terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Sexta-feira depois das Cinzas - 12/02/2016

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LITURGIA DIÁRIA

Conheça a história de Santa Eulália

Primeira Leitura (Is 58,1-9a)


Leitura do Livro do Profeta Isaías.

Assim fala o Senhor Deus: 1“Grita forte, sem cessar, levanta a voz como trombeta e denuncia os crimes do meu povo e os pecados da casa de Jacó. 2Buscam-me cada dia e desejam conhecer meus propósitos, como gente que pratica a justiça e não abandonou a lei de Deus. Exigem de mim julgamentos justos e querem estar na proximidade de Deus: 3“Por que não te regozijaste, quando jejuávamos, e o ignorastes, quando nos humilhávamos?” — É porque no dia do vosso jejum tratais de negócios e oprimis os vossos empregados. 4É porque, ao mesmo tempo que jejuais, fazeis litígios e brigas e agressões impiedosas.

Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu. 5Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor?

6Acaso o jejum que prefiro não é outro: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? 7Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne.

8Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. 9aEntão invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: “Eis-me aqui”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 50)


— Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

— Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!


— Tende piedade ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

— Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

— Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!


Evangelho (Mt 9,14-15)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor!



Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?”

15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte Canção Nova


Meditatio

O jejum começa a reentrar na nossa cultura actual por razões de dieta e de estética, ou aconselhado por certas formas de religiosidade, com origem no Oriente. A Igreja, como sempre, também recomenda o jejum, particularmente na Quaresma. Mas podemos entender mal as suas motivações ou até cair no egoísmo e do orgulho. Por isso, a mesma Igreja, nos alerta para duas dimensões essenciais do jejum: a sua referência a Cristo e a sua dimensão de solidariedade.

Expliquemos: jejua-se porque Cristo, o Esposo, ainda não está totalmente presente em cada um de nós nem na sociedade em que vivemos. O Esposo está pronto. Mas nós não estamos prontos. Ainda não nos deixamos invadir completamente pelo seu amor. Jejuamos para Lhe dar lugar em nós, para que possa ocupar toda a nossa existência. Jejuamos para nos unirmos à sua Paixão. Já no século II era recomendado aos fiéis que não jejuassem nos mesmos dias em que jejuavam os judeus, mas sim na sexta-feira, em memória da paixão de Jesus.

Mas também jejuamos para nos tornarmos sensíveis à fome e à sede de tantos irmãos e para assumirmos a nossa responsabilidade na resolução dos problemas dos pobres e carenciados. A memória da paixão de Jesus não é um simples ritual, mas um acto de misericórdia, no sentido da palavra do Senhor: «Prefiro a misericórdia ao sacrifício» (cf. Mt 9, 13). A sua paixão é obediência ao Pai, mas também um gesto de extrema caridade, de solidariedade com todos nós.

Tendo bem presentes estas dimensões, entendemos melhor o sentido do jejum que nos é recomendado e pedido pela Igreja, e mais facilmente evitamos cair na busca de uma perfeição individualista e fechada, sem nos preocuparmos com os outros.

Deixemo-nos conduzir pelo Espírito nas formas de ascese a escolher para vivermos proveitosamente a nossa Quaresma. E sucederá connosco o que sucedeu com Jesus: "O Espírito do Senhor está sobre Mim - diz Jesus na sinagoga de Nazaré - ... enviou-Me a anunciar a boa nova aos pobres ... e a pregar um ano de graça do Senhor' (Lc 4,18-19; Cf. Cst 28). Amar um pequeno, um pobre, é amar Jesus: "Todas as vezes que fizeste isto (as obras de misericórdia) a um só destes meus irmãos mais pequenos, foi a Mim que o fizestes" (Mt 25, 40; cf. Cst 28).

o tempo da Quaresma é propício a percorrermos os diversos graus da caridade evangélica: "Ama o próximo como a ti mesmo" (Mt 19, 19). É a regra de ouro que já foi proclamada no Antigo Testamento e que Jesus faz Sua: não faças aos outros o que não queres que te façam a ti (Cf. Mt 7,12); Lc 6,11; Lv 19,18; Tob 4,15). Este é o primeiro grau da caridade. O segundo grau é: ama o próximo como amas a Jesus (Cf. Mt 25, 40; cf. n. 28). O terceiro grau é amar o próximo como Jesus nos ama: "Este é o Meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amel' (Jo 15,12). O quarto grau, o mais perfeito, é revelado por Jesus em forma de oração: pede que os seus discípulos se amem uns aos outros como as Três Pessoas da SS. Trindade se amam: "Não rogo só por estes, mas também por aqueles que, graças à sua palavra, hão-de acreditar em Mim, para que todos sejam um. Como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em Ti, sejam também eles uma só coisa, para que o mundo creia que Tu Me enviaste" (Jo 17,20-21).

O fruto da caridade é Jesus presente no meio de nós: "Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, Eu estarei no meio deles" (Mt 18, 20). Mas o preço da caridade é sempre a cruz, a negação de nós mesmos, a superação do nosso egoísmo: "Se alguém quiser vir após Mim, renegue a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-Me" (Lc 9, 23).
Fonte http://www.dehonianos.org/

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