“Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que nele crer tenha vida eterna”. De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem crê nele não será condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus. Ora, o julgamento consiste nisto: a luz veio ao mundo, mas as pessoas amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Pois todo o que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que suas ações sejam manifestadas, já que são praticadas em Deus.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL
Neste quarto domingo da Quaresma, a liturgia nos convida a acolhermos a iniciativa da salvação que nos vem de Deus, ao enviar seu Filho ao mundo. Jesus deu sua vida por nós. Somos também convidados a deixarmos o caminho das trevas e seguirmos o caminho da luz, que é o próprio Cristo.
Nos dispondo a acolher e viver os ensinamentos da Palavra de Deus para o nosso dia, peçamos: Vem, Espírito Santo! Faze-nos amar as Escrituras, para reconhecermos a voz viva de Jesus. Torna-nos humildes e simples, a fim de compreendermos os mistérios do Reino de Deus. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)
É o momento de compreendermos o texto. O que ele diz? Faça uma primeira leitura silenciosa do Evangelho. Depois, leia novamente em voz alta e pausadamente, e procure repetir as palavras que chamaram a sua atenção. Qual é o contexto da mensagem de Jesus? Quais são as orientações dadas por Jesus? Faça outras perguntas ao texto bíblico.
Este trecho bíblico faz parte do chamado Diálogo com Nicodemos (Jo 2, 23 - 3, 21). Duas ideias podem nos ajudar na reflexão. Primeiro, Deus envia seu Filho ao mundo para que, por meio dele, sejamos salvos. É uma iniciativa do amor do Pai para conceder-nos a vida eterna. Crendo em Jesus somos salvos. As afirmações dos versículos 16 a 18 também aparecem em Jo 3, 36, com este mesmo sentido: quem crê em Jesus é salvo, quem não crê é condenado, palavras de João Batista a respeito de Jesus.
Uma segunda ideia: Jesus é a luz vinda ao mundo. Muitos, porém, escolheram caminhar nas trevas. Os que recusam a Palavra de Jesus caminham nas trevas. Os que acolhem seus ensinamentos caminham na luz. Nosso comportamento revela o caminho que escolhemos percorrer: se somos filhos da luz ou filhos das trevas.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)
Agora, vamos trazer a reflexão da Palavra para a nossa vida. O que o texto me fala? Que aspectos do mistério de Deus esta passagem proporciona conhecer? O que significa escolher caminhar na luz ou caminhar nas trevas? Quando sei que caminho na luz? Creio no imenso amor do Pai que nos deu seu Filho para nossa salvação?
Permita alguns instantes de silêncio para que esta Palavra encontre espaço em sua vida.
3- ORAÇÃO (VIDA)
Apresente ao Senhor a sua oração. Recorde a caminhada quaresmal que você está vivendo, as luzes e apelos que a Palavra foi lhe revelando e peça a graça de escolher sempre caminhar na luz de Cristo.
Conclua com a oração: Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade queremos aprender de vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus, renunciando a nós mesmos, para buscar em tudo, a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)
Como vou viver concretamente durante o dia os apelos que o Senhor me revelou?
BÊNÇÃO
- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Angela Klidzio, fsp
angela.klidzio@paulinas.com.br
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COMENTÁRIOS
É pela fé em Jesus Cristo que somos salvos
O início do evangelho de hoje faz referência explícita ao episódio relatado no Livro dos Números (Nm 21,4b-9). Durante a travessia pelo deserto rumo à terra da promessa, a tentação frequente do povo que Deus havia tirado da casa da servidão foi voltar atrás (Nm 21,5). Tinha sido libertado por Deus da escravidão, mas não tinha superado e se libertado da mentalidade de escravo. Será preciso um longo e dolorido caminho para que essa páscoa aconteça. A causa do que eles imaginavam ser o castigo de Deus era, na verdade, consequência da falta de confiança e da murmuração contra Deus. A serpente de bronze levantada numa haste era expressão da crença de que, tendo o inimigo numa imagem, ele seria controlado. O texto apresenta uma novidade em relação a outros prodígios de Deus ao longo da travessia pelo deserto; ele exige de quem quer ser salvo fixar o olhar no emblema (vv. 8-9). O livro da Sabedoria, relendo esse fato, dá a ele um alcance teológico: é Deus quem liberta de todo mal (Sb 16,5-8). A elevação de Jesus Cristo na cruz é o antítipo da serpente elevada. Como parte da catequese batismal do capítulo 3 do evangelho de João, nossa perícope dá uma interpretação cristológica ao episódio narrado pelo autor do livro dos Números: quem salva e cura da morte é Jesus Cristo. É pela fé em Jesus Cristo, crucificado, morto e ressuscitado, que se é salvo e se tem a vida eterna. Na segunda parte do trecho do evangelho de hoje, Jesus diz que o amor de Deus é a causa preexistente da encarnação do Verbo eterno; a morte gloriosa de Jesus para a salvação do mundo é o gesto do amor de Deus por toda a humanidade, revelado no seu Filho unigênito. Nosso mundo não é, na visão cristã, um vale de lágrimas, nem estamos num desterro. O mundo é o lugar da manifestação do amor de Deus por toda a humanidade, o lugar em que o Verbo “armou a sua tenda” (Jo 1,14). Pela fé no Filho de Deus é dada aos que creem a vida eterna, a participação na vida divina. A vida eterna é comunhão de vida com o Pai e o Filho (cf. Jo 17,3). A vida eterna precisa ser recebida como dom do amor incomensurável de Deus por toda a humanidade. É Deus que, por seu Filho, nos introduz e nos faz participar da sua vida divina. A fé, contudo, está subordinada à liberdade do ser humano. Ao invés da Luz, os homens podem preferir as trevas (cf. Jo 1,4-5.9-11).
Pe. Carlos Alberto Contieri
Fonte Paulinas
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