domingo, 15 de janeiro de 2012

UMA LIÇÃO DE SOLIDARIEDADE

LUCAS 9
12.Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto.13.Jesus replicou-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Retrucaram eles: Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo.14.(Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.15.Assim o fizeram e todos se assentaram.16.Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.17.E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.

MULTIPLICAÇÃO

A partilha do pão é algo que incomoda o mundo global. Incomoda aos que buscam este benefício bem como aos que dele tiram proveito. A incompetência de administrá-la é que transforma em corruptos uma massa de irresponsáveis. Para gerir o produto, resultado dessa onda que engole capitais e nada resolvem, as ONGs, governos, organizações religiosas e políticas, todos navegam num mar de turbulências, tiram proveitos pessoais e o mundo continua na miséria porque são poucos os que realmente trabalham com seriedade para sanar a fome. Usam-na constantemente para proveito próprio em nome de Jesus, mas na realidade estão defendendo o seu bolso.
Esta reflexão busca colocar no terreno fértil do marketing de valores uma pequena semente de mostarda, esperando poder um dia, com esta semente, contribuir para a redenção da fome no mundo.

Nossa reflexão se faz em cima do Milagre da Multiplicação, importantíssima para revermos conceitos, padrões e valores nas ações que permeiam o assunto e buscam soluções eficazes.

12.Ora, o dia começava a declinar...

        O entardecer é uma constante no Evangelho. E o que representa este “entardecer”? Podemos dizer que ele é tempo de mudança. Mas não é somente isso. Todos sabemos que ao ocaso procede a um novo amanhecer. E nesta mudança tudo pode acontecer. É tempo então de uma nova visão. Com o ocaso virá o anoitecer e a escuridão representando momentos difíceis e sombrios. É neste contexto e neste cenário que a sabedoria do Evangelho foca seus acontecimentos. É preciso coragem para reconhecer este tempo de mudança e acreditar que depois do ocaso brota um novo amanhecer cheio de esperanças. Sempre! Se focarmos nossas mudanças e administrarmos com competência não mais serão esperanças que teremos no novo dia, mas sim realizações que nos farão mais fortes.

Um case: O Plano Real.

... os Doze foram dizer-lhe...

        Os doze são os apóstolos mais próximos de Jesus que na realidade não eram 12 e sim 3 os mais próximos. Então, certamente, foram os três que comentaram. Mas os 12 ali estavam presentes e foram escolhidos por Jesus para dar continuidade ao seu projeto depois de sua morte. Eram os melhores daquele tempo? Não! Eram pessoas simples, sem instrução, com muitos defeitos, poucos valores éticos e morais e como diz no Evangelho, pecadores, que é a mesmíssima coisa. Hoje seriam representados pelo pior que existe na nossa força de trabalho. Mas Jesus queria exatamente aqueles que poderiam ser moldados e que tinham no seu caráter resiliencia e sensibilidade para descobrir os valores. Estes homens, resilientes, sensíveis foram bem treinados e ajudaram a eternizar a Igreja de Jesus. Sensibilidade e resiliencia são, pois, requisitos imprescindíveis quando se trata de treinamento.

Outro detalhe interessante. Eram doze! Então já podemos daí destacar a importância que este número tinha para o povo Judeu.
No Gênesis, até o sexto dia tudo foi criado (múltiplo de doze).
Doze eram as tribos patriarcais do antigo povo de Israel que se originaram dos doze filhos de Jacó, neto de Abraão.
Maria foi visitar sua prima Isabel no sexto mês de gravidez.
Este número quer dizer então o necessário e o suficiente para se organizar, os grupos e o tempo.
Importante que para Jesus em primeiro lugar estavam seus colaboradores e para os seus clientes sempre tinha que ser oferecido o melhor.

Um case para reflexão: número de Ministros que compõe o Governo Federal.


...os Doze foram dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto.

        Existia uma multidão naquele sitio deserto esperando ouvir Jesus, esperando por mais um milagre. Certamente tinham cegos, aleijados, hansenianos, tuberculosos e muitos, esperando sua palavra. Os de mais posses tinham com certeza levado suas provisões de alimento. Os mais pobres esperavam pela caridade daqueles.
O dinheiro que o grupo de Jesus tinha era pouco para alimentar os necessitados; eles também era pobres. É bom lembrar que na Igreja original todos trabalhavam para se sustentar inclusive o grupo de Jesus, mas os cristãos eram miseravelmente pobres.

O lugar deserto tem a mesma conotação do ocaso apresentado no versículo 12. É um local de passagem nunca de repouso ou acolhida. E era uma realidade para aquele povo. Fazia parte do seu dia a dia.
A turba representa os clientes a quem Jesus oferece o melhor produto. Estes vinham de longe para ouvi-lo porque o conheciam ou, principalmente, tinha ouvido falar dele. Estes clientes estavam se servindo do seu fornecedor enquanto o produto lhes interessava, já que na hora da condenação de Jesus por Pilatos, nenhum deles estava presente para dar seu testemunho de fé. Neste momento só estavam os seguidores de Barrabas, condenado político que se opunha a opressão de Roma. O Reino de Deus era algo muito distante da compreensão daqueles.
Esta falta de fidelidade repete-se da mesma forma hoje e sempre.

Um case para reflexão: promoção no magazineluiza.

...Não temos mais do que cinco pães e dois peixes...

        Temos novamente os números guiando os valores da época. Cinco pães e dois peixes é simplesmente um valor simbólico. Principalmente porque naquela época costumava-se falar por metáfora, era uma forma de fugir à violência e Jesus e os seus eram muito bom nisso. Era uma forma a confundir os opressores. Os cristãos eram muito perseguidos, principalmente por Saulo, perseguidor feroz do cristianismo e que certamente estava presente. Os 12 precisavam comentar com Jesus que ali havia cristãos sim, mas em pequeno número em relação à multidão existente.

Mas o que nos interessa no momento é exatamente desvendar esta metáfora representada pelos números 5, 2 e 7 que é a soma.

No quinto dia Deus cria os peixes e as aves. Povoa a água e o céu e manda-os serem reprodutivos. O peixe era o símbolo dos cristãos e a ave o símbolo do Espírito Santo conforme aconteceu no batismo de Jesus. Daí pode-se deduzir que a frase que continha as palavras pão e peixe tinha a ver com a presença de cristãos batizados. E que pelo número apresentado eram poucos entre a turba ali existente. O cinco ligado ao pão, alimento imprescindível na mesa do judeu, representava a pequena quantidade dos crentes e um valor material, tangível.
O 5 somado ao 2 dá um resultado 7 que era o número de Igrejas cristãs na época e com isso os apóstolos queriam dizer que todas estavam representadas naquele momento. O 2 ligado ao peixe, símbolo da igreja original queria dizer que eles, da comunidade, acreditavam na presença de Deus Pai e Deus Espírito Santo que ali estava junto ao Deus Filho Jesus. Era um valor intangível. Crer era a coisa mais importante para os cristãos da época, pois esta era a vontade de Deus.

Um case para reflexão: simbologia e cabala judaica.

.14.(Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.

        A multidão de 5.000 homens é exatamente esta turba representada pelo número cinco e o número 50, serve para informar que existiam vários outros grupos, além das 7 igrejas, dispostos a serem batizados, vindos de todas as partes. Jesus manda organizá-los por grupos de procedência. Assim ficaria mais fácil a identificação, o comando e os resultados de acordo com as necessidades de cada grupo.

Um case para reflexão: grandes multidões que se formam em comícios, eventos religiosos, etc.


16.Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.

Como disse a turba era composta de cristãos batizados e não batizados principalmente. Portanto nem todos ainda estavam preparados para participar do grande momento que haveria de acontecer.
Para prepará-los Jesus fez sua pregação e finalizou levantando os olhos ao céu, para em comunhão com o Pai e o Espírito Santo, através da Benção com imposição de mãos, batizá-los com o Espírito Santo é foi exatamente ai que o grande milagre aconteceu.
O milagre da CARIDADE através da SOLIDARIEDADE.
Foi com o batismo no Espírito Santo que toda aquela turba acendeu para a CARIDADE e solidarizando-se uns com os outros, trocaram seus alimentos e como diz finalmente o Evangelho:

17.E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.

Este ato final da multiplicação confere-nos dizer que Jesus nos mostra como organizar multidões e poder cuidar delas permitindo que todos possam se sentir saciados.

Um case: a fome no mundo.
Alvaro de Oliveira Neto


domingo, 8 de janeiro de 2012

NOS TAMBÉM PODEREMOS SER OS MAGOS DO ORIENTE



MATEUS 2, 1
1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.


Esta passagem no Evangelho de Mateus é repleta de simbolismo e marca o nascimento do Filho de Deus. Belém já simboliza a humildade que marcará toda a vida de Jesus. (6E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”. Mt 2, 6). Os magos supõe-se sacerdotes da religião zoroástrica, praticada na Pérsia. Eram sensitivos e como tal tinham o Dom da Profecia e Visualização. Este é o motivo pelo qual eles estavam presentes imediatamente após o nascimento de Jesus.
Mas, o mais importante é que eles vieram de muito longe. Isto quer dizer que eles caminharam muito e por longo tempo para conhecer o Messias.
O Evangelho não cita nem nomes nem quantidade, apenas que eles eram magos do Oriente. E estes magos, que não eram Judeus, portanto eram gentios, vieram em busca do Valor e da Verdade que Jesus representava.
Hoje podemos nos colocar no lugar destes magos, gentios, e até iniciarmos nossa longa caminhada para encontrarmos este Valor e conhecermos a Verdade que Ele representa como segunda pessoa da Trindade Santa e Divina.
Reconheçamos a Verdade e a Verdade nos salvara. Este caminho seguido pelos magos é o mesmo e único Caminho que Jesus diz ser.
Eu sou, o Caminho, a Verdade, e a Vida.
Reconhecendo que o ¨Eu sou” é o próprio nome de Deus que foi dado a Moisés. O caminho, a verdade e a vida são meios de chegarmos a Deus, como fizeram os magos do Oriente.
Caminhemos, pois, por esta senda de verdade e vida e poderemos então, também, encontrar Jesus pleno e Ressucitado.

Alvaro Oliveira