Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a medida que usardes para os outros, servirá também para vós.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL
O convite à misericórdia nos é dirigido mais uma vez neste tempo quaresmal. E hoje, é o próprio Senhor quem nos pede: "Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso". Que possamos acolher a Palavra em nossa vida e tornar concreto em nosso dia o convite de Jesus.
Ó divino Espírito, ensina-me tudo quanto Jesus ensinou. Dá-me inteligência para entender; memória para lembrar; vontade dócil para praticar; coração generoso para corresponder aos teus convites. Tira de mim o coração de pedra para substituí-lo com um coração sensível. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)
Leia o texto. Repita as palavras ou frases que mais chamaram a sua atenção durante a leitura. Você recorda de outras citações bíblicas em que Jesus pede que vivamos a misericórdia? Porque Jesus pede que sejamos misericordiosos como o Pai é misericordioso?
Para uma melhor compreensão do texto, vamos ter presente que o relato de Lc 6, 36-38 faz parte de um bloco de instruções aos discípulos. Em Lc 6, 20 Jesus fala sobre as bem-aventuranças. Em seguida, recorda a necessidade do amor aos inimigos. Agora no v. 36, convida a sermos misericordiosos como o Pai é misericordioso.
Como é a misericórdia do Pai? O Deus que Jesus nos revela na parábola do filho pródigo, por exemplo, é um Deus paciente e misericordioso. Deus vem ao encontro do seu povo com a grandeza do seu amor. Jesus convida seus discípulos a reproduzirem os mesmos sentimentos de misericórdia do Pai para com seus filhos.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)
O que o texto diz para mim? Qual foi a palavra que encontrou sintonia com a realidade que estou vivendo? Como ecoou em mim o convite de Jesus: "Sede misericordiosos"?
Papa Francisco, em uma de suas catequeses nos recorda: "O essencial, segundo o Evangelho, é a misericórdia. O essencial do Evangelho é a misericórdia. Deus enviou o seu Filho, Deus se fez homem para nos salvar, isso é, para nos dar a sua misericórdia. Jesus diz isso claramente, resumindo o seu ensinamento para os discípulos: 'Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso' (Lc 6, 36). Pode existir um cristão que não seja misericordioso? Não. O cristão necessariamente deve ser misericordioso, porque isto é o centro do Evangelho. E fiel a este ensinamento, a Igreja só pode repetir a mesma coisa aos seus filhos: 'Sede misericordiosos', como o é o Pai, e como o foi Jesus. Misericórdia."
Cada cristão é convidado a manifestar ao mundo a misericórdia do Pai para com os seres humanos, sobretudo, para com os irmãos que vivem no sofrimento, no abandono, na miséria, doentes, perseguidos...
3- ORAÇÃO (VIDA)
Apresente ao Senhor a sua oração. Peça confiante que o Espírito Santo suscite a misericórdia no coração dos cristãos.
Reze ainda a oração da Campanha da Fraternidade: Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz. Enviai o vosso Espírito da verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do reino que há de vir. Por Cristo Senhor nosso. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)
Como discípulo de Jesus, qual deve ser o meu comportamento para com meus irmãos? Em que medida e com quais práticas concretas meu comportamento para com meus irmãos será como do Pai misericordioso?
BÊNÇÃO
- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Angela Klidzio, fsp
COMENTÁRIOS
Deus é perfeito no amor e na misericórdia
Equivalente ao sermão da montanha de Mateus, é o sermão da planície de Lucas (Lc 6,17-49), que, no relato evangélico, é a sequência do chamado dos Doze apóstolos sobre a montanha, onde Jesus passou a noite em oração (cf. 6,12-16). O “sede misericordiosos” de Lucas corresponde ao “sede perfeitos” de Mateus. Deus é perfeito no amor e na misericórdia. O imperativo “sede misericordiosos” se baseia no que Deus é: misericordioso. A misericórdia de Deus se manifesta na sua bondade para com todos, ingratos e maus, justos e injustos (cf. v. 35), na acolhida dada por Jesus aos pecadores (cf. Lc 5,29-32; 7,36-50; 15,1ss; 19,1-10), na sua iniciativa de ir atrás da ovelha que se perdeu (cf. Lc 15). Cada um, independentemente de sua situação, pôde ou pode experimentar a misericórdia de Deus em relação a si mesmo. O que seria de nós se não fosse o amor de Deus que perdoa sempre? O que é exigido do discípulo em relação ao seu semelhante é exatamente essa misericórdia. O amor aos inimigos não é uma ideia ou um ideal longínquo, quase inatingível; ele se concretiza na renúncia a julgar, isto é, a condenar alguém (vv. 37a.37b), na disposição permanente e renovada de perdoar (v. 37c) e de entregar a si mesmo (v. 38a), como o Senhor se entregou para a salvação de toda a humanidade.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas
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