Os apóstolos se reuniram junto de Jesus e lhe contaram tudo o que tinham feito e ensinado. Ele disse-lhes: “Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco!”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo, que não tinham nem tempo para comer. Foram, então, de barco, para um lugar deserto, a sós. Muitos os viram partir e perceberam a intenção; saíram então de todas as cidades e, a pé, correram à frente e chegaram lá antes deles. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas.
LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL
Liturgia do 16º Domingo Comum. Jesus encheu-se de compaixão pela multidão que o procurava. Que a Palavra provoque em nós os mesmos sentimentos de Jesus e nos torne sensíveis aos irmãos necessitados.
Oremos: Jesus Mestre, cremos com viva fé que estais aqui presente, para indicar-nos o caminho que leva ao Pai. Iluminai nossa mente, movei nosso coração, para que esta meditação produza em nós frutos de vida. Amém.
1- LEITURA (VERDADE)
O que diz o texto? Por que Jesus chama seus discípulos para um descanso? O que procura a multidão que vai ao encontro de Jesus? O que desperta a compaixão em Jesus?
"Com este texto Marcos prepara a primeira narrativa da partilha dos pães. Encontramos aqui um relato básico, com vários temas que se repetem ao longo dos evangelhos: os discípulos já estão em missão e mantêm contato com Jesus; Jesus preocupa-se com o seu resguardo e o dos discípulos, em lugar deserto, para repouso e tempo 'para comer', ou seja, para alimentarem-se da palavra e da oração; eles estão continuamente sendo assediados pelas multidões; a multidão é insistente e Jesus tem compaixão por eles; Jesus ensina muitas coisas.
São estas as situações fundamentais na missão: manter-nos em contato com Jesus, em comunidade, no recolhimento e na oração; acolhermos a todos que vêm a nós, particularmente os mais excluídos, sem rejeições; estarmos preparados para o 'ensino', não como algo intelectual, mas como descoberta e revelação da presença de Jesus na vida das pessoas.
A compaixão é a característica maior que nos move à prática libertadora.(Reflexão de José Raimundo Oliva, em A Bíblia dia a dia, Paulinas).
2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)
O que diz o texto para mim? Qual é o rosto da multidão que hoje procura por Jesus? Também em mim existe o sentimento de compaixão pelos irmãos com fome, desamparados, excluídos? O que Jesus está me pedindo? De que forma me comprometo com o texto?
3- ORAÇÃO (VIDA)
Salmo 22
O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças.
Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome.
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei,
estás comigo com bastão e com cajado; eles me dão a segurança.
Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo,
e com óleo vós ungis minha cabeça; o meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me por toda a minha vida;
e na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos.
4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)
Com a Palavra de Deus na mente e no coração, qual atitude me proponho a viver no dia de hoje?
BÊNÇÃO
- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
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Créditos:
Referências bíblicas: Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002 e também para a numeração dos Salmos.
Comentário: Pe. Carlos Alberto Contieri, sj, publicado em A Bíblia dia a dia 2015, Paulinas.
Ilustração: Osmar Koxne
Leitura orante: Equipe de redação Paulinas Internet.
COMENTÁRIOS
A compaixão abre o coração
O profeta Jeremias exerceu o seu ministério no século VI a.C., numa época particularmente difícil da história de Israel, em que Jerusalém foi sitiada, o Templo destruído e uma pequena parte da população de Judá exilada na Babilônia. O texto de Jeremias deste domingo é uma dura crítica de Deus aos pastores do seu povo, porque dispersaram e abandonaram o rebanho. Deus promete reunir ele mesmo o resto de suas ovelhas dos lugares para onde foram dispersas e, em seguida, dar a elas pastores que cuidem delas e as protejam. O oráculo de Jeremias faz referência a um sucessor de Davi que será um pastor justo e sábio e será chamado “Senhor, nossa justiça”. Esse oráculo se cumpre plenamente em Jesus, o Bom Pastor que ama as suas ovelhas a ponto de dar a vida por elas. O trecho do evangelho narra a volta dos Doze da missão para a qual foram enviados (cf. Mc 6,6b-12). A indeterminação do período de duração da missão parece querer fazer o leitor compreender que a missão se estende para além de qualquer circunscrição histórica. Depois da partilha (v. 30), os discípulos são convidados por Jesus a um lugar distante para descansar. O “descanso” é o que permite ver que é Deus quem está na origem de todo o bem feito. O descanso é dado para recordar o quanto o Senhor fez por seu povo. A proposta não pôde ser levada a termo em razão do grande número de pessoas que procuravam Jesus (cf. tb. Mc 3,20) e do sentimento que move Jesus na realização de sua missão: a “compaixão” (v. 34). A compaixão é um sentimento divino que faz agir em favor das pessoas, socorrendo-as em suas necessidades; não se confunde com a simples pena ou dó, mas abre o coração para que a pessoa ofereça o melhor de si mesma em favor dos demais. O abandono do povo por aqueles que deviam cuidar dele qual pastor cuida do seu rebanho é a causa da compaixão de Jesus (cf. v. 34; ver: Nm 27,17; 1Rs 22,17). O seu ensinamento orienta e congrega. Nosso texto serve de introdução ao relato da “multiplicação dos pães” (vv. 35-44).
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=19%2F07%2F2015#ixzz3gIPgQFJC
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