Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho!”. Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!”. A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL
Celebramos a memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores. Maria partilhou as dores do seu Filho. Hoje, como Mãe, ela acompanha, intercede e se faz presente na vida de seus filhos que sofrem e os ensina a permanecerem firmes na fé.
Silenciando o coração, repita algumas vezes a oração: Jesus Mestre, iluminai minha mente, movei meu coração, para que esta meditação produza em mim frutos de vida. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)
O que diz o texto em si? Qual é o contexto da narrativa? Quais palavras mais chamaram a sua atenção durante a leitura?
"A presença das mulheres no momento da crucifixão é registrada pelos três evangelistas sinóticos. Contudo, elas permanecem à distância. João, no seu evangelho, as apresenta junto à cruz, Maria Madalena e Maria, a mãe de Jesus, acrescentando o discípulo que Jesus amava.
Neste contexto, João introduz as duas falas de Jesus: 'Mulher, eis teu filho', à sua mãe, e 'Eis a tua mãe', ao discípulo. Sua mãe está presente neste momento final do ministério de seu filho, assim como estivera no início, nas bodas de Caná, quando Jesus afirma que ainda não é chegada sua hora. Jesus dirige-se a sua mãe com o termo 'mulher'. Com esta expressão, repetida, Jesus irá se dirigir também à mulher samaritana, à beira do poço, e será a expressão com que o Ressuscitado se dirigirá a Maria Madalena, ao lado do túmulo vazio.
Agora é chegada a hora. É a hora do sinal maior: a glorificação de Jesus, a sua fidelidade plena ao projeto do Pai, até a morte, estando garantida a continuidade de sua missão pelas novas comunidades.
Em Maria, a mulher, temos a mãe de Deus. Maria Madalena, que sairá em busca de Jesus no horto, como nos Cânticos dos Cânticos, representa a nova comunidade como esposa do Ressuscitado. João, recebendo Maria como mãe, representa o discipulado, como filhos de Deus, herdeiros da vida eterna, em Jesus." (Reflexão de José Raimundo Oliva, em ‘A Bíblia dia a dia’, Paulinas Editora).
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)
"A grandeza de Maria se encontra na nobreza de tantos cristãos que não se deixam vencer pelas provocações e pela sede de vingança que povoa os espíritos mesquinhos. Sua força espiritual e sua confiança na presença divina permitiam que todos os acontecimentos se tornassem caminhos para encontrar-se com a graça divina. Pela capacidade de perdoar, pelo dom de lutar e conquistar sua dignidade, pela capacidade de superar os momentos tristes, a graça divina se revelava como um dom gratuito ao mundo.
Após cada momento de martírio de sua vida, após o desterro em terras longínquas e mesmo após as dores da cruz, Maria mostrava sempre ao mundo o Filho de Deus, o fruto abençoado de seu ventre, para que a esperança nunca morresse, mas que após as tempestades viesse sempre a bonança. Por sua comunhão com Deus, revelado em seu Filho e Filho de Deus, Maria está associada à obra da redenção divina. Com Maria, nossos vales de lágrimas, que por vezes naufragam nossos momentos mais difíceis da vida, tornam-se caminhos de encontro. Pelas lágrimas encontramos nossos amigos, nossos irmãos e a força solidária das pessoas queridas. Maria nos ensina que o vale de lágrimas é uma correnteza que nos leva na direção dos que sofrem e, por meio deles, tocamos o coração de Deus." (Retirado do livro: 'Nos passos de Maria', Paulinas Editora)
3- ORAÇÃO (VIDA)
Mãe de Jesus e minha Mãe! O Filho de Deus e ao mesmo tempo teu Filho, no alto da cruz te indicou um homem e disse: “Mulher, eis o teu filho!” Naquele homem ele te confiou cada um dos homens e das mulheres de todos os tempos. Por isso, abraças a todos e de todos te aproximas, para atraí-los maternalmente a ti e poderes apresentá-los a Jesus. Estás sempre onde estão os homens e as mulheres, onde quer que esteja a Igreja. Olha para nós com compaixão e, se cairmos, ajuda-nos a levantar-nos e a nos voltar para Cristo. Que seu Sangue, derramado no alto da cruz, seja fonte de vida e de salvação para todos. Amém. (Retirado do livro: 'Um mês com Maria', Paulinas Editora)
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)
Qual é o novo olhar que nasceu em mim, a partir da Palavra? Quais apelos recebi e compromissos que desejo concretizar em minha vida?
BÊNÇÃO
- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
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Créditos:
Referências bíblicas: Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002 e também para a numeração dos Salmos
Comentário: Pe. Carlos Alberto Contieri, sj, publicado em ‘A Bíblia dia a dia 2015’, Paulinas Editora
Ilustração: Osmar Koxne
Leitura orante: Equipe de Redação Paulinas Internet
COMENTÁRIOS
Maria amou o seu filho até o fim
Depois de preso, Jesus foi abandonado por seus próprios discípulos. Medo, frustração, decepção, tudo isso levou os discípulos a se dispersarem. Mesmo Pedro, que havia dito, quando da última ceia, que jamais abandonaria Jesus, foi capaz de negá-lo três vezes. Mas algumas mulheres, entre elas a mãe de Jesus, e o discípulo que ele amava foram até o fim e permaneceram fiéis aos pés da cruz do Senhor. Quem ama não abandona jamais. Maria amou o seu filho até o fim; aos pés de sua cruz, ela mesma experimentou uma dor enorme, como a de uma espada que atravessa a alma. Ela não era somente mãe; tornara-se discípula fiel, capaz de acompanhar o seu filho até a cruz. Do alto da cruz, penhor da nossa salvação, Jesus vê as duas pessoas que lhe foram mais próximas: sua mãe e o discípulo que ele amava. Para o evangelho de João, a Igreja nasce aos pés da cruz, pela palavra do Senhor que revela a mútua pertença: “eis o teu filho... eis a tua mãe”. Maria, mãe do Senhor, é mãe da Igreja. Modelo de fidelidade, mesmo quando o sofrimento dilacera o coração, ela inspira os cristãos a nunca abandonarem o Senhor. Ao discípulo cabe receber a mãe do Senhor e dela cuidar.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=15%2F09%2F2015#ixzz3llU7k1cJ
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