Em encontro com jornalistas, Papa conta como escolheu o nome
‘Francisco’.
Ao dizer ao Papa “Não se esqueça dos pobres”, Dom Cláudio
Hummes acabou inspirando o nome ‘Francisco’.
Dando continuidade aos seus primeiros compromissos como
Sucessor de Pedro, o Papa Francisco participou na manhã deste sábado, 16, de um
encontro com os jornalistas que fizeram a cobertura do Conclave. O encontro aconteceu
na Sala Paulo VI, no Vaticano.
Em um primeiro momento, o presidente do Pontifício Conselho
das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, fez uma saudação inicial ao
Santo Padre.
Já em seu discurso, o Papa contou qual foi a inspiração para
a escolha de seu nome de pontificado: Francisco. Ele explicou que o arcebispo
emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, esteve ao seu lado no Conclave,
principalmente quando a contagem dos votos já havia alcançado 2/3 e os cardeais
já sabiam quem seria o novo Papa. Nesse momento, o Papa contou que Dom Cláudio
o abraçou, o beijou e lhe disse: “Não se esqueça dos pobres”.
Em relação aos pobres, o Papa logo pensou em São Francisco
de Assis. E enquanto o escrutínio continuava, ele disse que pensou na questão
das guerras, e Francisco é um homem da paz, então veio ao seu coração o nome
Francisco de Assis.
“Para mim é o homem da pobreza, da paz, que ama e guarda a
criação. Neste momento, infelizmente, não temos uma relação tão boa com a
natureza, com a criação. Como eu gostaria de uma Igreja pobre, como eu gostaria
de uma Igreja junto aos pobres”.
Agradecimentos
Papa Francisco destacou que estava muito feliz em poder
participar desse encontro no início de seu ministério e agradeceu a todos os
jornalistas.
“Agradeço o serviço que vocês prestaram levando notícias
para o mundo inteiro, vocês realmente trabalharam. Nesses dias, todos os olhos
do mundo católico, mas não só dos católicos, se voltaram aqui para este lugar,
para a Praça São Pedro. Todos se voltaram para os ritos da Igreja católica,
noticiando todos os acontecimentos da vida da Igreja, da Santa Sé e, em
particular, daquilo que é próprio do ministério petrino”, disse.
Francisco também agradeceu a todos os que comunicaram aquilo
que é justo da vida da Igreja, que é a fé. Ele enfatizou que a Igreja, mesmo
sendo uma instituição humana e histórica, com tudo aquilo que comporta, não tem
uma natureza política, mas essencialmente espiritual, porque ela é o povo de
Deus, o santo povo de Deus, que caminha em direção ao encontro com Jesus
Cristo.
“Somente colocando nesta perspectiva é possível dar razão
aquilo que é a Igreja católica. Cristo é presente na vida da Igreja. Entre
todos os homens, Cristo escolheu o seu vigário, que é o Sucessor de Pedro, mas
Cristo é o centro, e não o Sucessor de Pedro. Cristo é o fundamento da vida da
Igreja”.
O Santo Padre também agradeceu pelo empenho que os
jornalistas tiveram, sobretudo, de terem buscado o conhecimento da natureza da
Igreja, o seu caminho no mundo. E todo esse trabalho, segundo Papa Francisco,
está em comunhão com a Igreja.
“Há uma comunhão, porque a Igreja existe para comunicar a
verdade, a bondade e a beleza. O que deveria aparecer claramente é que somos
todos chamados não a comunicar a nós mesmos, mas essa tríade existencial que é
a verdade, a bondade e a beleza”.
A benção
Ao final da audiência, o Papa expressou seu desejo de
abençoar o trabalho de todos os jornalistas e de que todos possam conhecer
Cristo e a verdade da Igreja. Ele confiou o trabalho de todos à intercessão da
Bem Aventurada Virgem Maria, estrela da nova evangelização.
A benção foi dada de coração, e não como de costume. O gesto
do Papa foi em respeito aos presentes que poderiam não ser católicos. “Muitos
de vocês pertencem à Igreja católica, outros não são cristãos, mas eu gostaria
de dar essa benção a cada um de vocês, respeitando a consciência de cada um, porque
cada um de vocês é filho de Deus”.
FRANCISCO
No momento dos cumprimentos com os membros do Pontifício
Conselho das Comunicações Sociais, o Papa recebeu de presente um Ipad.
Fonte: Canção Nova
Jéssica Marçal
Da Redação
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