Jesus estava ensinando numa sinagoga, num dia de sábado. Havia aí uma mulher que, dezoito anos já, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e totalmente incapaz de olhar para cima. Vendo-a, Jesus a chamou e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. Ele impôs as mãos sobre ela, que imediatamente se endireitou e começou a louvar a Deus. O chefe da sinagoga, porém, furioso porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado, se pôs a dizer à multidão: “Há seis dias para trabalhar. Vinde, pois, nesses dias para serdes curados, mas não em dia de sábado”. O Senhor respondeu-lhe: “Hipócritas! Não solta cada um de vós seu boi ou o jumento do curral, para dar-lhe de beber, mesmo que seja em dia de sábado? Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não devia ser libertada dessa prisão, mesmo em dia de sábado? " Essa resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.
COMENTÁRIOS
Na cura da mulher manifesta-se a obra de Deus
A cura da mulher curvada em dia de sábado, na sinagoga, é ocasião para discussão sobre o descanso sabático. A cura da mulher é dita com os verbos no passivo; trata-se do passivo divino, o que indica que Jesus e, com ele, o narrador do evangelho vêm na cura dela a obra de Deus. A reação da mulher que se põe a glorificar Deus mostra que ela interpreta o acontecimento da mesma maneira. A menção do longo período da enfermidade da qual a mulher sofria e a imediatez de sua cura visam mostrar o poder da palavra de Jesus. A causa da fúria do chefe da sinagoga é o fato de Jesus ter realizado a cura no dia de sábado. No entanto, não é a Jesus que ele se dirige, mas à multidão. Com isso, o narrador quer mostrar a hipocrisia dele. Ademais, ele acusa a multidão de ter a intenção de ser curada no dia de sábado, quando não sabe se o que ele afirma é verdadeiro. Tudo isso é ocasião para discutir o sentido do descanso sabático. Jesus ensina a verdadeira finalidade do repouso sabático: ao libertar Israel da casa da servidão, Deus quis que a memória das feridas e sofrimentos impedisse o povo de perder a humanidade, outro nome da bondade. Por isso, Jesus disse que era preciso que fosse curada em dia de sábado.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/
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