quinta-feira, 28 de maio de 2015

EVANGELHO DO DIA - ANO B - DIA 29/05 - Minha casa será chamada casa de oração - Mc 11,11-26



Jesus entrou em Jerusalém e foi ao templo. Lá observou todas as coisas. Mas, como já era tarde, e e e os Doze foram para Betânia. No dia seguinte, ao saírem de Betânia, Jesus sentiu fome. Avistando de longe uma figueira coberta de folhas, foi lá ver se encontrava algum fruto. Chegando perto, só encontrou folhas, pois não era tempo de figos. Então, reagiu dizendo à figueira: "Nunca mais ninguém coma do teu fruto". Os discípulos ouviram isso. Entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que ali estavam vendendo e comprando. Derrubou as mesas dos que trocavam moedas e as bancas dos vendedores de pombas. Também não permitia que se carregassem objetos passando pelo templo. Pôs-se a ensinar e dizia-lhes: “Não está escrito que a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Vós, porém, fizestes dela um antro de ladrões”. Os sumos sacerdotes e os escribas ouviram isso e procuravam um modo de matá-lo. Mas tinham medo de Jesus, pois a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. E quando anoiteceu, Jesus e os discípulos foram saindo da cidade. De manhã cedo, ao passarem, verificaram que a figueira tinha secado desde a raiz. Pedro lembrou-se e disse: "Rabi, olha, a figueira que amaldiçoaste secou". Jesus lhes observou: "Tende fé em Deus. Em verdade, vos digo: se alguém disser a esta montanha: 'Arranca-te e joga-te no mar', sem duvidar no coração, mas acreditar que vai acontecer, então acontecerá. Por isso, vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebeste, e vos será concedido. E, quando estiverdes de pé para a oração, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai que está no céu também perdoe os vossos pecados".
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

O evangelista Marcos nos coloca hoje diante de Jesus que denuncia as estruturas religiosas que oprimiam o povo e nos faz perceber que o culto que verdadeiramente agrada a Deus é o coração generoso, que sabe amar e perdoar.
Pedimos: Jesus Mestre, iluminai minha mente, movei meu coração, para que esta meditação produza em mim frutos de vida. Amém.

1- LEITURA (VERDADE)

O que diz o texto? Quais são os personagens envolvidos na narrativa? Qual é o contexto em que se passa o relato? O que representava o Templo para o povo? O que levou Jesus a expulsar os vendedores e derrubar as mesas dos cambistas? O que significa a imagem da figueira estéril?
Todos os anos, inúmeros peregrinos se dirigiam ao Templo de Jerusalém, a morada de Deus no meio do povo e centro da piedade popular. Esse grande fluxo de pessoas também favorecia o comércio, de modo que a entrada do santuário ficava tomada de vendedores, compradores e cambistas. O Templo funcionava ainda como centro político-administrativo e recolhia os tributos e dízimos pagos pelo povo. Tenhamos presente, por exemplo, a décima parte de tudo o que era produzido na terra durante o ano, o dízimo destinado aos pobres, além dos sacrifícios diários, dos ritos de expiação...
Jesus entra em Jerusalém, vai ao Templo com seus discípulos, observa toda aquela movimentação e se retira com os Doze para Betânia. Entra então em cena o episódio da figueira estéril. É a imagem do próprio Templo que deixou de ser o lugar de oração e do encontro com Deus. No dia seguinte, Jesus retorna ao Templo e inicia um movimento de purificação para que ele possa então produzir seus frutos: expulsou os que estavam vendendo e comprando, derrubou as mesas dos cambistas e proibiu a circulação de objetos no interior do Templo. Também deixou clara a motivação para tal atitude: "A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos", uma referência a Is 56, 7 e Jr 7,11. Jesus não é contra o Templo, mas condena o sistema de exploração religiosa mantido pelos sacerdotes e pelos líderes do povo. Para Jesus, o importante é o culto prestado a Deus pelo coração e não a oferta de sacrifícios.
O Templo foi destruído no ano 70 d.C. pelas tropas romanas. A partir de então, as comunidades fizeram uma nova leitura do Templo. Agora, Jesus é o novo Templo, e a comunidade reunida é o verdadeiro Templo do Deus Vivo.
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

O que diz o texto para mim? Qual é a mensagem que recolho para minha vida? O que Jesus está me dizendo? Em minha oração, procuro ouvir e acolher a comunicação de Deus ou imponho a Deus as minhas vontades? Qual é a minha posição sobre os líderes religiosos que enganam o povo e manipulam a fé dos humildes?
3- ORAÇÃO (VIDA)

Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Verbo feito carne, enviado pelo Pai, para ensinar aos homens a verdade que dá a vida. Sois a verdade incriada, o único Mestre. Somente vós tendes palavras de vida eterna. Nós vos louvamos e agradecemos, porque nos concedestes a luz da inteligência e da fé e nos chamastes à luz da glória. Nós cremos e abrimos nossa inteligência e todo o nosso ser para aceitar e viver a vossa palavra. Mostrai-nos, ó Senhor e Mestre, os tesouros da vossa sabedoria. Fazei que conheçamos o Pai e sejamos vossos discípulos autênticos. Aumentai nossa fé, para que vos possamos contemplar eternamente no céu. Amém.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

A Palavra de Deus encontrou sintonia em minha vida? Qual é o apelo que desejo colocar em prática neste dia?


BÊNÇÃO

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


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Créditos: 
Referências bíblicas: Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002 e também para a numeração dos Salmos.
Comentário: Pe. Carlos Alberto Contieri, sj, publicado em A Bíblia dia a dia 2015, Paulinas.
Leitura orante: Equipe de redação Paulinas Internet. 


 
COMENTÁRIOS
Produzir frutos

À primeira vista, o episódio da figueira amaldiçoada por Jesus causa certa estranheza ao leitor, pois parece mais um capricho de pessoa mimada. Marcos observa que não era tempo de figos (cf. vv. 11-13b). Essa observação leva a buscar o significado do gesto de Jesus numa outra direção. O episódio pode ser caracterizado como uma ação simbólica, ao estilo dos grandes profetas do Antigo Testamento. Qual é, então, o conteúdo do ensinamento de Jesus aos discípulos, ao qual a ação simbólica é um apoio? O episódio está dividido em duas partes: a maldição e a realização da maldição. Entre essas duas partes, há o relato da expulsão dos comerciantes do templo. O tema de todo o conjunto literário é o “fruto”: Jesus procura o fruto na árvore cheia de folhagens e não o encontra; vai ao templo e não encontra o fruto que esperava encontrar, a saber, um lugar de oração. A figueira, entre outras árvores, é símbolo do povo de Deus (cf. Jr 8,13; Os 9,10), e do povo de Deus que não deu frutos (cf. Os 9,16; Mq 7,1; Ez 17,24; ver tb. Lc 13,6-9). Seja como for, a ação simbólica de Jesus serve de preparação para os discípulos para que eles compreendam o gesto de Jesus de purificar o templo.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj


Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=29%2F05%2F2015#ixzz3bUmcxAnl 
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