quarta-feira, 28 de março de 2012

GRÃO DE TRIGO




Trigo
Grito
Rito

Atrito
Contrito
Grito
Rito



Grito


Vida
Morte
Vida

Vida
Para
Morrer
Para
Viver


Morte
Por que?
Vida
Por que?


                                               A vida
                                               É
                                               A imperfeição
                                               Da perfeição
                                               Do viver
                                               Na perfeição
                                               Do morrer

Quero morrer
Quero viver
Quero na vida
Ingressar
Para morrer
Para viver


Rigorosamente
Perfeito

No feito
Que se transforma
Forma
Forma de se viver

Rigorosamente
Perfeito

No peito
Alimento
Faz nascer
O trigo
Na terra
Fértil

                                                           Artigo
                                                           De
                                                           Morte
                                                           De
                                                           Vida


Que fazer do morrer
Se o trigo
Na terra
Fértil
Não cair?

Que fazer do nascer?


Frutos que se consomem
Com a eternidade



No trigo
No pão
No castigo

                                            O castigo!

                                            Porque se o trigo
                                            Da palma não cai
                                            A palma do trigo
                                            Não sai

                                            Não morre

                                            Corre
                                            De mão em mão
                                            Pão!
                                            Não cumpre
                                            Não rompe
                                            Não morre
                                            Corre!


Morrer!
Morrer!
Morrer!

                                               O trigo tem
                                               Que
                                               Morrer
                                               Para o fruto
                                               Nascer
                                               E vencer


Se não morre
                                               Simplesmente
                                               Morre!     

Se morre

                                               Simplesmente
                                               Não morre! 

Vive
Nos
Frutos
Frutifica
Na
Eternidade

                                               Verdade!
                                               Realidade!
                                               É Deus
                                               Glorificado! 








Alvaro de Oliveira
Orlando, 28/03/2012





JOÃO 12, 20-33

Naquele tempo, 20havia alguns gregos entre os que tinham subido a Jerusalém, para adorar durante a festa. 
21Aproximaram-se de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e disseram: “Senhor, gostaríamos de ver Jesus”. 
22Filipe combinou com André, e os dois foram falar com Jesus. 
23Jesus respondeu-lhes: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado.24Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto. 
25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. 
26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. 
27Agora sinto-me angustiado. E que direi? ‘Pai, livra-me desta hora?’ Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. 28Pai, glorifica o teu nome!”
Então veio uma voz do céu: “Eu o glorifiquei e glorificarei de novo!”
29A multidão, que aí estava e ouviu, dizia que tinha sido um trovão. Outros afirmavam: “Foi um anjo que falou com ele”. 
30Jesus respondeu e disse: “Essa voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por causa de vós. 31É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, 32e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim”. 
33Jesus falava assim para indicar de que morte iria morrer”.

segunda-feira, 26 de março de 2012



MATEUS 2, 1
1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. 

Esta passagem no Evangelho de Mateus é repleta de simbolismo e marca o nascimento do Filho de Deus. Belém já simboliza a humildade que marcará toda a vida de Jesus. (6E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”. Mt 2, 6). Os magos supõe-se sacerdotes da religião zoroástrica, praticada na Pérsia. Eram sensitivos e como tal tinham o Dom da Profecia e Visualização. Este é o motivo pelo qual eles estavam presentes imediatamente após o nascimento de Jesus.
Mas, o mais importante é que eles vieram de muito longe. Isto quer dizer que eles caminharam muito e por longo tempo para conhecer o Messias.
O Evangelho não cita nem nomes nem quantidade, apenas que eles eram magos do Oriente. E estes magos, que não eram Judeus, portanto eram gentios, vieram em busca do Valor e da Verdade que Jesus representava.
Hoje podemos nos colocar no lugar destes magos, gentios, e até iniciarmos nossa longa caminhada para encontrarmos este Valor e conhecermos a Verdade que Ele representa como segunda pessoa da Trindade Santa e Divina.
Reconheçamos a Verdade e a Verdade nos salvara. Este caminho seguido pelos magos é o mesmo e único Caminho que Jesus diz ser.
Eu sou, o Caminho, a Verdade, e a Vida.
Reconhecendo que o ¨Eu sou” é o próprio nome de Deus que foi dado a Moisés. O caminho, a verdade e a vida são meios de chegarmos a Deus, como fizeram os magos do Oriente.
Caminhemos, pois, por esta senda de verdade e vida e poderemos então, também, encontrar Jesus pleno e Ressucitado.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O SILÊNCIO DE DEUS




A dinâmica de palavra e silêncio, que marca a oração de Jesus em toda a sua existência terrena, sobretudo na cruz, tem a ver também com a nossa vida de oração em duas direções. A primeira é aquela em relação ao acolhimento da Palavra de Deus. É necessário o silêncio interior e exterior para que a palavra possa ser ouvida.E este é um ponto particularmente difícil para nós no nosso tempo. De fato, a nossa época não favorece o recolhimento e ainda às vezes se tem a impressão que exista um medo de destacar-se, mesmo por um instante, do rio de palavras e de imagens que marcam e preenchem os nossos dias. Por isto na já mencionada Verbum Dominirecordei a necessidade de educar-nos ao valor do silêncio: "Redescobrir a centralidade da Palavra de Deus na vida da Igreja quer dizer também redescobrir o sentido do recolhimento e da quietude interior. A grande tradição patrística nos ensina que os mistérios de Cristo, são ligados ao silêncio e somente nele a Palavra pode encontrar morada em nós, como aconteceu com Maria, inseparavelmente Mulher da palavra e do silêncio" (n.21). Este princípio - que sem silêncio não se escuta, não se ouve, não se recebe uma palavra -  vale para a oração pessoal sobretudo, mas também para as nossas liturgias: para facilitar uma escuta autêntica, elas devem ser ricas de momentos de silêncio e de acolhimento não verbal. Vale sempre a observação de Santo Agostinho: Verbo crescente, verba deficiunt - "Quando o Verbo de Deus cresce, as palavras do homem diminuem" (Sermo 288,5: PL 38,1307; Sermo 120,2: PL 28,677).
Os Evangelhos apresentam frequentemente, sobretudo nas escolhas decisivas, Jesus que se retira sozinho em um lugar longe das multidões e dos próprios discípulos para rezar no silêncio e viver o seu relacionamento filial com Deus. O silêncio é capaz de escavar um espaço interior de nós mesmos, para fazer habitar Deus, para que a sua Palavra permaneça em nós, para o amor por Ele se enraize na nossa mente e no nosso coração, e anime a nossa vida. Portanto, a primeira direção: reaprender o silêncio, a abertura para a escuta, que nos abre para o alto, à Palavra de Deus.

Bento XVI

Fonte:http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=285495

quinta-feira, 1 de março de 2012

DEIXA A LUZ ILUMINAR TUA ALMA





TRIBUTO A GEÍSA

“Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice;
Não seja, porém, a minha vontade
A fazer-se, mas a tua.” (Lu 22,42)


Prenúncios do grande momento do amor de Deus,
Que, naquele instante, entregava seu filho
Para salvar o seu povo.

“Leva-me contigo, deixa minha mãe em paz”.
Momento de profundo amor ao próximo
De uma mulher predestinada,
Que iluminada por Deus
Entregou-se ao bandido,
Como mártir de um povo,
Por alguém que nem conhecia
E a chamou de mãe.

(“Vós sois a Luz do mundo” Mt 5,14)
Foram quatro horas de sofrimento extremo,
Que fez de Geísa a luz
Para todos os que insistem
Em não enxergar a violência,
Para todos os que insistem
Em não ouvir o grito, dos corações aflitos,
De um povo sofrido.
Tão órfão, como órfã era ela própria,
Para todos os corações que continuam a bater.

Uma vida se deu para refletirmos:
Quem matou esta heroína anônima,
Que talvez nem soubesse
Do que era capaz a sua bondade
E nem percebeu a grandeza do seu gesto.
Foi morta por um homem
Que escapou da chacina da Candelária?
Foi morta pelo clamor dos excluídos?
Foi morta pelos famintos?
Foi morta pelos desamparados?
Foi morta pelos loucos e drogados da sociedade?
Foi morta pela emoção de homens despreparados?
Foi morta pela hipocrisia da nação,
Que dá as costas aos graves problemas da violência?
Foi morta por todos nós, que somos apáticos:
Porque não gritamos,
Porque não exigimos,
Porque somos o resto da escória do mundo,
Para o primeiro mundo.
Por que entregamos nossos valores mais profundos?
Por que saímos da frente do espelho
Com vergonha do que vemos?
Por que somos alheios a tudo o que nos rodeia?

Esta mulher, Luz de uma nação, foi morta;
Morta como hóstia viva
E se transformou em útero da verdade reveladora
Para que todos compreendam
Que faltam gestos profundos:
De amor,
De honradez,
De vergonha,
De respeito,
De coragem de dizer:
Esta é minha mãe! Não façam mal a ela.
Esta é minha pátria! Não faça a ela nenhum mal
Porque estarei na frente das armas
E serei escudo dos oprimidos;
Porque estarei sempre defendendo
O que há de mais puro
Nos meus sentimentos de patriota;
Porque estarei agora e sempre disposto
A qualquer sacrifício
Para que sejamos uma nação honrada e decente,
Que possa orgulhar-se de seus filhos,
Como neste momento a família de Geísa,
Mesmo com toda a dor da sua falta,
Deverá estar a orgulhar-se dela.



Alvaro Oliveira
01/03/2012

* Tributo a Geísa Firmo Gonçalves, vítima do assalto ao ônibus da linha 174 Gavea-Centro, no Jardim Botânico - Rio de janeiro em 12/6/2000.