A oração mais perfeita e completa que temos é o Pai-Nosso.
Muitos dos nossos irmãos evangélicos criticam nosso rezar, porque dizem que
este se trata de palavras repetidas, não espontâneas. No entanto, eu lhe digo,
meu irmão, se você entender a oração que Cristo nos deixou, se refletir cada
palavra e, principalmente, se as viver, não precisará de mais nenhuma oração.
Nela, encontramos tudo o que precisamos para sermos santos.
“Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso
nome”. Você já reparou que Jesus não disse “meu Pai”? Deus é Pai de todos nós e
temos de ter uma consciência comunitária em nossas orações. “Que estais no
céu”, em toda parte, inclusive aqui, agora. “Santificado seja o Vosso nome”,
significa que não só o nome, mas também Sua realidade divina, em três Pessoas,
seja adorada, glorificada, conhecida e acreditada no mundo inteiro. Para que
isso aconteça, precisamos fazer a nossa parte como anunciadores da mensagem de
Jesus Cristo.
“Venha a nós o Vosso Reino”. É importante explicar aos
nossos filhos e às crianças do Catecismo o que isso significa: “venha a nós o
governo de Deus”, ou seja, precisamos permitir que o Senhor governe nossa vida.
A oração do Pai-Nosso está no plural, porque toda oração que rezamos não deve
ser apenas pessoal, mas realizada para todos.
“Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu” e
não a nossa vontade, não à vontade de satanás nem do assaltante ou daqueles que
querem nos prejudicar. Não à vontade dos que pretendem nos afastar do caminho,
da verdade e da vida.
“O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. E amanhã, eu não vou
comer? Sim, mas nós vamos rezar, agradecer e pedir novamente. Este é o
procedimento, porque Deus nos aconselha a não nos preocuparmos com o dia de
amanhã. Por isso, vamos pedir o pão somente para hoje.
Pão, aqui, não significa somente o pãozinho da padaria, mas
sim o alimento, a saúde para trabalhar, o estudo que nos prepara para ganhar
dinheiro, o emprego tão difícil de encontrar hoje em dia, etc.
“Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que
nos ofenderam”. Quando somos lesados, injustiçados, precisamos recorrer aos
nossos direitos, porque se todo cristão ficar “bonzinho”, sem reclamar de
nenhum abuso cometido pelos outros, todos vão se aproveitar de nós, fazendo-nos
de bobos. No entanto, depois da tempestade vem sempre a calmaria, a paz.
Fiquemos atentos, porque Jesus sempre nos orienta a fazer as pazes.
“E não nos deixeis cair em tentação”, porque são muitas as
seduções que nos cercam no nosso dia a dia, tentando tirar-nos a paz e a
amizade com Deus.
“Mas livrai-nos do mal”. São tantos os males desta vida:
assaltos, roubos, acidentes, tentações, etc.
Temos a liberdade de chamar nosso Criador de Pai, mas não
somente “meu Pai”. É o nosso Pai quem nos leva à unidade com os irmãos
espalhados pelo mundo, os quais também oram o Pai-Nosso. Damos ao nome de Deus
o devido respeito – santificado seja Seu nome – e pedimos que Seu Reino esteja
entre nós. Entregamos nossa vida a Ele, quando pedimos que seja feita Sua
vontade.
No centro da oração, mais uma vez, tratamos o Senhor como
Pai, afinal quem é o responsável pelo nosso sustento, nosso pão de cada dia,
senão Ele? Mostramo-nos arrependidos quando Lhe pedimos perdão pelos nossos pecados.
E assumimos nossas fraquezas quando solicitamos Sua proteção e o livramento dos
males que não podemos controlar.
Entretanto, pergunto-me: Será que vivemos em unidade com
nossos irmãos? Será que, verdadeiramente, tratamos o nome de Deus com o devido
respeito? Perdoamos aos nossos irmãos do mesmo modo que desejamos ser
perdoados? Será que, muitas vezes, não facilitamos para que o mal entre em
nossas vidas?
“Pai, livre-me de reduzir as palavras vazias, a oração que
Jesus nos ensinou. Que eu saiba encontrar o sentido do Pai-Nosso centrando
minha vida na filiação divina e na fraternidade. Amém!
Padre Bantu Mendonça
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