domingo, 23 de dezembro de 2012

Natal! Natividade da Luz...





Jesus! O verbo que se fez carne. O sopro do Espírito Santo que se fez homem através do útero de Maria Imaculada. 



Processo inusitado que transforma a comunicação de Deus com a sua criação.
Porque desta transformação? O Messias, esperado pelo povo escolhido, na verdade quando chegou veio para os esquecidos. Transformou-se em símbolo de transformação. Valorizou os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, os perseguidos, os que crêem. Valorizou as mulheres, as viúvas, as crianças, os pobres. Valorizou os pecadores, as prostitutas, os arrependidos. Valorizou a todos os que faziam a vontade do seu Pai que estava no céu. A fé era a forma de os unir a Ele. E pela fé chegava-se à única cura ofertada, a cura dos pecados.

Escolhas! Escolhas transformaram nossa história em ato de amor. Amor que é paciente, bondoso, não inveja, não se vangloria, não se orgulha, não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor que não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.  Amor fruto de um diálogo com a humanidade onde o Pai se identifica definitivamente na presença do Filho Luz. Luz que veio tirar-nos das trevas e nos colocar no caminho da salvação.

Ó Jesus, Tu que nascestes em uma manjedoura para mostrar a humanidade que de nada valia o ouro e riquezas materiais. Que mandou-nos vender tudo e dar aos pobres para depois segui-lo. Que chorou, e sentiu dor, e foi lacerado. Será que fizemos algum sacrifício por Ele? Será que somos capazes de nos doarmos por Ele? De nos desfazermos de todos os maravilhosos prazeres que a vida nos oferece para nos entregarmos à Sua caminhada. Será que somos capazes de levar a sua cruz?

Levanta! Segue-me!
Palavras pronunciadas para nós, que estamos ainda perdidos nas preocupações do ter. Ter! esta é a única palavra de ordem que conseguimos ouvir na caminhada neste mundo de provações. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! Ele nos fala, nos escuta... E nós, até agora, somente aprendemos a falar, não a escutar.

O que Deus nos fala neste diálogo de Pai? Neste amor que se faz graça e frutifica como Unidade de uma Trindade Santa? Neste dia de hoje, que anualmente se repete, para nos chamar a atenção, para nos levantar, para nos propor a andar, a segui-Lo. Para nos mostrar um caminho de Luz...

Jesus veio ao mundo pelo útero de Nossa Senhora. Poderia ter vindo de muitas outras formas, mas Deus queria que o Seu filho fosse humano como nós e que sofresse todos os nossos sofrimentos e nossas dores. E Ele sofreu muito mais do que isso. Sofreu e ainda sofre o esquecimento. Todos o esqueceram e o abandonaram no dia do seu julgamento perante Pilatos. Todos o esquecem no seu dia a dia. Continuamos a esquecê-Lo e julgá-Lo, e condená-Lo hoje, a cada dia que se passa e não estendemos a nossa mão a Jesus irmãos, sofredores, que sentem fome e sede, que morrem vitimas de abandono e omissão, por todo o mundo. Cadê o espírito da solidariedade que este Homem Deus buscou despertar dentro de nós. A única solidariedade que cultuamos, hoje é a de trocar benefícios pessoais que corrompem a nossa alma. É vergonhoso, mas é a verdade! É vergonhoso, mas a única solidariedade, neste mundo que Ele tenta salvar, é a troca de favores e obtenção de vantagens. E a desenfreada dependência de bens materiais, do vício e da promiscuidade.
E a salvação que nos foi anunciada? Ela esta cruzando a nossa vida a cada segundo. Será que a percebemos?

Hoje, depois de mais de 2000 anos, como comemoramos esta vinda? Será que em nossas reflexões mergulhamos profundamente na causa e na ação dos acontecimentos?
O certo é que a missão de Jesus foi de dor desde o primeiro momento da Anunciação até o último da crucifixão. E o interessante é que, nossas reflexões não atingem esta dimensão e nossas comemorações não impactam estes sentimentos. Não pensamos em nenhum dos acontecimentos que contam esta estória de dor, que transformou o mundo, mas simplesmente no acontecimento das homenagens e presentes, que tiveram outro significado, quando do Seu nascimento e não o que se propõe.

Na verdade temos que ver não somente o nascimento do Filho de Deus, mas também o nascimento da Família como nova visão, onde homem e mulher se dividem em responsabilidades. Naquele tempo Deus já nos mostrava os novos valores que devemos plantar no seio da nossa família. Valores representados pelo “Sim” de Maria e pelo “Perdão” de José.
Que Jesus, o centro de toda esta verdade, nós transforme em novos homens, não somente com o seu sacrifício, mas também com a verdade para a qual foi mandado a nos agraciar.

Que o Natal, natividade da Luz, símbolo da graça do nascimento de Jesus, o Filho de Deus, contamine o seu coração, Templo do Espírito Santo, e de todos os seus familiares...


Alvaro de Oliveira
Fortaleza, 23/12/2012

Um comentário: