo, que deu ao Pe. Dehon coragem, força e alegria em tantas circunstâncias difíceis da sua vida, que ele vivia sempre em total disponibilidade e abandono. Os seus motes preferidos, desde os anos de seminário, eram: «Senhor, que queres que eu faça?», «Eis-me aqui!», «Faça-se!», como verificamos no seu Diário.
Fonte http://www.dehonianos.org/

terça-feira, 26 de julho de 2016

17ª Semana Comum - Quarta-feira 27/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jr 15,10.16-21)


Leitura do Livro do Profeta Jeremias.

10Ai de mim, minha mãe, que me geraste um homem de controvérsia, um homem em discórdia com toda a gente! Não emprestei com usura nem ninguém me emprestou, e contudo todos me amaldiçoam. 16Quando encontrei tuas palavras, alimentei-me, elas se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração, o modo como invocar teu nome sobre mim, Senhor Deus dos exércitos.

17Não costumo frequentar a roda dos folgazões e gabo-me disso; fiquei a sós, sob o influxo de tua presença e cheio de indignação. 18Por que se tornou eterna minha dor, por que não sara minha chaga maligna? Para mim te tornaste como miragem de um regato, como visão d’águas ilusórias. 19Ainda assim, isto diz-me o Senhor: “Se te converteres, converterei teu coração, para te sustentares em minha presença; se souberes separar o precioso do vil, falarás por minha boca; os outros voltarão para ti, e tu não voltarás para eles. 20Em favor deste povo, farei de ti uma muralha de bronze fortificada; combaterão contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para te salvar e te defender diz o Senhor. 21Eu te libertarei das mãos dos perversos e te salvarei dos prepotentes”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 58)


— Sois meu refúgio no dia da aflição.

— Sois meu refúgio no dia da aflição.


— Libertai-me do inimigo, ó meu Deus, e protegei-me contra os meus perseguidores! Libertai-me dos obreiros da maldade, defendei-me desses homens sanguinários!

— Eis que ficam espreitando a minha vida, poderosos armam tramas contra mim. Mas eu, Senhor, não cometi pecado ou crime.

— Minha força, é a vós que me dirijo, porque sois o meu refúgio e proteção, Deus clemente e compassivo, meu amor! Deus virá com seu amor ao meu encontro, e hei de ver meus inimigos humilhados.

— Eu, então, hei de cantar vosso poder, e de manhã celebrarei vossa bondade, porque fostes para mim o meu abrigo, e meu refúgio no dia da aflição. Minha força, cantarei vossos louvores, porque sois o meu refúgio e proteção, Deus clemente e compassivo, meu amor!


Evangelho (Mt 13,44-46)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

Com as parábolas do tesouro escondido num campo, que alguém encontrou, e da descoberta de uma pérola de grande valor, Jesus apresenta-nos o Reino como algo extremamente precioso. Quem percebe o imenso privilégio, que é ser chamado a participar no Reino, experimenta uma alegria indizível, e julga pouca coisa desfazer-se tudo para o alcançar.
Enquanto o evangelho nos fala da alegria de quem encontra o sentido da sua vida na palavra de Deus, no presente, a primeira leitura apresenta-nos a desolação de Jeremias, que encontrou essa alegria no passado, mas que agora vive uma dor sem fim (cf. v. 18). O profeta está em crise vocacional e acusa Deus: «És para mim como um riacho enganador de água inconstante» (v. 18). Mas o inconstante não é Deus; é ele, o profeta, representante do seu povo: «Se te reconciliares comigo, - diz o Senhor - receber-te-ei novamente e poderás estar na minha presença» (v. 19).
Também nós passamos por crises existenciais, e por crises vocacionais, que ofuscam a alegria experimentada na nossa juventude, no momento em que dissemos «sim» ao Senhor. Mas a alegria experimentada num determinado momento, que iluminou a nossa existência, é fundamento seguro para a redescobrirmos noutras horas e situações da vida, mesmo no meio de grandes sofrimentos. É a memória que nos garante o essencial: a certeza de que o Senhor está vivo e ao nosso lado. O peso da vida, os fracassos, são experiências dolorosas, que nos dilaceram e fazem gritar: «Chega!». Reencontrar a alegria do primeiro encontro, ou procurá-la, se ainda a não encontrámos, é uma verdadeira aventura de vida, é o seu sentido mais profundo. Vale a pena deixar tudo por causa dela. E, se o deixar, enche de alegria (cf. v. 44), quanto mais o encontrar e possuir aquilo pelo qual se deixou tudo! «Eu estarei contigo»! E cada dia, se nos convertermos, se estivermos dispostos a deixar tudo por causa d´Ele, O encontramos, porque Se faz procurar e deixa encontrar. Para nossa e sua alegria!
«Nós deixámos tudo e seguimos-te» (Mt 19, 29). Como cristãos, e como religiosos, facilmente pomos o acento no «deixámos tudo». Mas, o mais importante, o que nos enche de alegria, é o «seguimos-Te»! Jesus é o nosso tesouro, a nossa pérola rara. Deixar tudo por causa d´Ele, abandonar-nos a Ele, é atrair sobre nós, sobre as nossas inquietações, tristezas e desesperos o Seu amor misericordioso, salvação, luz e alegria para a nossa vida.
Fonte http://www.dehonianos.org/

segunda-feira, 25 de julho de 2016

17ª Semana Comum - Terça-feira 26/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Eclo 44,1.10-15)


Leitura do Livro do Eclesiástico.

1Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações. 10Estes são homens de misericórdia; seus gestos de bondade não serão esquecidos. 11Eles permanecem com seus descendentes; seus próprios netos são sua melhor herança. 12A descendência deles mantém-se fiel às alianças, 13e, graças a eles, também os seus filhos. Sua descendência permanece para sempre, e sua glória jamais se apagará. 14Seus corpos serão sepultados na paz e seu nome dura através das gerações. 15Os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia vai celebrar o seu louvor.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 131)


— O Senhor vai dar-lhe o trono de seu pai, o rei Davi.

— O Senhor vai dar-lhe o trono de seu pai, o rei Davi.


— O Senhor fez a Davi um juramento, uma promessa que jamais renegará: “um herdeiro que é fruto do teu ventre colocarei sobre o trono em teu lugar!”

— Pois o Senhor quis para si Jerusalém e a desejou para que fosse sua morada: “Eis o lugar do meu repouso para sempre, eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”

— “De Davi farei brotar um forte herdeiro, acenderei ao meu ungido uma lâmpada. Cobrirei de confusão seus inimigos, mas sobre ele brilhará minha coroa!”


Evangelho (Mt 13,16-17)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 16“Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

Jeremias dá-nos exemplo de oração em tempo de calamidade. Trata-se uma súplica angustiada, não motivada por qualquer sofrimento pessoal, mas pela compaixão pelo sofrimento do seu povo: «Derramem os meus olhos lágrimas noite e dia, sem descanso porque a jovem, filha do meu povo, foi ferida com um golpe terrível, e sua chaga não tem cura!» (v. 17). A «filha do meu povo» é Jerusalém, mergulhada em grande sofrimento por causa de uma seca prolongada, que provoca uma onda de crimes, de banditismo: «Se saio aos campos, eis os mortos à espada; se regresso à cidade, eis os dizimados pela fome. Até profetas e sacerdotes vagueiam pelo país, sem nada compreenderem» (v. 18). Jeremias sente que, no meio da desgraça, pode fazer alguma coisa: compadecer-se, sofrer com os outros, rezar. E sofre e reza com o seu povo, pelo seu povo. Começa por interrogar a Deus, de modo insistente e atrevido: «Acaso, rejeitaste inteiramente Judá? Porventura, sentes nojo de Sião? Porque nos feriste sem esperança de cura? Esperávamos a paz, mas nada há de bom; esperávamos a hora do alívio, mas só vemos angústia!» (v. 19). Depois, sabendo que as calamidades têm sempre origem na infidelidade à Lei de Deus, na injustiça, e no desprezo das outras pessoas, confessa os pecados do seu povo, e responsabiliza-se por eles: «Senhor! Conhecemos a nossa culpa e a iniquidade dos nossos pais. Pecamos realmente contra ti» (v. 20). Finalmente, apela para a generosidade de Deus: «por amor do teu nome, não nos abandones nem desonres o trono da tua glória. Lembra-te de nós não anules a tua aliança connosco» (v. 21). Em qualquer circunstância, mesmo no pior pecado, em vez de nos abandonarmos ao desespero, há que renovar a confiança no coração misericordioso de Deus, e rezar e suplicar Àquele que pode trazer remédio às piores situações. É isso faz o profeta: «Nós esperamos em ti, pois és Tu quem faz todas estas coisas» (v. 22). Deus, que tudo criou, que estabeleceu a Aliança, permanece fiel.
Como o joio, no meio do trigo, o mal está presente em todo o lado, também naquelas realidades que são sinal da santidade de Deus, e que gostaríamos de ver imunes de pecado. Quando Santo Agostinho fala da Igreja «santa e pecadora», está consciente da presença do mal na comunidade cristã, que todavia é sacramento da presença de Deus no mundo. S. Paulo experimenta essa realidade quando afirma que gostaria de fazer o bem, mas faz o mal (cf. Rm 7, 19). A Igreja não é uma comunidade de “puros”, de intocáveis pelo mal, mas uma comunidade de pecadores que experimentaram o amor misericordioso que perdoa e salva. Tomar consciência desta realidade é caminho para aquela humildade que atrai as complacências de Deus e a simpatia dos outros. Como Jeremias, sentimos uma certa solidariedade com os irmãos pecadores, porque não nos julgamos melhores do que eles. E rezamos por eles, mas também por nós, para sermos confirmados na opção tomada de pertencer ao Senhor. Como cristãos, e como dehonianos, unimo-nos, «à intercessão de Cristo» (cf. Hb 7, 25), e sentimo-nos «chamados a colocar toda a nossa vida ao serviço da Aliança de Deus com o seu Povo», e atuamos em prol da «unidade dos cristãos e de todos os homens» (Cst 84).
Fonte http://www.dehonianos.org/

domingo, 24 de julho de 2016

17ª Semana Comum - Segunda-feira 25/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (2Cor 4,7-15)


Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios.

Irmãos, 7trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós.

8Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; 9perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; 10por toda a parte e sempre levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos.

11De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal. 12Assim, a morte age em nós, enquanto a vida age em vós. 13Mas, sustentados pelo mesmo espírito de fé, conforme o que está escrito: “Eu creio e, por isso, falei”, nós também cremos e, por isso, falamos, 14certos de que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também com Jesus e nos colocará ao seu lado, juntamente convosco. 15E tudo isso é por causa de vós, para que a abundância da graça em um número maior de pessoas faça crescer a ação de graças para a glória de Deus.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 125)


— Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.

— Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.


— Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios de canções.

— Entre os gentios se dizia: “Maravilhas fez com eles o Senhor!” Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

— Mudai nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.

— Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!


Evangelho (Mt 20,20-28)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.


20Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21Jesus perguntou: “O que tu queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”.

22Jesus, então, respondeu-lhes: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é que dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”.

24Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

Partimos, hoje, de uma afirmação de Jesus que nos permite penetrar no seu coração, conhecer as suas disposições mais profundas: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão” (v. 28). Jesus tem consciência de ser o Filho imolado por amor, para redenção dos irmãos. Vive conscientemente e decididamente a espiritualidade do Servo de Javé, a espiritualidade do Cordeiro imolado. E não fica por belas palavras ou ideais meramente românticos. A sua espiritualidade “vitimal” ou, se preferirmos, “oblativa” até à imolação concretiza-se no “serviço” vivido no total despojamento de si mesmo e em plena confiança no Pai. É o Servo de Deus, mas também o servo “de muitos”, isto é, de todos aqueles que o Pai lhe confiou como irmãos, oprimidos pelo pecado mas abertos ao dom da libertação. Recebeu das mãos do Pai o cálice da paixão, e bebeu-o até à última gota, até à morte de cruz, entregando-se confiadamente nas mãos do Pai.
Os Apóstolos também “beberam o cálice do Senhor, e tornaram-se amigos de Deus”, como diz a antífona da comunhão da festa de S. Tiago inspirada em Mt 20, 22-23. Foi esta a glória dos Apóstolos, e concretamente a de Tiago, que esperava outra bem diferente, quando decidiu seguir Jesus. Quem está com Jesus só pode aspirar a uma glória semelhante à d´Ele: a de participar na sua cruz, nos seus sofrimentos, em profunda união com Ele, em favor de muitos.
Fonte http://www.dehonianos.org/

sábado, 23 de julho de 2016

17º Domingo Comum - 24/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Gn 18,20-32)


Leitura do Livro do Gênesis:

Naqueles dias, 20o Senhor disse a Abraão: “O clamor contra Sodoma e Gomorra cresceu, e agravou-se muito o seu pecado. 21Vou descer para verificar se as suas obras correspondem ou não ao clamor que chegou até mim”.

22Partindo dali, os homens dirigiram-se a Sodoma, enquanto Abraão ficou na presença do Senhor.

23Então, aproximando-se, disse Abraão: “Vais realmente exterminar o justo com o ímpio? 24Se houvesse cinquenta justos na cidade, acaso irias exterminá-los? Não pouparias o lugar por causa dos cinquenta justos que ali vivem? 25Longe de ti agir assim, fazendo morrer o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio. Longe de ti! O juiz de toda a terra não faria justiça?”

26O Senhor respondeu: “Se eu encontrasse em Sodoma cinquenta justos, pouparia por causa deles a cidade inteira”.

27Abraão prosseguiu dizendo: “Estou sendo atrevido em falar ao meu Senhor, eu, que sou pó e cinza. 28Se dos cinquenta justos faltassem cinco, destruirias por causa dos cinco a cidade inteira?”

O Senhor respondeu: “Não destruiria, se achasse ali quarenta e cinco justos”.

29Insistiu ainda Abraão e disse: “E se houvesse quarenta?”

Ele respondeu: “Por causa dos quarenta, não o faria”.

30Abraão tornou a insistir: “Não se irrite o meu Senhor, se ainda falo. E se houvesse apenas trinta justos?”

Ele respondeu: “Também não o faria, se encontrasse trinta”.

31Tornou Abraão a insistir: “Já que me atrevi a falar a meu Senhor, e se houver vinte justos?”

Ele respondeu: “Não a iria destruir por causa dos vinte”.

32Abraão disse: “Que o meu Senhor não se irrite, se eu falar só mais uma vez: e se houvesse apenas dez?” Ele respondeu: “Por causa dos dez, não a destruiria”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 137)



— Naquele dia em que gritei,/ vós me escutastes, ó Senhor!

— Naquele dia em que gritei,/ vós me escutastes, ó Senhor!


— Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,/ porque ouvistes as palavras dos meus lábios!/ Perante os vossos anjos vou cantar-vos/ e ante o vosso templo vou prostrar-me.

— Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,/ porque fizestes muito mais que prometestes;/ naquele dia em que gritei, vós me escutastes/ e aumentastes o vigor da minha alma.

— Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres,/ e de longe reconhece os orgulhosos./ Se no meio da desgraça eu caminhar,/ vós me fazeis tornar à vida novamente;/ quando os meus perseguidores me atacarem/ e com ira investirem contra mim,/ estendereis o vosso braço em meu auxílio/ e havereis de me salvar com vossa destra.

— Completai em mim a obra começada;/ ó Senhor, vossa bondade é para sempre!/ Eu vos peço: não deixeis inacabada/ esta obra que fizeram vossas mãos!

Segunda Leitura (Cl 2,12-14)


Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses:

Irmãos: 12Com Cristo fostes sepultados no batismo; com ele também fostes ressuscitados por meio da fé no poder de Deus, que ressuscitou a Cristo dentre os mortos.

13Ora, vós estáveis mortos por causa dos vossos pecados, e vossos corpos não tinham recebido a circuncisão, até que Deus vos trouxe para a vida, junto com Cristo, e a todos nós perdoou os pecados.

14Existia contra nós uma conta a ser paga, mas ele a cancelou, apesar das obrigações legais, e a eliminou, pregando-a na cruz.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Anúncio do Evangelho (Lc 11,1-13)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.


1Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um dos seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”.

2Jesus respondeu: “Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, 4e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação’”.

5E Jesus acrescentou: “Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, 6porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; 8eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário.

9Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá.

11Será que algum de vós, que é pai, se o filho lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião?

13Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

O “Pai Nosso” é a única oração que Jesus ensinou aos seus discípulos. É também a própria oração de Jesus. “Senhor, ensina-nos a orar”. Como ensinar os outros a rezar, se nós próprios não rezamos? Jesus foi buscar à sua experiência a oração que deu aos seus discípulos. Assim, dizemos palavras que o próprio Jesus diz connosco. A sua oração e a nossa oração são uma única e mesma súplica. Jesus está sempre vivo para interceder em nosso favor. Cada dia, Jesus reza connosco a seu Pai e nosso Pai. Hoje, coloca-se o acento numa oração de louvor e acção de graças. A oração de pedido não é tão valorizada. Porém, a oração que Jesus ensina aos seus discípulos é, antes de mais, uma oração de pedido. O verbo “pedir” aparece seis vezes na passagem de hoje (ver no Evangelho). A experiência parece dizer que os nossos pedidos não são atendidos. Mas Jesus dá-nos uma chave de leitura: é o Espírito Santo que o Pai nos quer dar, o Amor infinito. Trata-se, portanto, de pedir, antes de mais, que este Amor infinito nos modele cada vez mais profundamente, para que aprendamos a ver como Deus nos vê, a amar como Ele nos ama. Ora, entrar numa aventura de amor exige paciência, e também renúncia a nós mesmos para nos abrirmos cada vez mais ao outro. Na realidade, aí está todo o sentido da nossa vida. Nós somos muitas vezes impacientes, ficamos no imediato, na superfície das coisas. Deus olha o coração, vai além das aparências, numa confiança total. Caminho exigente, este que nos conduzirá para além de nós próprios, até à Casa do Nosso Pai.
Fonte http://www.dehonianos.org/

sexta-feira, 22 de julho de 2016

16ª Semana Comum - Sábado 23/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jr 7,1-11)


Leitura do Livro do Profeta Jeremias.

1Palavra comunicada a Jeremias, da parte do Senhor: 2“Põe-te à porta da casa do Senhor e lá anuncia esta palavra, dizendo: Ouvi a palavra do Senhor, todos vós de Judá, que entrais por estas portas para adorar o Senhor. 3Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Melhorai vossa conduta e vossas obras, que eu vos farei habitar neste lugar. 4Não ponhais vossa confiança em palavras mentirosas, dizendo: ‘É o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor!’

5Mas, se melhorardes vossa conduta e vossas obras, se fizerdes valer a justiça, uns com os outros, 6não cometerdes fraudes contra o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, e não andardes atrás de deuses estrangeiros, para vosso próprio mal, 7então eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde sempre e para sempre.

8Eis que confiais em palavras mentirosas, que para nada servem. 9Como?! Roubar, matar, cometer adultério e perjúrio, queimar incenso a Baal, e andar atrás de deuses que nem sequer conheceis; 10e depois, vindes à minha presença, nesta casa em que meu nome é invocado, e dizeis: ‘Nenhum mal nos foi infligido’, tendo embora cometido todas essas abominações. 11Acaso, esta casa, em que meu nome é invocado, tornou-se a vossos olhos uma caverna de ladrões? Eis que também eu vi”, diz o Senhor.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 83)


— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!

— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


— Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!

— Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, e a andorinha ali prepara seu ninho, para nele seus filhotes colocar: vossos altares, ó Senhor Deus do universo! Vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!

— Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de vos louvar! Felizes os que em vós têm sua força, caminharão com um ardor sempre crescente.

— Na verdade, um só dia em vosso templo vale mais do que milhares fora dele! Prefiro estar no limiar de vossa casa, a hospedar-me na mansão dos pecadores!


Evangelho (Mt 13,24-30)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.



Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio.

27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ 29O dono respondeu: ‘Não! pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!’”


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Meditatio

O povo de Jerusalém sentia-se seguro junto do templo onde Deus habitava. Como podia o Senhor abandonar uma cidade onde tinha a sua morada? Aproveitando esse sentimento de segurança, Jerusalém abandonava-se a todo o género de abusos, levando uma vida incoerente com a Aliança. Jeremias insurge-se contra essas ilusões religiosas do seu povo: «Roubais, matais, cometeis adultérios, jurais falso, ofereceis incenso a Baal e procurais deuses que vos são desconhecidos; e depois, vindes apresentar-vos diante de mim, neste templo, onde o meu nome é invocado, e exclamais: 'Estamos salvos!' Mas seguidamente voltais a cometer todas essas abominações» (vv. 9-10).
Para agradar a Deus, não é suficiente ir aos lugares sagrados e participar no culto. É indispensável viver segundo a vontade de Deus. Não há que confiar nas palavras mentirosas dos que dizem: «'Templo do Senhor, templo do Senhor! Este é o templo do Senhor'. Mas, se endireitardes os vossos caminhos e emendardes as vossas obrasentão, Eu permanecerei convosco neste lugar» (cf. vv. 4-7).
Os avisos de Jeremias e, sobretudo, as palavras de Jesus devem fazer-nos pensar! Onde nos leva a nossa confiança em Deus? Se nos permite descurar os nossos deveres, não é verdadeira confiança, porque essa leva à docilidade, à generosidade. E então, sim: Deus jamais faltará com a sua ajuda, e dará a graça para caminharmos no seu amor.
O evangelho leva-nos a reflectir na paciência de Deus e na nossa intolerância. Perante o mal, é espontâneo revoltar-nos contra quem o faz. Por vezes, até nos escandalizamos com Deus, que não intervém para eliminar o sofrimento provocado pelas doenças, pelas prepotências dos outros, pelo egoísmo de tantos… Quem faz tanto mal, semeando morte e sofrimento, não deveria morrer? Estas e outras perguntas vêm do sentido de impotência que experimentamos diante do mal. Deus não nem sempre responde imediatamente aos nossos clamores. Até esperou três dias para responder ao grito do seu próprio Filho cravado na cruz! Como é grande a paciência de Deus! Como é incómoda, também para Ele, que sofre ao ver sofrer os seus filhos! Mas Deus não pode retirar-nos o grande dom da liberdade que nos concedeu! Seria bom até perguntar-nos como usamos esse dom, se o pomos ao serviço do bem ou ao serviço do mal. Não é possível descer a compromissos e, no momento do encontro face a face com Deus, há-de revelar-se claramente a opção feita por cada um. De nada servirá uma religiosidade que se limite a práticas exteriores, que não envolva o coração e a vida. Mais importante do que perguntar pela razão do mal, é perguntar: «que faço para promover o bem?».
A paciência de Deus há-de inspirar e motivar a nossa paciência, em todas as circunstâncias, com todas as pessoas. Há que aceitar serenamente os sofrimentos da vida. E são tantos! Há que saber respeitar os passos dos outros. Mesmo na actividade pastoral, há que aceitar o ritmo das pessoas e das comunidades. Na actividade missionária ad gentes, há que respeitar a lentidão de quem não tem a nossa cultura, a nossa longa tradição cristã. Recordemos que «um é o que semeia e outro o que recolhe» (cf. Jo 4, 27) e que há quem planta e quem rega, mas só Deus faz crescer (cf. 1 Cor 3, 6-7). A evangelização deve ter a sabedoria do camponês que respeita os ritmos da natureza. O missionário é sempre um semeador, não um vendedor ambulante de receitas mágicas com efeito imediato.
A paciência leva-nos também a aceitar o pluralismo: pluralismo de nacionalidade na comunidade, pluralismo de métodos de apostolado, diferenças de sensibilidade, de maneiras de viver e de agir.
Finalmente, a paciência dá-nos capacidade de colaboração, seja com a Igreja local para realizar honestamente os seus planos pastorais, seja com os confrades, com os outros religiosos e religiosas da diocese, com o clero local, e ainda a capacidade de valorizar e envolver os leigos.
Fonte http://www.dehonianos.org/

quinta-feira, 21 de julho de 2016

16ª Semana Comum - Sexta-feira 22/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Ct 3,1-4a)


Leitura do Livro do Cântico dos Cânticos.

Eis o que diz a noiva: 1Em meu leito, durante a noite, busquei o amor de minha vida: procurei-o, e não o encontrei. 2Vou levantar-me e percorrer a cidade, procurando pelas ruas e praças, o amor de minha vida: procurei-o, e não o encontrei. 3Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade. “Vistes porventura o amor de minha vida?” 4aE logo que passei por eles, encontrei o amor de minha vida.


— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.

Ou (escolhe-se uma das leituras)

Primeira Leitura (2Cor 5,14-17)


Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios.

Irmãos, 14o amor de Cristo nos pressiona, pois julgamos que um só morreu por todos, e que, logo, todos morreram. 15De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 16Assim doravante, não conhecemos ninguém conforme a natureza humana. E, se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne, agora já não o conhecemos assim. 17Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 62)


— A minh’alma tem sede de vós, Senhor!

— A minh’alma tem sede de vós, Senhor!


— Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minh’alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água!

— Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder. Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam.

— Quero, pois vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos! A minh’alma será saciada, como em grande banquete de festa; cantará a alegria em meus lábios, ao cantar para vós meu louvor!

— Para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto! Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão me sustenta.


Evangelho (Jo 20,1-2.11-18)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.



1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. 16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabunni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

«Filhos rebeldes», homens desorientados pelo maligno, somos nós, é a humanidade. Mas Deus não esquece o seu povo. Apesar de todas as desorientações e fracassos, podemos confiar n´Ele, que nos garante: «Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos conduzirão com inteligência e sabedoria» (v. 15). E continua: «Quando vos multiplicardes…» (v. 16). Jesus também termina a sua parábola com uma promessa de fecundidade: «Aquele que recebeu a semente em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende: esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta» (v. 23). Deus não se cansa de semear, de chamar, de prometer. Se fala de terrenos áridos, pedregosos, é porque sabe que, também eles, se podem tornar «boa terra», capaz de maravilhosa fecundidade. O que é preciso é «voltar»: «Voltai!» (v. 14), convertei-vos! Onde quer que estejamos, ainda que desorientados, estamos cercados pelo amor misericordioso de Deus, que põe todo o interesse em nós, que está sempre pronto a renovar-nos o dom da vida, que não nos retira a possibilidade de sermos seus amigos. «Voltar» para Deus, e para o seu amor, não é uma experiência humilhante, mas o prelúdio de uma sinfonia de verdadeira vida, capaz de saciar os nossos mais profundos anseios. Ninguém está incapacitado de se abrir à sua Palavra. Não há circunstâncias em que ela não possa ecoar, ser escutada e actuar «para arrancar e demolir, para arruinar e destruir, para edificar e plantar» (Jr 1, 10). Por isso, «não se falará mais na Arca da aliança do Senhor; não lhes virá ao pensamento, não se lembrarão nem sentirão necessidade dela e não se fará outra» (v. 16). Se isto era verdade para os homens do Antigo Testamento, muito mais é verdade para nós. Se Jerusalém se tornou «Trono do Senhor», onde se juntavam «todas as nações» (v. 17), em Jesus, Deus tornou-se Emanuel, Deus connosco, «coração da humanidade e do mundo» (Cst 19).
Acolhamos o dom destas mensagens, que o Senhor hoje nos oferece, e façamo-las ecoar na vida de cada dia, abrindo-nos confiadamente ao seu poder misericordioso.
Fonte Canção Nova

quarta-feira, 20 de julho de 2016

16ª Semana Comum - Quinta-feira 21/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jr 2,1-3.7-8.12.13)


Leitura do Livro do Profeta Jeremias.

1A palavra do Senhor foi-me dirigida, dizendo: 2“Vai e grita aos ouvidos de Jerusalém. Isto diz o Senhor: Lembro-me de ti, da afeição da jovem, do amor da noiva, de quando me seguias no deserto, numa terra inculta. 3Israel, consagrado ao Senhor, era como as primícias de sua colheita; todos os que dele comiam, pecavam; males caíam sobre eles”, diz o Senhor. 7“Eu vos introduzi numa terra de pomares, para que gozásseis de seus melhores produtos, mas, apenas chegados, contaminastes o país e tornastes abominável minha herança. 8Os sacerdotes nem perguntaram onde está o Senhor. Os versados na Lei não me reconheceram, e os chefes do povo voltaram-me as costas, os profetas profetizaram em nome de Baal e correram atrás de coisas que para nada servem. 12Ó céus, espantai-vos diante disso, enchei-vos de grande horror”, diz o Senhor. 13“Dois pecados cometeu meu povo: abandonou-me a mim, fonte de água viva, e preferiu cavar cisternas, cisternas defeituosas que não podem reter água”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 35)


— Em vós está a fonte da vida, ó Senhor!

— Em vós está a fonte da vida, ó Senhor!


— Vosso amor chega aos céus, ó Senhor, chega às nuvens a vossa verdade. Como as altas montanhas eternas é a vossa justiça, Senhor.

— Quão preciosa é, Senhor, vossa graça! Eis que os filhos dos homens se abrigam sob a sombra das asas de Deus. Na abundância de vossa morada, eles vêm saciar-se de bens. Vós lhes dais de beber água viva, na torrente das vossas delícias.

— Pois em vós está a fonte da vida, e em vossa luz contemplamos a luz. Conservai aos fiéis vossa graça, e aos retos, a vossa justiça!


Evangelho (Mt 13,10-17)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 10os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que tu falas ao povo em parábolas?” 11Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem. 13É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem. 14Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. 15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’. 16Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não ouviram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

Jeremias escuta a voz de Deus que lhe diz: «Vai e grita aos ouvidos de Jerusalém» (v. 2). Jerusalém tornara-se dura de ouvidos. Mas Deus força-lhe a surdez, porque a quer como nos inícios da viagem de libertação pelo deserto: «Recordo-me da tua fidelidade no tempo da tua juventude, dos amores do tempo do teu noivado, quando me seguias no deserto» (v. 2). É o tempo do primeiro amor, que ilumina o sentido da vida, ainda que tudo à volta seja deserto. Corre-se sempre o risco de esquecer esse amor, ainda que Deus esteja sempre connosco, eternamente fiel: «Introduziu-vos numa terra fértil... Mas profanastes a minha terra» (v. 7). É o que acontece quando, esquecendo o chamamento de Deus, pecamos.
Deus, como testemunho do seu amor, cumulou-nos de dons. Justamente espera pela nossa correspondência. Se, em vez de O procurarmos a Ele, nos procuramos a nós mesmos, deixamos de ver as suas intenções divinas, e perdemos a direcção certa. Em vez de caminharmos para o Senhor, «nascente de águas vivas», iremos à procura de «cisternas rotas» (v. 15) para saciar a nossa sede.
No evangelho, os discípulos perguntam a Jesus: «Porque lhes falas em parábolas?» (v. 10). Jesus responde: «Falo-lhes em parábolas: pois vêem, sem ver, e ouvem, sem ouvir nem compreender» (v. 13). Que quer dizer: ver sem ver, ouvir sem ouvir nem compreender? É a atitude dos fariseus, que, embora escutando as palavras de Jesus, e vendo os seus milagres, lhe pedem um sinal: «Mestre, queremos ver um sinal feito por ti» (Mt 12, 38). Não querem ver, e não vêem. Nós, por graça de Deus, vemos. Mas corremos o risco de ver superficialmente, de escutar sem procurar compreender. Não vemos nem escutamos em profundidade. Nem sequer os dons do Senhor! Ver bem, ver em profundidade, é ver em tudo o amor do Senhor. Escutar bem, é corresponder a esse amor.
Deus criou livremente o universo e, entre tantas criaturas que O louvam (as ervas, as flores, os pássaros, as estrelas...) quis uma, o homem, que tivesse capacidade para O amar, para corresponder ao Seu amor. Por isso lhe deu a liberdade. Um amor forçado não é amor. O pecado consiste em usar a liberdade para se afastar do amor de Deus, para não lhe corresponder. Mas o dom da liberdade consagra-nos ao amor de Deus, e permite-nos corresponder-lhe, de todo o coração.
Como precisamos todos nós, leigos, religiosos e sacerdotes, de voltar ao primeiro amor, ao fervor na nossa juventude, do nosso baptismo, da nossa profissão religiosa, da nossa ordenação sacerdotal. Não nos tocam também as palavras do Senhor, pelo seu profeta: «Os sacerdotes não se interrogaram… Os doutores da Lei não me reconheceram, os pastores revoltaram-se contra mim, e os profetas profetizaram em nome de Baal e seguiram deuses inúteis»? Voltemos para a «nascente de águas vivas»! Bebamos do Coração de Cristo!
Fonte http://www.dehonianos.org/

terça-feira, 19 de julho de 2016

16ª Semana Comum - Quarta-feira 20/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jr 1,1.4-10)


Leitura do Livro do Profeta Jeremias.

1Palavras de Jeremias, filho de Helcias, um dos sacerdotes de Anatot, da tribo de Benjamim. 4Foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: 5“Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”.

6Disse eu: “Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo”. 7Disse-me o Senhor: “Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás, e tudo que eu te mandar dizer, dirás. 8Não tenhas medo deles, pois estou contigo para defender-te”, diz o Senhor.

9O Senhor estendeu a mão, tocou-me a boca e disse-me: “Eis que ponho minhas palavras em tua boca. 10Eu te constituí hoje sobre povos e reinos com poder para extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 70)


— Minha boca anunciará vossa justiça.

— Minha boca anunciará vossa justiça.


— Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: que eu não seja envergonhado para sempre! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! Escutai a minha voz, vinde salvar-me!

— Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.

— Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo.

— Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.



Evangelho (Mt 13,1-9)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.



1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas:

“O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz.

7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!”


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Meditatio

A palavra é importante. Através dela, tomamos consciência de ser pessoas humanas, comunicamos o que pensamos e sentimos, recebemos a comunicação dos outros, contactamos com o património cultural do passado, conhecemos mundos muito afastados dos nossos… Mas a Palavra de Deus é ainda mais importante! Sem essa semente, não há vida, porque falta a comunicação com Deus, única fonte de toda a realidade.
Para comunicar com os homens, Deus envia os profetas, por Ele escolhidos e chamados, para transmitirem a sua Palavra. Foi o que aconteceu com Jeremias: «Antes de te haver formado no ventre materno, Eu já te conhecia; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constituí profeta das nações» (v. 5). É uma tarefa superior às forças humanas. Apesar das promessas divinas, o profeta procura esquivar-se: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, pois ainda sou um jovem» (v. 6). Mas Deus não aceita a desculpa: «Não digas: 'Sou um jovem'… Não terás medo, pois Eu estou contigo» (vv. 6-7). Deus estará efectivamente com Jeremias. O profeta sofrerá muito, porque as palavras que Deus «lhe põe na boca» (cf. v. 9) o irão tornar malvisto pelo povo. Acabará mártir. Mas a sua vida não será um fracasso: depois da morte, a figura de Jeremias será engrandecida cada vez mais; os seus ensinamentos serão lidos, meditados e comentados…
Jeremias viveu para a missão, guiado pela força irresistível da Palavra de Deus «para arrancar e demolir, para arruinar e destruir, para edificar e plantar» (v. 10).
O evangelho fala-nos da generosidade com que Deus lança à terra, aos nossos corações, a semente da Palavra. Essa Palavra tal como a chuva e a neve, é eficaz (cf Is 55, 10). Todavia, o homem pode contrariar essa eficácia, quando não acolhe a Palavra, ou a acolhe sem as devidas disposições. Mas, quando um coração bem disposto a recebe, produz muito fruto: «Outras (sementes) caíram em terra boa e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; e outras, trinta» (v. 8).
O Pe. Dehon espera dos seus religiosos que sejam no mundo «profetas do amor e servidores da reconciliação dos homens... em Cristo» (Cst 7). Tal missão só se realiza dando ao mundo Cristo, Palavra de Deus, que antes é preciso escutar e acolher no coração: «Nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem» (1 Jo 4,16) (Cst 9). Nunca foi fácil ser profeta, como bem ilustra o caso de Jeremias. Nem hoje é fácil. Quantos bispos, sacerdotes, religiosos, leigos, são assassinados, todos os anos, no exercício da sua missão! Só a confiança, o abandono, a disponibilidade de uma vida totalmente oferecida a Deus permitem ser profetas, também hoje.
Fonte http://www.dehonianos.org/