sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 01/03 - Transfiguração de Jesus - Mc 9, 2-10



Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João e os fez subir a um lugar retirado, no alto de uma montanha, a sós. Lá, ele foi transfigurado diante deles. Sua roupa ficou muito brilhante, tão branca como nenhuma lavadeira na terra conseguiria torná-la assim. Apareceram-lhes Elias e Moisés, conversando com Jesus. Pedro então tomou a palavra e disse a Jesus: “Rabi, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Na realidade, não sabia o que devia falar, pois eles estavam tomados de medo. Desceu, então, uma nuvem, cobrindo-os com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai-o!”. E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém: só Jesus estava com eles. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos. Eles ficaram pensando nesta palavra e discutiam entre si o que significaria esse “ressuscitar dos mortos”.

LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Neste segundo domingo da quaresma, mais uma vez nos encontramos com a riqueza da Palavra de Deus. Celebramos na liturgia a memória da Transfiguração do Senhor. O autor Raniero Cantalamessa, em seu livro O Mistério da Transfiguração, nos diz: "Jesus se transfigura ainda hoje na Escritura, e não basta a inteligência humana para tornar suas vestes cândidas, isto é, suas palavras claras e compreensíveis... Asseguramos que nenhuma leitura científica pode, por si só, iluminar o mistério encerrado na Escritura. Só o Espírito Santo pode fazê-lo".
Peçamos que o Espírito Santo nos ilumine para compreendermos o mistério da vida de Cristo revelado na Transfiguração: Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

É o momento de compreendermos o texto. O que ele diz? Leia calma e silenciosamente o texto do Evangelho. Depois, leia novamente em voz alta e pausadamente, e procure repetir as palavras que chamam sua atenção. Quais personagens aparecem no texto? Onde eles se encontram? O que acontece no alto da montanha? Como os discípulos reagem? O que significam as palavras: "Este é o meu Filho amado. Escutai-o!"? Por que os discípulos não compreenderam o que Jesus queria dizer com "ressuscitar dos mortos"?
Alguns elementos presentes no texto: diferentemente de outros relatos em que Jesus realiza curas e milagres, aqui algo se realiza em Jesus. A roupa branca e brilhante revela a manifestação da luz divina que Jesus irradia de seu interior. A Transfiguração é um efeito da oração de Jesus. A montanha é lugar onde Deus se comunica e se manifesta. Moisés e Elias aparecem conversando com Jesus e representam a Lei e os Profetas do Antigo Testamento. A voz do Pai revela quem é Jesus e qual a sua missão: "o Filho amado, escutai-o".
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Agora, vamos trazer a reflexão da Palavra para a nossa vida. O que o texto me fala? Que aspectos do mistério de Deus esta passagem proporciona conhecer? Como Cristo viveu isso? Que luz nos dá Jesus, com sua pessoa e sua mensagem? De que maneira esta passagem nos compromete? O que ela está me pedindo?
Na montanha, os discípulos foram testemunhas, contempladores da grandeza de Jesus. Contemplar o rosto de Jesus ilumina a nossa caminhada, mesmo nas noites mais escuras. A glória manifestada na transfiguração é a transparência do amor e da liberdade com que Jesus sempre se relacionou com seus discípulos e com o povo.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Ouvimos Deus que nos falou em sua Palavra. Agora, somos impelidos em direção àquele a quem temos ouvido. O que o texto bíblico me inspira a dizer a Deus? Conclua com a oração composta por São João Paulo II: Senhor Jesus, concede-me crer firmemente no amor que tu me revelaste e que doaste no teu Evangelho. Faze que eu ouça cada dia a tua voz que me chama a seguir-te para sentir sempre em mim os benefícios da tua redenção. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Qual é o novo olhar que nasceu em mim, a partir da Palavra? Apelos que recebi e compromissos que desejo concretizar em minha vida.
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
O Pai age em Jesus, revelando a sua filiação divina

O livro do Gênesis é o livro das origens: da criação, do mal e da fé no Deus único e verdadeiro. Na primeira leitura, temos o relato do sacrifício de Abraão. Deus não pretende tirar a vida de Isaac, como se pode notar no próprio relato – filho que Abraão teve com Sara já na sua velhice –, mas testar e aprofundar a fé do Patriarca. Para o Antigo Testamento, o sacrifício não é algo negativo, mas positivo, porque une o homem a Deus. Pela sua confiança em Deus, Abraão estava disposto e preparou tudo para oferecer o seu filho. Seu sacrifício e sua fé constituíram-se numa fonte de bênçãos. A promessa de Deus de uma descendência numerosa para Abraão é consequência de sua obediência a Deus. Na leitura cristã do Antigo Testamento, o sacrifício de Isaac é figura do sacrifício de Jesus. O relato da transfiguração do Senhor é a sequência do primeiro anúncio da paixão, morte e ressurreição do Senhor (Mc 8,31-33) e da apresentação das exigências para seguir Jesus (Mc 8,34-38). Os discípulos, entre outros, têm dificuldade de aceitar a novidade do messianismo vivido por Jesus, um Messias que passa pelo sofrimento e pela morte. Desde então, a glória de Jesus está ligada à sua paixão e morte. O caminho do discípulo, no entanto, é o caminho do Mestre. A transfiguração é uma prolepse do mistério pascal de Jesus Cristo. O passivo divino “foi transfigurado” significa que o Pai é quem age em Jesus, revelando a sua filiação divina. A observação de que as vestes ficaram brancas como nenhuma lavadeira conseguiria fazê-lo é o modo bíblico de dizer que se trata de uma revelação de Deus. O desconcerto de Pedro diante do mistério deve ser vencido pela escuta do Filho bem amado de Deus. É preciso escutar Jesus, pois sua mensagem descortina o mistério de Deus; é preciso escutar o Senhor, pois só ele tem “palavras de vida eterna”. A transfiguração de Jesus nos ajuda a compreender que aquele que vai sofrer a paixão e ser glorificado é o Filho de Deus que se encarnou para a nossa salvação. O que sustenta nossa vocação cristã, o que sustenta nossa fé é a graça da ressurreição do Senhor. O sofrimento e a morte não são a última palavra. O Senhor, ressuscitado dos mortos, venceu o mal e a morte; glorioso, nos faz participantes de sua vitória. Este é o conteúdo da esperança cristã. É preciso manter os ouvidos abertos e o olhar fixo no Senhor, que passou pelo sofrimento e pela morte, e ressuscitou. A experiência dos efeitos de sua ressurreição conduz os discípulos, todos nós, a vivermos a adesão à pessoa de Jesus Cristo no cotidiano de nossa vida.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 28/02 - A radicalidade no amor - Mt 5, 43-48



Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!”. Ora, eu vos digo: amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem! Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus; pois ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos. Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.


LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Na caminhada que estamos realizando com a Palavra de Deus, em preparação à Páscoa do Senhor, o Evangelho hoje nos apresente um grande apelo: passar do amor ao próximo para o amor aos inimigos. Por isso, mais uma vez peçamos que o Espírito Santo nos ajude a rezar e a entrar em profunda sintonia com a proposta de Jesus.
Repita algumas vezes a oração: Vem Santo Espírito consolador, acendei em nós a chama do vosso amor.
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto bíblico? Leia atentamente e procure compreendê-lo. Leia novamente fazendo pequenas paradas para repetir a palavra que chama a sua atenção durante a leitura. A quem Jesus está instruindo? Qual é o tema central de sua mensagem? Quais são os questionamentos presentes no texto? Qual comparação Jesus utiliza? Vamos ter presente em nossa compreensão do texto, que o relato de Mt 5, 43-48 está inserido no bloco de capítulos das bem-aventuranças e são orientações de Jesus para seus discípulos. Jesus faz referência ao Pai que tem compaixão e misericórdia por todos, também para com os pecadores. O amor aos inimigos é um amor muito mais exigente do que o amor ao próximo, mas está sustentando na imitação de Deus que reparte suas graças sobre todos, justos e pecadores, sem distinção. É na prática do amor aos inimigos que nos tornamos verdadeiramente filhos de Deus.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Silencie e procure perceber o que o texto diz para sua vida. Qual foi a palavra que encontrou maior sintonia com os apelos do seu coração? Deixe a Palavra de Deus encontrar espaço em sua vida. Examine sua consciência, reveja suas ações, confronte suas atitudes com a mensagem de Jesus.
Jesus nos ensina que o cristão precisa ir além do amor ao próximo. A vivência do amor não pode conhecer limites, ser condicionados aos gostos, preferências ou pessoas que nos agradam. Deus nos chama a ultrapassar os limites e condições que colocamos para amar. Jesus, com sua vida, palavras, gestos e entrega na cruz nos mostra que o amor radical não é impossível aos seres humanos, uma vez que o Espírito de Deus habita em nós.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Apresente ao Senhor os sentimentos, apelos e desejos despertados pela Palavra em sua oração. Se o seu coração está envolvido em mágoas, tristezas e sofrimentos por ter dificuldade de perdoar alguém, entregue ao Senhor. Se nem sempre é fácil amar as pessoas com quem você convive diariamente na sua família ou no trabalho, entregue ao Senhor. Se você foi ofendido por alguém e esta mágoa insiste em tirar a sua paz, entregue ao Senhor. Silencie, faça uma revisão de sua vida e peça ao Senhor as graças que você necessita neste momento da sua vida.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

É preciso uma decisão constante de viver segundo os ensinamentos de Jesus. Qual é a aplicação da Palavra em minha vida? O que me proponho a viver? Como vou atingir este propósito?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
O amor ao próximo é exigência da vida em Cristo

As antíteses deste trecho do sermão da montanha de Mateus ajudam-nos a esclarecer o específico da vida cristã, como dissemos antes, e dá aos discípulos um critério de ação. A “justiça maior” exigida por Jesus dos seus discípulos é, na verdade, fruto da identificação do discípulo com ele. Essa “justiça” acontece somente quando se ama sem fingimento. A exigência do amor ao próximo e ao inimigo é exigência da vida em Cristo. É a atitude de quem se experimentou amado por Deus, não obstante suas próprias faltas, e de quem tira para o seu relacionamento com os outros as consequências da misericórdia de Deus para com ele (ver: Mt 18,23- 35). Essa é a atitude do misericordioso e do “fazedor de paz”, de quem sabe que o verdadeiro tesouro está em Deus e a sua recompensa nos bens futuros prometidos por Deus. O último versículo é a conclusão das seis antíteses. A perfeição consiste na superação do reducionismo legalista da Lei e na prática do amor fraterno que supera os laços afetivos. A perfeição de Deus consiste em que ele ama sem fazer acepção de pessoas. Ao dizer que “Deus é amor” (1Jo 4,16), o autor está dizendo igualmente que Deus é perfeito.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 27/02 - Buscai a reconciliação! - Mt 5, 20-26



Eu vos digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. “Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar deverá responder no tribunal’. Ora, eu vos digo: todo aquele que tratar seu irmão com raiva deverá responder no tribunal; quem disser ao seu irmão ‘imbecil’ deverá responder perante o sinédrio; quem chamar seu irmão de ‘louco’ poderá ser condenado ao fogo do inferno. Portanto, quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda. Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto ele caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade, te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

O texto-base da Campanha da Fraternidade 2015, Fraternidade: Igreja e Sociedade, nos recorda que "a conversão, a mudança de vida que a Quaresma possibilita, é um itinerário de libertação pessoal, comunitário e social". Ou seja, a reconciliação é o caminho da liberdade , é a realidade do Reino de Deus acontecendo na nossa vida. Jesus hoje nos convida à reconciliação fraterna e nos mostra quão exigente é este caminho.
Peçamos ao Espírito Santo as graças necessárias para bem compreendermos os ensinamentos de Jesus: Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto bíblico? Leia o texto e procure perceber o contexto do relato evangélico: lugares, pessoas e acontecimentos. Quais são as palavras ou gestos de Jesus? Quem são os destinatários de sua mensagem? Qual é o tema que perpassa o texto? Leia novamente. Detenha-se nas palavras que mais chamaram sua atenção e dedique alguns instantes de silêncio para compreendê-las melhor. Observe que Jesus reforça a urgência da reconciliação: "Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto ele caminha contigo para o tribunal". Podemos entender como a última possibilidade, o pouco tempo que ainda resta antes do julgamento, para procurar a reconciliação. Outro elemento do texto é o respeito à vida. O respeito à vida é um valor fundamental. Buscar e promover a reconciliação com os adversários contribui para a construção do Reino.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto diz para mim, hoje? Tenha presente outros textos em que Jesus fala da justiça, da relação com os irmãos, da misericórdia, da reconciliação... Qual palavra do texto encontrou profunda sintonia com a minha vida, com as minhas atitudes? Em meu trabalho e meu relacionamento com as pessoas, como vivo as orientações apresentadas por Jesus? Quais sentimentos o texto desperta em mim? Procure acolher em poucas palavras o apelo que a Palavra de Deus desperta na sua oração.
A reconciliação fraterna é uma necessidade humana e ao mesmo tempo uma condição para quem fez a opção de seguir os passos de Jesus. A reconciliação rompe com a dinâmica presente em nossa sociedade, que considera os outros mais como inimigos do que como irmãos, filhos do mesmo Pai. Por fim, a reconciliação supõe que nosso coração esteja aberto ao amor universal.
3- ORAÇÃO (VIDA)

É a hora do diálogo direto com Deus. Apresente ao Senhor a oração que brotou em seu coração. Peça também a graça de buscar a reconciliação e saber dar o perdão sem medidas. Reze pelos povos em conflitos, pelas famílias que não vivem o amor e o perdão, pelas pessoas que não conseguem perdoar...
Em comunhão com a Igreja que vive a Campanha da Fraternidade, conclua com a oração: Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.

4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

O encontro com a Palavra, fonte de vida, gera novas relações e recria comunhão. Com a Palavra na mente e no coração, qual gesto me proponho a viver no dia de hoje?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
O amor nos torna compassivos e misericordiosos

Nesse itinerário quaresmal, é importante para todos os cristãos crescer na consciência do que é específico da vida cristã. Nosso evangelho de hoje é de grande ajuda para tal. Ele apresenta um modo de agir que supera o legalismo de colorido farisaico, que torna a pessoa prisioneira da letra. Somente o amor pode levar a superar o legalismo; amor que nos torna compassivos e misericordiosos como Deus é misericordioso (cf. Lc 6,36). Não se trata simplesmente da interdição de tirar a vida de alguém (cf. Ex 20,3; Dt 5,7), mas é proibido, na nova lei, depreciar o semelhante dando a ele títulos ofensivos. Não é somente a morte física que é visada na interdição, mas toda ofensa moral cometida contra o irmão (v. 22). Ao contrário, ao discípulo Jesus impõe a exigência de reconciliação. A reconciliação é condição para a oferta de um verdadeiro sacrifício de louvor. Nós poderíamos dizer, a reconciliação é o sacrifício que agrada a Deus; “é a misericórdia que eu quero”, diz Deus (cf. Os 6,6). O esforço de reconciliação requerido e visado nesta antítese é uma explicitação da bem-aventurança da mansidão (5,4). “Manso” (cf. Sl 37,11), em hebraico, corresponde a “pobre”; entenda-se, pobre de espírito (cf. 5,3), isto é, aquele que reconhece e acolhe o Reino de Deus como dom.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 26/02 - Pedi e recebereis! - Mt 7, 7-12



Pedi e vos será dado! Procurai e encontrareis! Batei e a porta vos será aberta! Pois todo aquele que pede recebe, quem procura encontra, e a quem bate, a porta será aberta. Quem de vós dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! Tudo, portanto, quanto desejais que os outros vos façam, fazei-o, vós também, a eles. Isto é a Lei e os Profetas.


LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Neste novo dia que o Senhor nos concede como dom, vamos fazer a nossa Leitura orante confiantes no Senhor que revela-se a nós por meio da Palavra. Ele fala aos nossos ouvidos e ao nosso coração e indica-nos o caminho a seguir neste tempo quaresmal.
Pedimos: Ó divino Espírito, ensina-me tudo quanto Jesus ensinou. Dá-me inteligência para entender; memória para lembrar; vontade dócil para praticar; coração generoso para corresponder aos teus convites. Tira de mim o coração de pedra para substituí-lo com um coração sensível. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

O que o texto diz? Leia o texto pausadamente. Agora, feche os olhos e procure recontar o texto. A quem Jesus está se dirigindo? Quem são os personagens que aparecem no texto? Quais comparações são utilizadas? Qual é o tema central da narrativa? Observe que a orientação é direcionada aos discípulos. Em "pedi e vos será dado; procurai e encontrareis; batei e a porta vos será aberta", a conjunção "e" indica movimento de continuidade. A temática central está em torno da oração confiante e insistente. O texto: "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem!", nos mostra que Deus é atencioso às orações dos que nele confiam. Também o discípulo precisa desenvolver esta relação especial com o Pai.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Qual mensagem o texto comunica para minha vida? Como compreendo as orientações de Jesus: "pedi e vos será dado; procurai e encontrareis; batei e a porta vos será aberta"? Qual é a minha relação com o Pai na oração? Por que Jesus nos fala da necessidade insistente de pedir, procurar e bater? Temos necessidade de pedir, quando Deus já sabe do que necessitamos? Por meio da oração, abrimos a nossa mente, a nossa vontade, o nosso coração para Deus. Tomamos consciência de que somos frágeis e que temos necessidade de Deus. Pela oração, pelo diálogo íntimo com o Senhor, compreendemos melhor o seu projeto de amor e abandonamo-nos em suas mãos. A oração nos coloca em relação filial com o Pai.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Neste tempo de conversão, somos convidados a nos empenharmos na oração a Deus e a assumir que o bem que fazemos aos outros é nosso próprio bem. Faça sua oração trazendo presente as pessoas que você encontra durante o dia, suas necessidades, sofrimentos, alegrias, as vítimas da violência, os cristãos perseguidos... Reze também nas intenções do Papa Francisco e pela Igreja que vive a Campanha da Fraternidade.
Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Qual é o novo olhar que nasceu em mim, a partir da Palavra? Qual gesto desejo colocar em prática neste dia?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
A oração confiante

O texto do evangelho deste dia é um convite à oração de súplica confiante, pois nesse tipo de oração confessamos nossa própria miséria, uma vez que não podemos nos dar o que pedimos, nem sabemos se o que desejamos é o que Deus quer para a nossa vida. É necessário, no entanto, empenho para conhecer a vontade de Deus. Nosso texto de hoje é parte do sermão da montanha (Mt 5–7), em que Jesus é apresentado como o intérprete da Lei de Moisés. Mas por que pedir, se Deus sabe tudo e conhece profundamente cada pessoa (cf. Sl 138)? Em primeiro lugar, para reconhecer que tudo o que é bom para a vida do ser humano procede do Pai. Em segundo lugar, porque a súplica em favor das necessidades dos outros e das suas próprias abre a pessoa de fé para a relação filial com Deus Pai, que é a fonte de todo verdadeiro bem. A regra de ouro, bem anterior ao Novo Testamento, é não somente conclusão do trecho em questão, mas de toda a seção do sermão da montanha que trata da conduta a ser adotada em relação ao próximo. A regra de ouro é uma regra de solidariedade, que possibilita a convivência pacífica e respeitosa, anterior ao nosso texto e conhecida no mundo pagão. Eclo 31,14-15 apresenta um exemplo de aplicação dessa regra.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 25/02 - A multidão em busca de um sinal - Lc 11, 29-32



Acorrendo as multidões em grande número, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração perversa. Busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará juntamente com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão; pois eles mostraram arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui está quem é mais do que Jonas”.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

O apelo à conversão mais uma vez está presente na liturgia de hoje. É próprio deste tempo litúrgico a insistência para abrirmos o coração para Deus e para os irmãos. Um caminho de conversão é exigente. Precisamos nos predispor vontade, mente e coração para darmos passos. É certo que não caminhamos sozinhos. Deus nos concede a sua graça.
Peçamos ao Senhor, que possamos bem rezar a Palavra de Deus deste dia e acolher o seu projeto de amor em nossa vida: Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Vamos fazer a leitura orante do Evangelho de hoje relacionando-o com o texto da primeira leitura. Leia pausadamente em sua Bíblia o texto de Jn 3, 1-10. Qual é a mensagem de Jonas aos ninivitas? Jonas é chamado por Deus e enviado para Nínive para anunciar a mensagem do Senhor: chamar o povo à conversão. Embora fossem necessários três dias para atravessar a grande cidade de Nínive, já no primeiro dia da pregação de Jonas, o povo da cidade toda abraçou o arrependimento, desde o superior ao inferior. Também o rei proclama um decreto para toda Nínive: "cada um deve afastar-se do mau caminho e de suas práticas perversas". Ou seja, os habitantes de Nínive se converteram sem esperar grandes sinais, apenas a pregação de Jonas.
Agora, tomemos o texto do Evangelho. Leia o texto com calma e procure compreendê-lo. A quem Jesus está se dirigindo? Qual é o sinal que o povo estava buscando? Por que Jesus diz que nenhum sinal será dado a não ser o sinal de Jonas? Por que Jesus diz que o Filho do Homem será o sinal para esta geração?
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Jesus é o grande sinal, o enviado de Deus, muito maior do que Salomão e do que Jonas. Porém, é necessário a conversão do coração para reconhecer que tudo o que Jesus ensina e faz é sinal: a libertação dos oprimidos, promoção da vida, resgate da dignidade, curas...
O que o texto diz para minha vida? Como o apelo à conversão proclamado por Jonas e recordado por Jesus foi acolhido em meu coração? Preciso de sinais para crer? Diante do apelo à conversão, qual é a minha resposta?
3- ORAÇÃO (VIDA)

Um coração penitente é um coração simples, humilde, confiante no Senhor. Qual é a oração que brotou em seu coração? Conclua rezando em sua Bíblia, o salmo da liturgia de hoje, Sl 51 (50): Ó Deus, tem piedade de mim, conforme a tua misericórdia; no teu grande amor cancela o meu pecado. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me de meu pecado. Reconheço a minha iniquidade...
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Em meu coração, existe o verdadeiro desejo de mudança? Que outro apelo a Palavra de Deus despertou em mim e desejo colocar em prática na minha vida?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
É necessário ver para crer?

A fé em Jesus não está subordinada a nenhum ato espetacular e grandioso; ela é dom recebido pelo testemunho daqueles que foram testemunhas oculares de tudo o que Jesus fez e ensinou. Exigir um sinal para crer é tentar Deus. É nesse sentido que os contemporâneos de Jesus o provocam. Há certos esquemas mentais que impedem de reconhecer a visita salvífica de Deus em Jesus, pois defendem o “é necessário ver para crer”. Como no relato das tentações, Jesus se recusa a satisfazer essa exigência tal qual solicitada. Jesus mesmo, toda a sua vida, é um sinal que remete ao mistério de Deus. A evocação do episódio de Jonas serve para apelar à penitência, necessária para acolher o Reino de Deus que se faz presente na pessoa de Jesus (cf. Mc 1,15). É pela penitência que se alcança a purificação do coração, necessária para reconhecer que tudo o que Jesus faz e ensina é sinal; a vida inteira de Jesus é um sinal. O coração livre de todo apego é condição para acolher o mistério de Deus tal qual ele se revela em Jesus Cristo.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 24/02 - Quando orardes... - Mt 6, 7-15



Quando orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. Vós, portanto, orai assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, como no céu, assim também na terra. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos que nos devem. E não nos introduzas em tentação, mas livra-nos do Maligno. De fato, se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas.


LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Na liturgia da Quarta-feira de Cinzas, fomos introduzidos na dinâmica própria deste tempo litúrgico: tempo de conversão, esmolas, oração, jejum... Nesta caminhada quaresmal, guiados pela Palavra de Deus, hoje Jesus nos convida a refletirmos sobre a oração e nos coloca diante das palavras com que ele mesmo se dirigiu ao Pai e ensinou aos seus discípulos.
Deixe-se conduzir pela ação do Espírito Santo que reza em nós, dizendo: Ó divino Espírito, ensina-me tudo quanto Jesus ensinou. Dá-me inteligência para entender; memória para lembrar; vontade dócil para praticar; coração generoso para corresponder aos teus convites. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Faça uma leitura do texto. Em seguida, proclame a oração do Pai-nosso pausadamente e procure acolher cada palavra. O que o texto está dizendo? Qual expressão chamou mais a sua atenção? A oração do Pai-nosso, conforme a narrativa de Mateus, está inserida dentro do bloco de capítulos das bem-aventuranças (5 a 7). Depois de ter dado diversas orientações aos seus discípulos, Jesus então fala sobre a esmola (Mt 6, 1-5), a oração (Mt 6, 5-15) e em seguida sobre o jejum (Mt 6, 16-18). Em Mt 6, 5-6 Jesus advertiu para que a oração não fosse como a dos hipócritas, que gostam de orar nas sinagogas e esquinas para serem vistos, mas sim um relacionamento com Deus que conhece com profundidade o coração humano. Agora nos vv. 7-15, o convite é para não utilizarmos muitas palavras na oração, mas colocarmo-nos com confiança diante do Senhor que conhece as nossas necessidades, antes mesmo que possamos pedir ou dizer algo.
Em seguida, temos a oração do Pai-nosso. Primeiramente, mostra-nos a necessidade de na oração, sair de nós para Deus (teu nome, teu Reino...); depois, aparece a dimensão comunitária da oração (pão nosso, nossas dívidas...). Em seguida, Jesus enfatiza o elemento da reconciliação com Deus e com os irmãos. Transformados por Deus na oração, somos capazes de relações novas com nossos irmãos.
Detenha-se também em outras palavras presentes na narrativa, como por exemplo, Reino, vontade de Deus, santificado seja o nome de Deus, tentações, faltas... Em alguns instantes de silêncio procure compreender melhor o texto.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Compreendemos portanto, que a oração não é algo superficial na vida do discípulo, mas precisa estar no centro de sua vida. Também Jesus dedicava momentos para o encontro com o Pai, retirava-se para rezar. É pela oração, pelo encontro com o Senhor, que vamos modelando a nossa vida conforme a vida de Jesus. Na oração, colocamo-nos livres, abertos, confiantes, despojados diante de Deus que nos acolhe com infinito amor porque nos conhece profundamente e sabe do que temos necessidade. Ao mesmo tempo, nos dispomos para acolher a sua vontade em nossa vida.
O que o texto diz para mim, hoje? Qual é a importância da oração em minha vida? Como é meu relacionamento com Deus na oração? Tenho tempo para Deus? Tenho necessidade da oração, da intimidade com Deus?
3- ORAÇÃO (VIDA)

Segundo o Papa Francisco, "a oração é a respiração da alma: é importante encontrar momentos do dia para abrir o coração a Deus, mesmo com simples e breves orações do povo cristão". Qual é a oração que desejo dirigir a Deus neste momento? Pedido, agradecimento, louvor... Reze a oração que Jesus nos ensinou, o Pai-nosso.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Ao longo deste dia, dedique um tempo para seu encontro com Deus na oração.
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
Deus conhece as nossas necessidades

A oração tipicamente cristã não se faz por muitas palavras; ela exige fundamentalmente escuta. As palavras devem traduzir o essencial da relação do ser humano com Deus. A vida em Cristo exige a renúncia da hipocrisia que, por sua vez, é um contratestemunho. Não é a oração que é posta em questão, mas o modo de fazê-la, uma maneira que faz dela expressão da vaidade humana. Deus conhece o coração de cada um, antes mesmo que as palavras cheguem à boca. Diante dele a multiplicação de palavras é inútil. Ademais, essa multiplicação de palavras é expressão da pressão exercida sobre Deus para conseguir algo dele. O que Deus concede ao seu povo é fruto de seu amor e de sua bondade, e não de merecimento de quem quer que seja. A oração do Senhor é, para o discípulo, referência no modo de relacionar-se com Deus. Essa oração exprime, em primeiro lugar, a centralidade de Deus e o engajamento filial do discípulo com relação ao Pai. Em seguida, o discípulo consciente de sua condição suplica pelo que deve sustentá-lo na vida cotidiana: pão e perdão. Por fim, como o mal está sempre diante do ser humano, o cristão pede, pela graça de Deus, para não ser envolvido pelo poder da tentação, mas liberto de todo mal.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 23/02 - Vinde, benditos de meu Pai! - Mt 25, 31-46



Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, ele se assentará em seu trono glorioso. Todas as nações da terra serão reunidas diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me. Então os justos lhe perguntarão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como forasteiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?' Então o rei lhes responderá:'Em verdade,vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!' Depois, o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome, e não me destes de comer; com sede, e não me destes de beber; eu era forasteiro, e não me recebestes em casa; nu, e não me vestistes; doente e na prisão, e não fostes visitar-me. E estes responderão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos? Então, o Rei lhes responderá: 'Em verdade, vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixaste de fazer!' E estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna".
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

O Papa Francisco, em sua mensagem para a Quaresma de 2015, nos lembra: "A Quaresma é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos como Ele. Verifica-se isto quando ouvimos a Palavra de Deus e recebemos os sacramentos, nomeadamente a Eucaristia." No início de nossa oração, peçamos ao Espírito Santo a graça de acolhermos os ensinamentos de Jesus e de tornarmo-nos como Ele.
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.
1- LEITURA (VERDADE)

Leia o texto pausadamente. Leia novamente e procure perceber os personagens que aparecem no texto. Qual é o tema central? Quais são as palavras de Jesus? Observe que estamos diante de um texto que nos apresenta o Filho do Homem exercendo o julgamento. Aqui, Jesus é comparado a um Rei (que se assentará em seu trono glorioso) e a um pastor (que separará as ovelhas dos cabritos). Temos no texto duas sentenças, uma positiva iniciando com o "Vinde, benditos de meu Pai!" (Mt 25, 34-36), e uma negativa: "Afastai-vos de mim, malditos!" (Mt 25, 41-43). As palavras fome - comer, sede - beber, forasteiro - acolher, nu - vestir, doente - visitar, preso - visitar, aparecem repetidas diversas vezes, tanto no sentido positivo quanto negativo. O mesmo acontece com a frase "todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!", no positivo, e "todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixaste de fazer!", no negativo. Ou seja, temos um movimento muito claro entre "benditos" e malditos". Observe com atenção também, a força das palavras: "mais pequenos", "meus irmãos" e "foi a mim". Agora, leia o texto mais uma vez, e além dos elementos destacados, procure localizar outros que você considera importantes.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Relacione o texto do Evangelho com a vida de hoje. Que mensagem Jesus transmite com suas atitudes, seus gestos e suas palavras? Que revela de si mesmo? Quem são os famintos, sedentos, forasteiros, nus, doentes, presos, pequenos, irmãos? Sendo um julgamento escatológico, é importante termos presente que Jesus coloca como critério de salvação, o reconhecê-lo na pessoa do irmão sofredor, o reconhecê-lo na figura do próximo necessitado. Jesus presente nos sedentes, forasteiros, doentes, pequenos, excluídos... A comunhão com os irmãos mais pequenos, é a comunhão com o próprio Jesus. O texto faz um forte apelo a viver a caridade e a promoção da vida.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Apresente ao Senhor a sua oração. Traga presente também, tantos homens, mulheres, crianças, jovens e idosos necessitados de pão, saúde, segurança, consolo, sentido para a vida, trabalho, dignidade, respeito... Agradeça pelas pessoas que com muito amor e generosidade vão ao encontro de seus irmãos necessitados, aliviando seus sofrimentos e revelando-lhes o rosto misericordioso de Deus. Reze pelas pastorais sociais da Igreja, comprometidas com a promoção e valorização da vida.
Conclua com a oração da Campanha da Fraternidade: Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

O serviço, a doação, a solidariedade e a comunhão com nossos irmãos necessitados são frutos da ação salvífica de Deus acontecendo no coração humano. De que maneira esta passagem me compromete? O que ela está me pedindo?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
O Reino de Deus se dá em gestos pequenos

O discurso sobre o fim nos ajuda a compreender o nosso engajamento no tempo presente. A fé em Jesus Cristo tem consequências éticas para a vida do cristão, pois ela exige a caridade. A manifestação definitiva do mistério do Reino de Deus se dá em gestos pequenos, mas significativos e até decisivos. Alguns desses gestos, como os elencados em nosso texto, fazem parte de nossa vida cotidiana: dar de comer aos que têm fome, de beber aos que têm sede, vestir os que estão nus etc. O que é dito no texto vale para todo ser humano que vive neste mundo. É bastante provável que Ez 34,17-22 tenha servido de inspiração para esse discurso escatológico. Lá também encontramos a separação de ovelhas, carneiros e bodes pelo pastor. A separação, ou juízo, é feita em razão da vida vivida na caridade ou pela indiferença diante do sofrimento e necessidade alheios. Somente o olhar penetrante do pastor, do Filho do Homem, Juiz da história, que ultrapassa as aparências, pode com verdade conhecer a situação de cada um e o que se é de fato. Se o texto fala de condenação é para apelar a viver no amor, que exige o serviço ao semelhante.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

domingo, 22 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 22/02 - Convertei-vos e crede na Boa-Nova! - Mc 1, 12-15



Logo depois, o Espírito o fez sair para o deserto. Lá, durante quarenta dias, foi posto à prova por Satanás. E ele convivia com as feras, e os anjos o serviam. Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa-Nova de Deus: “Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova”.

LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Celebrando hoje o primeiro domingo da quaresma, nos encontramos diante do convite de Jesus: "Convertei-vos e crede na Boa-Nova". O anúncio da Boa-Nova começa justamente por "convertei-vos", e não por "alegrai-vos". Converter-se é voltar o olhar, o coração, a vida toda para Jesus. Confiemos na presença do Espírito Santo. O mesmo Espírito que fez Jesus sair para o deserto, nos conduz e fortalece na nossa caminhada quaresmal. Rezemos: Vem, Espírito Santo! Faze-nos amar as Escrituras, para reconhecermos a voz viva de Jesus. Torna-nos humildes e simples, a fim de compreendermos os mistérios do Reino de Deus. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Primeiro momento: leia o texto acolhendo cada palavra em seu coração. Leia novamente com calma, fazendo pequenas paradas para repetir a palavra que chama a sua atenção durante a leitura. Qual é a temática do texto? Quais são as palavras ditas por Jesus? O que nos lembra o deserto? Qual é a experiência que Jesus vive no deserto? O que quer dizer "o Reino de Deus está próximo"? Para a compreensão do texto, vamos ter presente que não é com a finalidade de ser tentado que Jesus vai para o deserto. Para o evangelista, o deserto é o lugar da proximidade com Deus. Também a convivência com os animais selvagens e os anjos que o servem mostram essa proximidade. Diante das tentações, Jesus revela que seu único querer é fazer a vontade do Pai. A Boa-Nova no texto, não é somente anunciada, mas realizada, pois Jesus é o Reino. E diante da proximidade do Reino, a atitude esperada é a conversão.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Silencie e procure perceber o que o texto diz para sua vida. Qual foi a palavra que encontrou maior sintonia com os apelos do seu coração? Deixe a Palavra de Deus encontrar espaço em sua vida. Examine sua consciência, reveja suas ações, confronte suas atitudes com a mensagem de Jesus. O que compreendo por tentações? Como ecoa em mim as palavras de Jesus: "Convertei-vos e crede na Boa-Nova"? O texto nos mostra o caminho a ser percorrido durante este tempo litúrgico: acolher a Boa-Nova do Reino, que é o próprio Cristo, e viver em contínua conversão, voltando-nos, mente, vontade e coração para o Senhor.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Peça ao Senhor a graça de viver com profundidade este tempo de graça que a liturgia nos apresenta. A graça do encontro com o Pai misericordioso. A graça do despojamento, da humildade, da simplicidade do coração. A graça da conversão pessoal. Reze também pela Igreja que vive a Campanha da Fraternidade.
Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Recolha em poucas palavras o apelo que você sentiu para colocar em prática durante o dia. O que me proponho a viver? Como vou atingir este propósito?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
Jesus é o portador da vida nova

Na última quarta-feira, com a celebração das Cinzas iniciamos o tempo da quaresma, tempo de graça e reconciliação. Esse tempo deve ser marcado pela penitência, com vista à conversão, e pela recordação de nosso batismo, a fim de que possamos assumir plenamente nossa vocação que nasce na fonte batismal. Os domingos do tempo da quaresma são como que etapas que nos preparam para a celebração do mistério pascal de Jesus Cristo. O trecho do livro do Gênesis na primeira leitura faz referência à aliança de Deus com Noé e toda a sua família, após o dilúvio. Vale lembrar que o dilúvio não foi, sobretudo, uma obra de destruição, mas de purificação, pois a maldade do homem era grande e a humanidade inteira havia se corrompido (cf. Gn 6,5-16). Noé, homem justo e íntegro, e toda a sua família, juntamente com um casal de cada espécie animal, foram preservados. Com Noé Deus faz uma aliança em favor de toda a terra. Deus promete não mais destruir nenhum ser vivo e que não haverá mais dilúvio. É o tempo da salvação. O sinal da aliança é um “arco na nuvem”, símbolo da paz. O relato das tentações de Jesus em Marcos é o mais breve dos evangelhos sinóticos, mas denso de significado. Nesse breve relato, Marcos não descreve as tentações de Jesus; ele se contenta em simplesmente dizer que Jesus foi tentado. Jesus vai ao deserto, lugar de provação e, ao mesmo tempo, de revelação da misericórdia de Deus para se preparar para o seu ministério público. Essa preparação, o texto nos sugere, é um combate espiritual, que acontece no coração de Jesus, contra as forças do mal. A sua missão requer uma preparação espiritual adequada. A menção dos anjos que serviam Jesus tem um duplo significado: Deus permanece com o seu Filho nesse combate espiritual e Jesus, pela sua união com Deus, vence as tentações. Após as tentações, Jesus começa o seu ministério. O início do ministério de Jesus está em continuidade com a pregação de João Batista: é um apelo à conversão. De que se trata quando se fala de conversão? A conversão é crer no Evangelho; é fé na pessoa de Jesus Cristo, ele que é a Boa-Notícia de Deus para a humanidade; é fé na palavra de Jesus, que é portadora de um sopro que faz viver. Sem essa confiança não é possível reconhecer a vida e a vinda do Verbo de Deus como dom, nem acolhê-lo.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

sábado, 21 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 21/02 - O chamado de Levi - Lc 5, 27-32



Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano, chamado Levi, sentado na coletoria de impostos. Disse-lhe: “Segue-me”. Deixando tudo, levantou-se e seguiu-o. Levi preparou-lhe um grande banquete na sua casa. Lá estava um grande número de publicanos e de outras pessoas, sentadas à mesa com eles. Os fariseus e os escribas dentre eles murmuravam, dizendo aos discípulos de Jesus: “Por que comeis e bebeis com os publicanos e com os pecadores?”. Jesus respondeu: “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar à conversão, mas a pecadores”.

LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Iniciamos a oração de hoje recordando algumas palavras do Papa Francisco na Mensagem para a Quaresma de 2015: "A Quaresma é sobretudo um 'tempo favorável' de graça (cf. 2Cor 6,2). Deus nada nos pede, que antes não no-lo tenha dado: 'Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro' (1 Jo 4,19). Ele não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um de nós, conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa procura, quando O deixamos. Interessa-Se por cada um de nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece."
Com o coração agradecido porque Deus nos ama e está conosco, pedimos que o Espírito Santo nos ajude a acolher e compreender a Palavra que vamos meditar. Repita algumas vezes a oração: Dai-nos, ó Pai, o vosso Espírito Santo!
1- LEITURA (VERDADE)

Leia o texto e procure compreender o que o texto diz em si. Leia novamente e se detenha em cada um dos personagens presentes no texto: Jesus, publicano Levi, pessoas da casa de Levi, grupo de publicanos e outras pessoas, fariseus, escribas... Qual é o tema que perpassa o diálogo? Quem é Levi? O que significa preparar um banquete para Jesus? Por que Jesus faz a opção pelos doentes, pelos pecadores? Observe que o evangelista destaca claramente a profissão de Levi: um coletor de impostos e portanto, tido pelo povo como ladrão. Destaca também que Levi, prontamente, deixa tudo e segue Jesus. Outro elemento, é o questionamento dirigido mais uma vez aos discípulos de Jesus: "Por que comeis e bebeis com os publicanos e os pecadores?" Porém, é Jesus que dá a resposta, revelando sua missão de buscar, curar e salvar os que eram considerados excluídos da salvação.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Qual é a mensagem do texto para minha vida? Percebo relação do texto com a realidade que vivo? Qual é o rosto de Jesus que o texto me revela? Quais sentimentos o texto desperta em mim? O que o texto tem a dizer para as diversas realidades vividas pela humanidade, hoje? Tenha presente que todo processo de mudança, de conversão, parte de uma iniciativa divina. O próprio Deus nos chama à conversão. É a imagem do médico, citada por Jesus, que sai ao encontro dos doentes, dos excluídos, dos fracos e marginalizados. Ou o gesto de Jesus que se aproxima de Levi, passa em seu ambiente de trabalho de todos os dias, vê sua realidade e lhe faz um convite de esperança. Na prontidão de Levi em responder ao convide de Jesus, compreendemos que a salvação vai acontecendo na vida daqueles que se abrem para Deus e respondem aos seus apelos.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Em sua oração, apresente ao Senhor a prece que brotou em seu coração depois de ouvir a Palavra. Recorde de pessoas e realidades que você deseja que possam viver a experiência da libertação e da vida nova trazida por Jesus. Reze também a Oração da Campanha da Fraternidade 2015: Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Em quais realidades você percebe a necessidade de uma pronta resposta aos apelos do Senhor? O que você pretende fazer para que isso aconteça?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
A mesa é símbolo da comunhão

O olhar de Jesus sobre uma pessoa é como o olhar de Deus que vê o coração e perscruta a alma. Assim Jesus vê Levi sentado na coletoria de impostos. O banquete oferecido por Levi em sua casa é festa: por ter encontrado aquele por quem passaria a viver e por começar para ele uma nova etapa da vida, transformada pelo encontro com o Senhor. Os seus amigos estão presentes, um grande número de publicanos, reconhecidos pelos judeus praticantes como impuros, pecadores públicos, pessoas na casa de quem um justo não poderia entrar nem assentar-se à mesa, sob pena de tornar-se impuro. A mesa e a refeição são símbolos de amizade, comunhão, acolhida e antecipação do banquete escatológico. Eis a razão da murmuração dos escribas e fariseus. Mas não há quem Jesus não acolha nem quem não possa acolhê-lo. O amor de Deus, sua misericórdia, tem absoluta precedência em referência a qualquer regra, inclusive em relação às regras de pureza que excluem pessoas da comunhão com Deus, do convívio fraterno. É a presença do Senhor que purifica e santifica a todos, e integra-os na comunhão com Deus. O nosso texto é ocasião para afirmar, com clareza, a missão de Jesus.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 20/02 - Jejuar ou não jejuar? - Mt 9, 14-15



Aproximaram-se de Jesus os discípulos de João e perguntaram: “Por que jejuamos, nós e os fariseus, ao passo que os teus discípulos não jejuam?”. Jesus lhes respondeu: “Acaso os convidados do casamento podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então jejuarão”.

LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

A quaresma é um tempo de penitência e de renovação. A liturgia nos convida a deixar tudo o que é velho em nós para abrir-nos à Vida nova que Cristo nos oferece pela sua entrega na Cruz. Como em um grande retiro de 40 dias, vamos nos preparando para a festa da Páscoa. Na caminhada quaresmal que estamos vivendo, Jesus hoje nos fala do jejum que deve ser praticado por ocasião da ausência do "noivo", ou seja, uma referência à sua morte. Peçamos a graça de compreendermos a Palavra que vamos meditar: Ó divino Espírito, ensina-me tudo quanto Jesus ensinou. Dá-me inteligência para entender; memória para lembrar; vontade dócil para praticar; coração generoso para corresponder aos teus convites.
1- LEITURA (VERDADE)

O que o texto diz em si? Leia o texto e procure perceber o contexto do relato evangélico: lugares, pessoas e acontecimentos. Quais são as palavras ou gestos de Jesus? Qual é o tema que perpassa a discussão dos personagens? Quem é questionado sobre a prática do jejum: Jesus ou seus discípulos? De que jejum trata o texto? O que significa a ausência do noivo? É importante recordar que a Aliança que Deus realiza com o povo de Israel é representada pelo matrimônio. Jesus é o esposo messiânico. Assim sendo, enquanto Jesus está presente, os discípulos devem alegrar-se e somente jejuarão quando Jesus for tirado do meio deles. Leia calma e atentamente o texto e procure compreendê-lo.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

No relato bíblico, Jesus não está nem rejeitando e nem aprovando a prática do jejum, mas ele esclarece algo que os discípulos de João não haviam compreendido. O ritualismo no cumprimento do jejum não permitiu perceber o elemento fundamental: Jesus, a salvação, está no meio deles. Jesus é a plenitude da salvação e de todas as práticas de piedade.
O que o texto diz para mim, hoje? Qual palavra do texto encontrou profunda sintonia com a minha vida, com as minhas atitudes? Quais sentimentos o texto provocou em mim? Procure acolher em poucas palavras o apelo que a Palavra de Deus despertou na sua oração. Permita alguns instantes de silêncio.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Ainda em silêncio, faça sua oração. Apresente ao Senhor tudo o que você vivenciou neste momento de oração. Conclua com a Oração da Campanha da Fraternidade 2015: Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

A prática do jejum precisa estar em profunda relação com a conversão interior, que nos abre para Deus e para os irmãos. Qual é a aplicação da Palavra de Deus em minha vida? O que me proponho a viver? Como vou atingir este propósito?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
De que jejum se trata?

Jesus, sendo um judeu piedoso, deixaria de lado o jejum prescrito pela lei por ocasião do perdão dos pecados? Certamente não é a esse jejum que o texto faz referência nem pelo qual os discípulos de Jesus são criticados. Os fariseus, nós sabemos por Lucas, jejuavam duas vezes por semana, o que era para eles um ponto de vaidade (cf. Lc 18,12); dos discípulos de João, no entanto, não temos nenhuma notícia. Os fariseus que consideravam a si mesmos justos queriam impor a todo o povo as suas práticas ascéticas. É bastante provável que é disso que se trate. Jesus, antes de iniciar o seu ministério público, jejuou durante quarenta dias (Mt 4,2; Lc 4,2). Há, no Antigo Testamento, passagens em que um jejum puramente exterior, incapaz de transformar a vida da pessoa, é duramente criticado. Isaías e Zacarias, por exemplo, relativizam o jejum em face do amor e da misericórdia, que são exigências primordiais da Lei (Is 58,1-12; Zc 7). Jesus centra a prática do jejum na cristologia, a saber, é em relação à ausência do “noivo”, uma referência à sua morte, que o jejum deve ser praticado.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 19/02 - Tome sua cruz, cada dia e siga-me! - Lc 9, 22-25



Jesus explicou: “É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar. Depois, Jesus começou a dizer a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará. Com efeito, de que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?”.

LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Na dinâmica do caminho quaresmal que iniciamos na Quarta-feira de Cinzas, vamos sendo introduzidos, aos poucos, por meio da liturgia, nos acontecimentos da vida de Jesus. No Evangelho de hoje, com o anúncio da sua paixão, morte e ressurreição, Jesus prepara seus discípulos para esses eventos. Ao mesmo tempo, ele nos convida ao seu seguimento e apresenta as condições para quem se coloca a caminho: radicalidade, não ter medo de perder a vida, liberdade...
Nos dispondo a acolher e viver os ensinamentos da Palavra de Deus para o nosso dia, peçamos: Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

É o momento de compreendermos o texto. O que ele diz? Leia calma e silenciosamente o texto do Evangelho. Depois, leia novamente em voz alta e pausadamente, e procure repetir as palavras que chamam sua atenção. Quais são os personagens que aparecem no texto? Qual é o contexto da mensagem de Jesus? Quais são as orientações dadas por Jesus? Por que Jesus faz o anúncio da sua paixão, morte e ressurreição? Faça outras perguntas ao texto bíblico.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Agora, vamos trazer a reflexão da Palavra para a nossa vida. O que o texto me fala? Que aspecto do mistério de Deus esta passagem proporciona conhecer? Como Cristo viveu isso? Que luz nos dá Jesus, com sua pessoa e sua mensagem? De que maneira esta passagem nos compromete? O que ela está me pedindo?
O "cada dia", no relato lucano, não se trata da cruz final. Tomar a cruz cada dia e seguir Jesus é fazer caminho com ele. O cristão é chamado a acompanhar Jesus, não no escondimento para se proteger da morte, não mais atrás, mas com Jesus. Padre Contiere, no comentário ao lado nos lembra: "A decisão livre de seguir o Senhor deve ser acompanhada da atitude que caracteriza o seguimento: Renunciar a si mesmo".
Permita alguns instantes de silêncio para que a Palavra, como chuva calma, penetre a sua vida, o seu coração.
3- ORAÇÃO (VIDA)

Agradeça pela riqueza da Palavra de Deus e pelos ensinamentos escondidos em cada palavra. Agradeça pelos convites, apelos, desafios que o Senhor te convida a viver neste dia. Faça também uma revisão da sua vida e apresente ao Senhor os apelos de conversão que você deseja viver com a graça de Deus. Conclua sua oração recordando e entregando ao Senhor as pessoas que você ama e que deseja, que também possam, tomar a cruz de cada dia e fazer caminho com Jesus.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

O que me proponho a viver concretamente neste dia? O que está sendo pedido à minha vida, aqui e agora?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
A decisão livre de seguir o Senhor

O trecho do evangelho de hoje é uma prolepse, ou seja, uma antecipação literária do acontecimento futuro de Jesus. A finalidade dos relatos do anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus é preparar os discípulos e o leitor do evangelho para esses eventos, de modo que eles não esmoreçam. Essa prolepse introduz as exigências do seguimento de Jesus. O caminho dos discípulos não pode ser outro que o do Mestre, pois o discípulo não é maior que o mestre, nem o servo maior que o seu senhor (cf. Mt 10,24-25). Por essa razão, é preciso liberdade diante da própria vida. A decisão livre de seguir o Senhor deve ser acompanhada da atitude que caracteriza o seguimento: “Renunciar a si mesmo”. Trata-se do desafio de não permitir que seus projetos pessoais se anteponham à vontade de Deus, e exige uma atitude positiva de entregar a própria vida. A vida recebida como dom de Deus não está garantida na defesa das seguranças e privilégios pessoais, mas na disposição da própria vida em favor do “evangelho de Jesus Cristo” (cf. Mc 1,15). Nós não seremos plenamente livres enquanto persistir o medo da morte.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 18/02 - O Pai conhece os corações - Mt 6, 1-6.16-18



Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis recompensa do vosso Pai que está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não mandes tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos outros. Em verdade vos digo: já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita, de modo que tua esmola fique escondida. E o teu Pai, que vê o escondido, te dará a recompensa. Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar nas sinagogas e nas esquinas das praças, em posição de serem vistos pelos outros. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai que está no escondido. E o teu Pai que está no escondido, te dará a recompensa. Quando jejuares, não fiqueis de rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para figurar aos outros que estão jejuando. Em verdade vos digo: já receberam a recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os outros não vejam que estás jejuando, mas somente teu Pai, que está no escondido. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

"Chegaram para nós os dias de penitência, para o perdão dos pecados e a nossa salvação". Com a liturgia da Quarta-feira de Cinzas iniciamos a Quaresma. Tempo forte que nos convida à meditação, conversão, mudança de vida. As cinzas colocadas em nossa cabeça, acompanhadas do pedido: "Convertei-vos e crede no Evangelho", são o sinal de penitência. Também iniciamos hoje a Campanha da Fraternidade, com o tema "Igreja e Sociedade". O objetivo deste tempo é aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus.
Com estas motivações, iniciamos nossa Leitura orante, rezando: Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Amém
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto? Leia o texto do Evangelho atentamente. Leia novamente e procure perceber as orientações que Jesus dá aos seus discípulos. Observe o apelo para que as práticas de piedade: jejum, esmola e oração, sejam vividos sem hipocrisia. Como deve ser a atitude de quem está jejuando? Orando? Dando esmolas?
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Qual foi a palavra que encontrou sintonia com este tempo litúrgico que estamos iniciando? O que o texto diz para mim, hoje? O convite que Jesus faz aos discípulos é também para você? Em que você percebe a necessidade de uma maior abertura aos irmãos? Em quais realidades você percebe a necessidade de voltar mais para Deus e para os outros? Permita alguns instantes de silêncio para que o Senhor fale ao seu coração.
3- ORAÇÃO (VIDA)

É a hora do diálogo com Deus, em resposta ao que Ele revelou por meio de sua Palavra. Silencie o coração e faça sua prece. Apresente ao Senhor os desejos de conversão, mudança, vida nova... Conclua com a Oração da Campanha da Fraternidade 2015: Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Penitência, conversão, vida nova, serviço... O que me disponho a viver neste tempo da Quaresma? Que outro apelo a Palavra de Deus despertou em mim e que desejo colocar em prática na minha vida?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
Quaresma: tempo de conversão do coração!

O início da quaresma é marcado, cada ano, com uma celebração de caráter penitencial. Assim é a quarta-feira de Cinzas. O texto começa por um alerta, cuja exigência prática para a vida do discípulo e de toda a comunidade cristã é a rejeição firme da hipocrisia, como se verá nas considerações das práticas tradicionais de piedade (jejum, esmola e oração), que eram aspectos importantes da vida religiosa no tempo de Jesus. Também recomendadas pela Igreja, como meios de uma verdadeira conversão, essas práticas não podem alimentar a vaidade de uma religião puramente exterior e se constitui num espetáculo público. Tais práticas, entre outras, não podem levar as pessoas a se fecharem em si mesmas, pois têm por finalidade mover as pessoas a saírem de si mesmas e voltarem-se para Deus, que vê no segredo do coração, e se disporem a servir generosamente seus semelhantes. O jejum, a caridade fraterna e a oração são a expressão do desejo de uma profunda e verdadeira conversão; a conversão não é tarefa de um tempo, mas empenho de toda a vida. As práticas penitenciais deste tempo que nos prepara para a Páscoa do Senhor devem nos conduzir à solidariedade com inúmeros de nossos semelhantes que sofrem.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 17/02 - O coração incapaz de compreender - Mc 8, 14-21



Os discípulos se esqueceram de levar pães; tinham apenas um pão consigo no barco. Jesus os advertia, dizendo: “Atenção! Cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”. Os discípulos começaram então a discutir entre si, porque não tinham pães. Percebendo, Jesus perguntou-lhes: “Por que discutis sobre o fato de não terdes pães? Ainda não entendeis, nem compreendeis? Vosso coração continua incapaz de entender? Tendo olhos, não enxergais, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais? Quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas, quantos cestos recolhestes, cheios de pedaços?”. “Doze”, responderam eles. “E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos recolhestes, cheios de pedaços?”. “Sete”, responderam. Jesus então lhes disse: “E ainda não entendeis?”.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

"As palavras da Bíblia falam de nós; refletem o que estamos vivendo. Não são apenas palavras do passado e para o passado, mas nos ajudam a entender e a interpretar o que hoje acontece conosco". Pedimos a graça de bem compreendermos a Palavra que vamos meditar e rezar. Silenciando o coração, repita algumas vezes a oração: Jesus Mestre, iluminai minha mente, movei meu coração, para que esta meditação produza em mim frutos de vida. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto bíblico? Leia, calma e atentamente o texto. Procure compreendê-lo. Qual é o motivo da discussão entre os discípulos? Quais são as perguntas que Jesus dirige aos discípulos? Qual é a problemática apresentada no texto? O que significam os dois relatos da multiplicação dos pães? Qual é a preocupação de Jesus diante da discussão do discípulos?
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que o texto diz para mim, hoje? Qual foi a palavra que encontrou sintonia com a realidade que estou vivendo?
3- ORAÇÃO (VIDA)

Ouvimos Deus que nos falou em sua Palavra. Agora, somos impelidos em direção àquele a quem temos ouvido. O que a passagem em que meditei me inspira a dizer a Deus? Conclua com a oração composta por São João Paulo II: Senhor Jesus, concede-me crer firmemente no amor que tu me revelaste e que doaste no teu Evangelho. Faze que eu ouça cada dia a tua voz que me chama a seguir-te para sentir sempre em mim os benefícios da tua redenção. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

A prática da Leitura orante requer coerência entre a Palavra que meditamos e a vida que levamos. É preciso uma decisão constante de viver segundo o Evangelho. Qual é a aplicação da Palavra em minha vida? O que me proponho a viver? Como vou atingir este propósito?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
O fechamento à revelação de Deus em Jesus Cristo

A incompreensão é objeto de uma das críticas mais importantes que Jesus faz aos seus discípulos. A causa da incompreensão é a dureza do coração, o fechamento à surpresa e à revelação de Deus em Jesus Cristo. O texto faz referências aos dois relatos da multiplicação dos pães, que são sinais que remetem a Deus. Jesus fica indignado com os seus discípulos, por isso, o tom do relato parece áspero. Jesus vê na atitude dos seus próprios discípulos o perigo de serem contaminados pelo apego às tradições humanas e pelo desejo de poder. Daí o alerta contra fermento dos fariseus e de Herodes. Entenda-se, aqui, a influência maléfica do ensinamento e da prática dos fariseus e da maldade de Herodes. Os discípulos, como nós, estão no mundo, e sujeitos a todo tipo de influência e ofertas de facilidades. Os fariseus e Herodes são para o nosso relato símbolos de má influência e da oferta de abandonar o caminho de seguimento de Jesus Cristo, que exige a renúncia da hipocrisia e do poder em benefício próprio. Na tradição bíblica, o fermento é, ainda, metáfora do pecado e da corrupção. É preciso uma profunda união com o Senhor para não ser seduzido pelos “tesouros deste mundo”.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 16/02 - Jesus é posto à prova - Mc 8, 11-13



Os fariseus vieram e começaram a discutir com ele. Para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu. Jesus deu um suspiro profundo e disse: “Por que esta geração pede um sinal? Em verdade vos digo: nenhum sinal será dado a esta geração!”. E, deixando-os, entrou de novo no barco e foi para a outra margem.

LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

A Leitura orante é uma maneira de entrar em diálogo com Deus que nos fala por meio de sua Palavra. Nesse diálogo, aos poucos vamos conhecendo o mistério de Cristo e o coração de Deus. São Gregório Magno lembrava: "Conheço o coração de Deus por meio das Palavras de Deus". Também nós, por meio da leitura, escuta e contemplação da Palavra, queremos conhecer o mistério de Cristo e o coração de Deus. Rezemos pedindo esta abertura: Ó Espírito Santo, dai-nos um coração grande, aberto à Vossa silenciosa e forte palavra inspiradora; fechado a todas as ambições mesquinhas, alheio a qualquer desprezível competição humana. Um coração grande, desejoso de se tornar semelhante ao Coração do Senhor Jesus!
1- LEITURA (VERDADE)

Em silêncio, faça a leitura do texto. Leia novamente e procure compreender em que contexto se dá a narrativa. Por que é pedido que Jesus realize um sinal vindo do céu? Por que Jesus está sendo posto à prova? Qual é a ação de Jesus?
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

Silenciado mais uma vez, é o momento de relacionarmos o texto lido e refletido com a vida. Qual foi a palavra do texto que mais chamou a atenção? Também necessito de sinais para crer?
Para o cristão, toda a vida de Jesus é o sinal que nos remete a Deus. E uma canção do padre Zezinho, chamada "Se não fosse Jesus", pode nos ajudar a rezar:
"Se não fosse Jesus e este sonho insistente que ele plantou;
Se não fosse Jesus e o projeto exigente que nos deixou;
Se não fosse Jesus e os santos e santas que ele formou;
A esperança de um mundo melhor seria muito pequena;
A esperança de um mundo melhor seria menor.
Se não fosse Jesus e esta ânsia de eterno que ele plantou;
Se não fosse Jesus e o projeto fraterno que nos deixou;
Se não fosse Jesus e as muitas verdades que ele gritou;
A esperança de um mundo melhor seria muito pequena;
A esperança de um mundo melhor seria menor".
3- ORAÇÃO (VIDA)

Ofereça a Deus os frutos da sua oração, da sua meditação e contemplação da Palavra. Apresente o desejo que brotou em seu coração e peça a graça de vivê-lo durante o dia. Reze também: Senhor Jesus, que meus pensamentos se inspirem no Evangelho, e se tornem fontes de vossa luz a iluminar meus irmãos. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Qual gesto desejo colocar em prática neste dia? O que você pretende fazer para que isso aconteça? Que outro apelo a Palavra de Deus despertou em você?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
A adesão à pessoa de Jesus só pode vir pela fé

O sinal requerido de Jesus por parte dos fariseus é uma tentação. O sinal que eles exigem é uma prova inequívoca e espetacular, vinda do céu, da origem e filiação divina de Jesus. Tentação a que, como sempre, Jesus não cede. Sem fé não se pode conhecer que é Jesus. A cena é muito breve, mas suficiente para que o ouvinte ou leitor do evangelho saiba que Jesus não se deixa enredar pela tentação. É importante reter que as tentações que acompanharam Jesus ao longo de toda a sua existência terrestre foram sempre contra a sua missão, buscando fazê-lo utilizar em benefício próprio a sua condição divina. Jesus rejeita realizar qualquer gesto em seu favor; ele não está à busca de reconhecimento, aplausos ou poder. Jesus rejeita, consciente da vontade de Deus, qualquer proposta que o desvie do messianismo caracterizado pela humildade e pelo serviço; humildade e serviço que o fizeram entregar a própria vida. A adesão à pessoa de Jesus só pode vir pela fé. Para o cristão, é necessário reconhecer e reter que toda a vida de Jesus é o sinal que nos remete a Deus. Subordinar a fé a um sinal espetacular é incredulidade.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 15/02 - Jesus cura um leproso - Mc 1, 40-45



Um leproso aproximou-se de Jesus e, de joelhos, suplicava-lhe: “Se queres, tens o poder de purificar-me!”. Jesus encheu-se de compaixão, e estendendo a mão sobre ele, o tocou, dizendo: “Eu quero, fica purificado”. Imediatamente a lepra desapareceu, e ele ficou purificado. Jesus, com severidade, despediu-o e recomendou-lhe: “Não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta, por tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés. Isso lhes servirá de testemunho”. Ele, porém, assim que partiu, começou a proclamar e a divulgar muito este acontecimento, de modo que Jesus já não podia entrar, publicamente, na cidade. Ele ficava fora, em lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Hoje, domingo, Dia do Senhor, dia do encontro com a comunidade, com a família, com os amigos, dia de descanso... Vale lembrar que os primeiros cristãos, quando se reuniam nas casas para escutar os ensinamentos dos apóstolos e dividir o pão (At 2, 42-47), costumavam ler as Escrituras em busca de uma orientação para as situações que estavam vivendo. Seguindo seu exemplo, também nós queremos dedicar alguns momentos do nosso dia para o encontro com a Palavra de Deus.
Predispondo-nos para a leitura orante, peçamos: Senhor Deus, que pela luz do Espírito Santo instruístes o coração dos fiéis, fazei-nos dóceis ao mesmo Espírito, para apreciarmos o que é justos e nos alegrarmos sempre com a vossa presença. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Leia o texto do Evangelho que nos narra o encontro de Jesus com o homem leproso. Jesus, cheio de compaixão, acolhe e cura o homem. Procure compreender as condições impostas para uma pessoa com lepra: andar com as vestes rasgadas, os cabelos soltos, a barba coberta, viver isolado e, diante das pessoas, gritar sua condição: impuro!, impuro! Detenha-se nas palavras de súplica e profissão de fé do homem: "Se queres, tens o poder de purificar-me!". Observe as palavras pronunciadas por Jesus e os gestos realizados por ele. O que me impressionou de maneira especial nesta passagem? Quais foram as palavras, as expressões que mais chamaram a atenção? Dedique alguns minutos para refletir sobre o texto.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

É o momento de realizar o encontro da Palavra de Deus com a nossa vida. Procure ver o que o texto pode trazer à sua experiência de fé para enriquecê-la. De que maneira este texto é um convite a viver hoje a fé com maior dinamismo? Acolha a prontidão de Jesus em atender ao pedido do homem, manifestando o desejo divino de que o leproso possa experimentar a vida plena na comunhão com o seu Senhor. Qual realidade você deseja que Jesus, com sua misericórdia, toque, purifique, cure? Que maravilhas o Senhor realizou em sua vida e você deseja proclamar e testemunhar?
3- ORAÇÃO (VIDA)

Com o coração agradecido pelo encontro com o Senhor, pela riqueza da Palavra de Deus que nos anima, fortalece, orienta e guia, é o momento de elevar a Deus as orações. Faça as preces espontaneamente e após cada pedido repita: Libertai-nos, Senhor, e fazei-nos viver!
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

Este texto, faz com que eu me comprometa a dar mais testemunho da minha fé, aproximando-me dos que sofrem e os amparando em suas necessidades?
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
Jesus transmite o Espírito Santo que purifica

O livro do Levítico, cujo trecho nós temos na primeira leitura, dedica dois capítulos à lepra e nos mostra como os leprosos eram considerados (Lv 13–14). O capítulo 13 revela como se fazia o diagnóstico das diferentes formas de lepra, e o capítulo 14, a maneira como se devia fazer a purificação. A situação dos leprosos era particularmente dura, pois eram considerados impuros, atingidos, feridos e castigados por Deus e retirados do convívio social. A lepra, mais que uma doença, era considerada, do ponto de vista religioso, como uma impureza. Por isso, o leproso que se aproxima de Jesus pede para ser purificado ou, se quiserem, perdoado. No evangelho, ao leproso que se aproxima, Jesus não se esquiva, nem se preocupa em ser contaminado com a impureza. Ao contrário, acolhe a sua súplica e a sua profissão de fé: “se queres, tu tens o poder de purificar-me”. Somente Deus pode purificar alguém atingido pela lepra. A lepra, como observamos acima, é compreendida como um castigo anunciador da morte; ela comunica impureza ao judeu e a todos os de sua casa, mas não ao pagão. Daí o leproso ter de viver fora do acampamento ou da cidade e gritar declarando sua impureza a fim de que ninguém se aproximasse dele, como se pode ver no livro do Levítico. A sua situação é dramática e profundamente humilhante. Para a mentalidade da época, ele é um desprezado por Deus e pelos homens. Jesus se enche de compaixão pelo homem que se aproxima dele suplicando. A compaixão é o sentimento divino que move o mais íntimo da pessoa e a faz agir em benefício do outro. A prontidão de Jesus em atendê-lo manifesta o desejo divino de que todo ser humano, purificado, possa experimentar a vida plena na comunhão com o seu Senhor. A palavra de Jesus é acompanhada pelo gesto com o qual ele toca o leproso. Tocar um leproso era proibido, pois tinha por consequência se tornar impuro. Jesus toca o leproso e não é contaminado, não recebe a impureza do leproso, mas comunica a sua purificação. A atitude de Jesus, tocando o leproso com a mão, transmite o “Espírito puro”, o Espírito Santo que purifica, que devolve ao ser humano o brilho original do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Ao sacerdote cabia igualmente constatar a purificação da lepra, por isso, Jesus envia-lhe aquele que havia sido leproso para que a cura fosse constatada, e este fosse reintegrado no seio da comunidade de fé. A constatação da cura é o testemunho da intervenção divina, de que em Jesus habita a vida de Deus. Purificado, o homem pode proclamar o que Jesus fez por ele.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 14/02 - A multiplicação dos pães - Mc 8, 1-10



Naqueles dias, novamente se juntou uma grande multidão e não tinham o que comer. Jesus, então, chamou os discípulos e disse: “Sinto compaixão desta multidão! Já faz três dias que estão comigo e não têm o que comer. Se eu os mandar embora sem comer, vão desfalecer pelo caminho; e alguns vieram de longe”. Os discípulos responderam: “De onde conseguir, aqui em lugar deserto, pão para saciar tanta gente?”. Ele perguntou-lhes: “Quantos pães tendes?”. Eles responderam: “Sete”. Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães, deu graças, partiu-os e deu aos discípulos para que os distribuíssem. E distribuíram à multidão. Tinham também alguns peixinhos. Jesus os abençoou e mandou distribuí-los. Comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram. Eram umas quatro mil.Então ele os despediu. Logo em seguida, Jesus entrou no barco com seus discípulos e foi para a região de Dalmanuta.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

A meditação da Palavra de Deus é também chamada Leitura orante ou Lectio divina. De origem latina, a expressão significa "Leitura de Deus". Ou seja, quando refletimos e rezamos as Sagradas Escrituras, estamos chegando ao coração do próprio Deus. Hoje, o Evangelho nos convida a conhecer o coração de Jesus, um coração que sente compaixão pela multidão faminta, desamparada, peregrina ...
Peçamos que o nosso coração também esteja sensível aos apelos da Palavra de Deus e aos nossos irmãos que passam necessidades. Rezemos: Jesus Mestre, cremos com viva fé que estais aqui presente, para indicar-nos o caminho que leva ao pai. Iluminai nossa mente, movei nosso coração, para que esta meditação produza em nós frutos de vida. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)

Em silêncio, faça uma leitura calma e atenta do texto. Agora, procure recordar a leitura. Faça memória do lugar, dos personagens, das palavras de Jesus, dos gestos de Jesus... Que personagens aparecem no texto? Que estão procurando? Por que estão recorrendo a Jesus? Como Jesus se comporta com estes personagens? Que mudanças acontecem entre a situação inicial e a situação final dos que se aproximam de Jesus? Que mensagem Jesus quer transmitir com suas atitudes, gestos e palavras? O que significa estar em um deserto? O que significa sentir fome? Sede?
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

É o momento de relacionarmos a nossa reflexão com a vida. Qual a mensagem do texto para mim hoje? Qual sentimento o texto despertou em mim? Que luz Jesus me revela com sua mensagem, seus gestos, suas atitudes? O que Cristo está me pedindo? Faça um momento de silêncio para confrontar a meditação com a realidade que você vive.
3- ORAÇÃO (VIDA)

A Palavra meditada agora se transforma em oração. O que o texto me faz dizer a Deus? Faça sua oração espontaneamente ou reze o salmo 23(22):O Senhor é o meu pastor, nada me falta...
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

De que maneira esta passagem nos compromete? Quem é o faminto, o sedento, o necessitado a quem quero servir no dia de hoje? Pense em uma ação bem concreta para ser realizada durante o dia, em resposta ao apelo que o próprio Deus despertou em seu coração.
BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Angela Klidzio, fsp

COMENTÁRIOS
A compaixão de Jesus pela multidão

Jesus continua em território pagão. Como no primeiro relato da multiplicação dos pães, a compaixão é o sentimento que move o coração de Jesus. Como causa da encarnação e da paixão, morte e ressurreição de Jesus está o amor de Deus pela humanidade; amor que o Senhor viveu e transmitiu até o fim. Mais do que dois “acontecimentos”, trata-se de apresentar a universalidade da salvação: o povo que Jesus Cristo reúne é constituído de judeus e pagãos; os pagãos também são admitidos à mesa da eucaristia. Estando já três dias com Jesus, a comida acabou. Essa notícia é que permite entrar na mensagem que o autor quis transmitir com o seu texto. A compaixão de Jesus pela multidão é a causa de sua entrega em favor de toda a humanidade. A conotação eucarística do texto é evidente. A notícia de que todos ficaram satisfeitos e a menção da sobra são maneiras de dizer da abundância do alimento dado e, além disso, de que esse alimento ultrapassa a materialidade, pois é um alimento espiritual simbolizado no pão e no peixe que, no início do cristianismo, se referiam a Cristo e à eucaristia.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas