sábado, 12 de dezembro de 2015

Evangelho do dia 13/12/2015 - 3º Domingo do Advento - Ano C - Roxa

O anúncio de João Batista - Lc 3,10-18

As multidões lhe perguntavam: “Que devemos fazer?”. João respondia: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!”. Até alguns publicanos foram para o batismo e perguntaram: “Mestre, que devemos fazer?”. Ele respondeu: “Não cobreis nada mais do que foi estabelecido”. Alguns soldados também lhe perguntaram: “E nós, que devemos fazer?”. João respondeu: “Não maltrateis a ninguém, nem tomeis dinheiro à força; não façais denúncias falsas e contentai-vos com o vosso salário”.
Como o povo estivesse na expectativa, todos se perguntavam interiormente se João era ou não o Cristo, e ele respondia a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desatar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão para limpar a eira, a fim de guardar o trigo no celeiro; mas a palha, ele queimará num fogo que não se apaga”. Assim e com muitas outras exortações, João anunciava ao povo.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.

COMENTÁRIO
O terceiro domingo do advento é o domingo da alegria, pois nos aproximamos da festa para a qual estamos nos preparando para celebrar. O trecho do livro do profeta Sofonias convida todo o povo a uma intensa alegria, porque Deus está no meio do seu povo e derrotou o inimigo. Essa alegria da salvação nós a experimentamos realizada em Jesus Cristo. Assumindo a nossa natureza humana, vindo ao mundo ele nos oferece a sua alegria (cf. Jo 15,11). Jesus comunica a salvação, a derrota do inimigo da natureza humana e a alegria de ser salvo.
As dificuldades e provações pelas quais passamos, podemos vivê-las na alegria: “à medida que participais dos sofrimentos de Cristo, alegrai-vos, para que também na revelação da sua glória possais ter alegria transbordante” (1Pd 4,13). Na segunda leitura, desde a sua prisão, Paulo convida os Filipenses a se alegrarem, pois o Senhor está próximo. Efetivamente, no Natal o Verbo de Deus não somente se fez próximo de nós, mas se fez um de nós. Devemos nos alegrar pela encarnação do Verbo eterno de Deus e por sua proximidade. O evangelho, ao contrário dos textos anteriores, fala da necessidade de conversão para acolher o Senhor que vem. A conversão tem uma implicação ética, por isso, os que vão até João perguntam: “o que devemos fazer?”. A resposta de João é simples: nada de extraordinário; é preciso praticar a justiça e a misericórdia. A conversão consiste em vencer o egoísmo pela partilha dos bens com os necessitados. Para isso, é preciso olhar para os nossos semelhantes como Deus olha para cada um de nós, com amor e compaixão. Aos publicanos, particularmente desprezados pelos judeus praticantes (cf. Lc 18,9-14), João recomenda a justiça.
Aos soldados, João recomenda a renúncia da violência, da prática da exploração, da ganância e do falso testemunho. A força da pregação do Batista e do seu movimento leva as pessoas a se perguntarem se ele não seria o Messias. João nega e anuncia a vinda do Cristo, mais forte do que ele e que batizará a todos com o Espírito Santo e com o fogo. O Espírito Santo que o Senhor envia de junto do Pai é como o fogo que faz a prata voltar ao seu brilho original. Esse fogo, agindo em nós, purifica e devolve a nossa humanidade o brilho originário da criação. Somente em Jesus Cristo nossa alegria é plena.

Pe. Carlos Contieri, sj, em ‘A Bíblia dia a dia 2015’, Paulinas.
http://comeceodiafeliz.com.br/

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