12.Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto.13.Jesus replicou-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Retrucaram eles: Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo.14.(Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.15.Assim o fizeram e todos se assentaram.16.Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.17.E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.
MULTIPLICAÇÃO
A partilha do
pão é algo que incomoda o mundo global. Incomoda aos que buscam este benefício
bem como aos que dele tiram proveito. A incompetência de administrá-la é que
transforma em corruptos uma massa de irresponsáveis. Para gerir o produto,
resultado dessa onda que engole capitais e nada resolvem, as ONGs, governos,
organizações religiosas e políticas, todos navegam num mar de turbulências,
tiram proveitos pessoais e o mundo continua na miséria porque são poucos os que
realmente trabalham com seriedade para sanar a fome. Usam-na constantemente
para proveito próprio em nome de Jesus, mas na realidade estão defendendo o seu
bolso.
Esta reflexão busca colocar no terreno fértil do marketing
de valores uma pequena semente de mostarda, esperando poder um dia, com esta
semente, contribuir para a redenção da fome no mundo.
Nossa reflexão se faz em cima do Milagre da Multiplicação,
importantíssima para revermos conceitos, padrões e valores nas ações que
permeiam o assunto e buscam soluções eficazes.
12.Ora, o dia começava a declinar...
O entardecer é
uma constante no Evangelho. E o que representa este “entardecer”? Podemos dizer
que ele é tempo de mudança. Mas não é somente isso. Todos sabemos que ao ocaso
procede a um novo amanhecer. E nesta mudança tudo pode acontecer. É tempo então
de uma nova visão. Com o ocaso virá o anoitecer e a escuridão representando
momentos difíceis e sombrios. É neste contexto e neste cenário que a sabedoria
do Evangelho foca seus acontecimentos. É preciso coragem para reconhecer este
tempo de mudança e acreditar que depois do ocaso brota um novo amanhecer cheio
de esperanças. Sempre! Se focarmos nossas mudanças e administrarmos com
competência não mais serão esperanças que teremos no novo dia, mas sim
realizações que nos farão mais fortes.
Um case: O Plano Real.
... os Doze foram dizer-lhe...
Os doze são os
apóstolos mais próximos de Jesus que na realidade não eram 12 e sim 3 os mais
próximos. Então, certamente, foram os três que comentaram. Mas os 12 ali
estavam presentes e foram escolhidos por Jesus para dar continuidade ao seu
projeto depois de sua morte. Eram os melhores daquele tempo? Não! Eram pessoas
simples, sem instrução, com muitos defeitos, poucos valores éticos e morais e
como diz no Evangelho, pecadores, que é a mesmíssima coisa. Hoje seriam
representados pelo pior que existe na nossa força de trabalho. Mas Jesus queria
exatamente aqueles que poderiam ser moldados e que tinham no seu caráter resiliencia
e sensibilidade para descobrir os valores. Estes homens, resilientes, sensíveis
foram bem treinados e ajudaram a eternizar a Igreja de Jesus. Sensibilidade e
resiliencia são, pois, requisitos imprescindíveis quando se trata de
treinamento.
Outro detalhe interessante. Eram doze! Então já podemos daí
destacar a importância que este número tinha para o povo Judeu.
No Gênesis, até o sexto dia tudo foi criado (múltiplo de
doze).
Doze eram as tribos patriarcais do antigo povo de Israel que
se originaram dos doze filhos de Jacó, neto de Abraão.
Maria foi visitar sua prima Isabel no sexto mês de gravidez.
Este número quer dizer então o necessário e o suficiente
para se organizar, os grupos e o tempo.
Importante que para Jesus em primeiro lugar estavam seus
colaboradores e para os seus clientes sempre tinha que ser oferecido o melhor.
Um case para reflexão: número de Ministros que compõe o
Governo Federal.
...os Doze foram dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão
pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque
aqui estamos num lugar deserto.
Existia uma
multidão naquele sitio deserto esperando ouvir Jesus, esperando por mais um
milagre. Certamente tinham cegos, aleijados, hansenianos, tuberculosos e
muitos, esperando sua palavra. Os de mais posses tinham com certeza levado suas
provisões de alimento. Os mais pobres esperavam pela caridade daqueles.
O dinheiro que o grupo de Jesus tinha era pouco para
alimentar os necessitados; eles também era pobres. É bom lembrar que na Igreja
original todos trabalhavam para se sustentar inclusive o grupo de Jesus, mas os
cristãos eram miseravelmente pobres.
O lugar deserto tem a mesma conotação do ocaso apresentado
no versículo 12. É um local de passagem nunca de repouso ou acolhida. E era uma
realidade para aquele povo. Fazia parte do seu dia a dia.
A turba representa os clientes a quem Jesus oferece o melhor
produto. Estes vinham de longe para ouvi-lo porque o conheciam ou,
principalmente, tinha ouvido falar dele. Estes clientes estavam se servindo do
seu fornecedor enquanto o produto lhes interessava, já que na hora da
condenação de Jesus por Pilatos, nenhum deles estava presente para dar seu
testemunho de fé. Neste momento só estavam os seguidores de Barrabas, condenado
político que se opunha a opressão de Roma. O Reino de Deus era algo muito
distante da compreensão daqueles.
Esta falta de fidelidade repete-se da mesma forma hoje e sempre.
Um case para reflexão: promoção no magazineluiza.
...Não temos mais do que cinco pães e dois peixes...
Temos
novamente os números guiando os valores da época. Cinco pães e dois peixes é
simplesmente um valor simbólico. Principalmente porque naquela época
costumava-se falar por metáfora, era uma forma de fugir à violência e Jesus e
os seus eram muito bom nisso. Era uma forma a confundir os opressores. Os
cristãos eram muito perseguidos, principalmente por Saulo, perseguidor feroz do
cristianismo e que certamente estava presente. Os 12 precisavam comentar com
Jesus que ali havia cristãos sim, mas em pequeno número em relação à multidão
existente.
Mas o que nos interessa no momento é exatamente desvendar
esta metáfora representada pelos números 5, 2 e 7 que é a soma.
No quinto dia Deus cria os peixes e as aves. Povoa a água e
o céu e manda-os serem reprodutivos. O peixe era o símbolo dos cristãos e a ave
o símbolo do Espírito Santo conforme aconteceu no batismo de Jesus. Daí pode-se
deduzir que a frase que continha as palavras pão e peixe tinha a ver com a
presença de cristãos batizados. E que pelo número apresentado eram poucos entre
a turba ali existente. O cinco ligado ao pão, alimento imprescindível na mesa
do judeu, representava a pequena quantidade dos crentes e um valor material,
tangível.
O 5 somado ao 2 dá um resultado 7 que era o número de
Igrejas cristãs na época e com isso os apóstolos queriam dizer que todas
estavam representadas naquele momento. O 2 ligado ao peixe, símbolo da igreja
original queria dizer que eles, da comunidade, acreditavam na presença de Deus
Pai e Deus Espírito Santo que ali estava junto ao Deus Filho Jesus. Era um
valor intangível. Crer era a coisa mais importante para os cristãos da época,
pois esta era a vontade de Deus.
Um case para reflexão: simbologia e cabala judaica.
.14.(Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos
discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.
A multidão de
5.000 homens é exatamente esta turba representada pelo número cinco e o número
50, serve para informar que existiam vários outros grupos, além das 7 igrejas,
dispostos a serem batizados, vindos de todas as partes. Jesus manda
organizá-los por grupos de procedência. Assim ficaria mais fácil a identificação,
o comando e os resultados de acordo com as necessidades de cada grupo.
Um case para reflexão: grandes multidões que se formam em
comícios, eventos religiosos, etc.
16.Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes,
levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos,
para que os servissem ao povo.
Como disse a turba era composta de cristãos batizados e não
batizados principalmente. Portanto nem todos ainda estavam preparados para
participar do grande momento que haveria de acontecer.
Para prepará-los Jesus fez sua pregação e finalizou
levantando os olhos ao céu, para em comunhão com o Pai e o Espírito Santo,
através da Benção com imposição de mãos, batizá-los com o Espírito Santo é foi
exatamente ai que o grande milagre aconteceu.
O milagre da CARIDADE através da SOLIDARIEDADE.
Foi com o batismo no Espírito Santo que toda aquela turba
acendeu para a CARIDADE e solidarizando-se uns com os outros, trocaram seus
alimentos e como diz finalmente o Evangelho:
17.E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou
recolheram ainda doze cestos de pedaços.
Este ato final da multiplicação confere-nos dizer que Jesus
nos mostra como organizar multidões e poder cuidar delas permitindo que todos
possam se sentir saciados.
Um case: a fome no mundo.
Alvaro de Oliveira Neto
Alvaro de Oliveira Neto
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