sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

1º Domingo da Quaresma - 14/02/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Conheça a história de São Cirilo e São Metódio

Primeira Leitura (Dt 26, 4-10)

Leitura do Livro do Deuteronômio:

Assim Moisés falou ao povo: 4“O sacerdote receberá de tuas mãos a cesta e a colocará diante do altar do Senhor teu Deus.

5Dirás, então, na presença do Senhor teu Deus: ‘Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro. Ali se tornou um povo grande, forte e numeroso. 6Os egípcios nos maltrataram e oprimiram, impondo-nos uma dura escravidão.

7Clamamos, então, ao Senhor, o Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu a nossa opressão, a nossa miséria e a nossa angústia. 8E o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço estendido, no meio de grande pavor, com sinais e prodígios. 9E conduziu-nos a este lugar e nos deu esta terra, onde corre leite e mel.

10Por isso, agora trago os primeiros frutos da terra que tu me deste, Senhor’.

Depois de colocados os frutos diante do Senhor teu Deus, tu te inclinarás em adoração diante dele”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.
Fonte Canção Nova


MENSAGEM

O gesto de oferecer os primeiros produtos da terra era, portanto, acompanhado de uma “confissão de fé”. No fundo, todo este “credo” que recapitula as antigas intervenções do Senhor em favor do seu Povo (eleição dos patriarcas, êxodo, dom da terra) tem como objectivo último afirmar e reconhecer que essa Terra Boa onde Israel construiu a sua existência é um dom de Deus; e não só a terra, mas tudo o que cresce sobre ela, é produto do amor de Deus em favor do seu Povo. É isso que significavam e simbolizavam as primícias que o israelita depositava sobre o altar, por meio do sacerdote.
Estas profissões de fé que os israelitas estavam obrigados a pronunciar periodicamente na liturgia faziam parte da pedagogia divina, que queria prevenir o Povo contra a tentação da idolatria. Por um lado, Israel era convidado a reconhecer quem era o seu Senhor e que tudo era um dom do amor de Jahwéh – não de outros deuses; por outro lado, Israel era convidado a libertar-se do orgulho, do egoísmo, da auto-suficiência e a reconhecer que tudo o que era e que tinha não era fruto das conquistas humanas, mas provinha de Jahwéh. Israel era, assim, convidado a reconhecer que só no amor e na acção de Deus encontrava a vida e a felicidade.
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Responsório (Sl 90)


— Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!

— Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!


— Quem habita ao abrigo do Altíssimo/ e vive à sombra do Senhor onipotente,/ diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção,/ sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”.

— Nenhum mal há de chegar perto de ti,/ nem a desgraça baterá à tua porta;/ pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos/ para em todos os caminhos te guardarem.

— Haverão de te levar em suas mãos,/ para o teu pé não se ferir nalguma pedra./ Passarás sobre cobras e serpentes,/ pisarás sobre leões e outras feras.

— “Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo/ e protegê-lo, pois meu nome ele conhece./ Ao invocar-me, hei de ouvi-lo e atendê-lo, e a seu lado eu estarei em suas dores”.


Segunda Leitura (Rm 10, 8-13)

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: 8O que diz a Escritura? “A palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração”. Essa palavra é a palavra da fé, que nós pregamos.

9Se, pois, com tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. 10É crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação. 11Pois a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não ficará confundido”.

12Portanto, não importa a diferença entre judeu e grego; todos têm o mesmo Senhor, que é generoso para com todos os que o invocam.

13De fato, todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.
Fonte Canção Nova


MENSAGEM

Nos versículos anteriores (cf. Rom 9,30-10,4), Paulo havia criticado o orgulho e a auto-suficiência dos judeus, que pensavam chegar à salvação à custa das obras que praticavam: se cumprissem as obras da Lei, Deus não teria outro remédio senão salvá-los. Ora, na perspectiva de Paulo, a salvação não é uma conquista humana, mas um dom gratuito de Deus que, na sua bondade, “justifica” o homem.
Essa auto-suficiência dos judeus levou-os a desprezar a salvação de Deus, oferecida gratuitamente em Jesus Cristo. Os pagãos, ao contrário, com simplicidade e humildade, acolheram a proposta de salvação que Jesus trouxe.
Então, tudo estará perdido para os judeus? Não. Basta-lhes acolher Jesus como “o Senhor” e aceitar a sua condição de ressuscitado: isso significa aceitar que Ele veio de Deus e que a proposta de salvação por Ele apresentada tem o selo de Deus.
Dessa forma nascerá um povo único, sem distinções de raça, cor ou estatuto social. O que é decisivo é acolher a proposta de salvação que Deus faz através de Jesus e aderir a essa comunidade de irmãos, “justificados” pela bondade e pelo amor de Deus.
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Anúncio do Evangelho (Lc 4,1-13)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 1Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. 2Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu fome. 3O diabo disse, então, a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão”. 4Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’”

5O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo 6e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isto foi entregue a mim e posso dá-lo a quem quiser. 7Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”.

8Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás’”.

9Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! 10Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ 11E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”.

12Jesus, porém, respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’”.

13Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


MENSAGEM

Lucas (como já o havia feito Mateus) vai apresentar a catequese sobre as opções de Jesus, em três episódios ou “parábolas”. O relato constrói-se em torno de um diálogo em que tanto o diabo como Jesus citam a Escritura em apoio da sua opinião.
A primeira “parábola” sugere que Jesus poderia ter optado por um caminho de facilidade e de riqueza, utilizando a sua divindade para resolver qualquer necessidade material… No entanto, Jesus sabia que “nem só de pão vive o homem” e que o caminho do Pai não passa pela acumulação egoísta de bens. A resposta de Jesus cita Dt 8,3, sugerindo que o seu alimento – a sua prioridade – é a Palavra do Pai.
A segunda “parábola” sugere que Jesus poderia ter escolhido um caminho de poder, de domínio, de prepotência, ao jeito dos grandes da terra. No entanto, Jesus sabe que esses esquemas são diabólicos e que não entram nos planos do Pai; por isso, citando Dt 6,13, diz que só o Pai é o seu “absoluto” e que não se deve adorar mais nada: adorar o poder que corrompe e escraviza não tem nada a ver com o projecto de Deus.
A terceira “parábola” sugere que Jesus poderia ter construído um caminho de êxito fácil, mostrando o seu poder através de gestos espectaculares e sendo admirado e aclamado pelas multidões (sempre dispostas a deixarem-se fascinar pelo “show” mediático dos super-heróis). Jesus responde a esta proposta citando Dt 6,16, que manda “não tentar” o Senhor Deus: aqui, “tentar” significa “não utilizar os dons de Deus ou a bondade de Deus com um fim egoísta e interesseiro”.
Apresentam-se, portanto, diante de Jesus, dois caminhos. De um lado, está a proposta do diabo: que Jesus realize o seu papel na história da salvação como um Messias triunfante, ao jeito dos homens. Do outro, está a escolha de Jesus: um caminho de obediência ao Pai e de serviço aos homens, que elimina qualquer concepção do messianismo como poder.
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