sexta-feira, 22 de julho de 2016

16ª Semana Comum - Sábado 23/07/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jr 7,1-11)


Leitura do Livro do Profeta Jeremias.

1Palavra comunicada a Jeremias, da parte do Senhor: 2“Põe-te à porta da casa do Senhor e lá anuncia esta palavra, dizendo: Ouvi a palavra do Senhor, todos vós de Judá, que entrais por estas portas para adorar o Senhor. 3Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Melhorai vossa conduta e vossas obras, que eu vos farei habitar neste lugar. 4Não ponhais vossa confiança em palavras mentirosas, dizendo: ‘É o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor!’

5Mas, se melhorardes vossa conduta e vossas obras, se fizerdes valer a justiça, uns com os outros, 6não cometerdes fraudes contra o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, e não andardes atrás de deuses estrangeiros, para vosso próprio mal, 7então eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde sempre e para sempre.

8Eis que confiais em palavras mentirosas, que para nada servem. 9Como?! Roubar, matar, cometer adultério e perjúrio, queimar incenso a Baal, e andar atrás de deuses que nem sequer conheceis; 10e depois, vindes à minha presença, nesta casa em que meu nome é invocado, e dizeis: ‘Nenhum mal nos foi infligido’, tendo embora cometido todas essas abominações. 11Acaso, esta casa, em que meu nome é invocado, tornou-se a vossos olhos uma caverna de ladrões? Eis que também eu vi”, diz o Senhor.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 83)


— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!

— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


— Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!

— Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, e a andorinha ali prepara seu ninho, para nele seus filhotes colocar: vossos altares, ó Senhor Deus do universo! Vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!

— Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de vos louvar! Felizes os que em vós têm sua força, caminharão com um ardor sempre crescente.

— Na verdade, um só dia em vosso templo vale mais do que milhares fora dele! Prefiro estar no limiar de vossa casa, a hospedar-me na mansão dos pecadores!


Evangelho (Mt 13,24-30)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.



Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio.

27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ 29O dono respondeu: ‘Não! pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!’”


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Meditatio

O povo de Jerusalém sentia-se seguro junto do templo onde Deus habitava. Como podia o Senhor abandonar uma cidade onde tinha a sua morada? Aproveitando esse sentimento de segurança, Jerusalém abandonava-se a todo o género de abusos, levando uma vida incoerente com a Aliança. Jeremias insurge-se contra essas ilusões religiosas do seu povo: «Roubais, matais, cometeis adultérios, jurais falso, ofereceis incenso a Baal e procurais deuses que vos são desconhecidos; e depois, vindes apresentar-vos diante de mim, neste templo, onde o meu nome é invocado, e exclamais: 'Estamos salvos!' Mas seguidamente voltais a cometer todas essas abominações» (vv. 9-10).
Para agradar a Deus, não é suficiente ir aos lugares sagrados e participar no culto. É indispensável viver segundo a vontade de Deus. Não há que confiar nas palavras mentirosas dos que dizem: «'Templo do Senhor, templo do Senhor! Este é o templo do Senhor'. Mas, se endireitardes os vossos caminhos e emendardes as vossas obrasentão, Eu permanecerei convosco neste lugar» (cf. vv. 4-7).
Os avisos de Jeremias e, sobretudo, as palavras de Jesus devem fazer-nos pensar! Onde nos leva a nossa confiança em Deus? Se nos permite descurar os nossos deveres, não é verdadeira confiança, porque essa leva à docilidade, à generosidade. E então, sim: Deus jamais faltará com a sua ajuda, e dará a graça para caminharmos no seu amor.
O evangelho leva-nos a reflectir na paciência de Deus e na nossa intolerância. Perante o mal, é espontâneo revoltar-nos contra quem o faz. Por vezes, até nos escandalizamos com Deus, que não intervém para eliminar o sofrimento provocado pelas doenças, pelas prepotências dos outros, pelo egoísmo de tantos… Quem faz tanto mal, semeando morte e sofrimento, não deveria morrer? Estas e outras perguntas vêm do sentido de impotência que experimentamos diante do mal. Deus não nem sempre responde imediatamente aos nossos clamores. Até esperou três dias para responder ao grito do seu próprio Filho cravado na cruz! Como é grande a paciência de Deus! Como é incómoda, também para Ele, que sofre ao ver sofrer os seus filhos! Mas Deus não pode retirar-nos o grande dom da liberdade que nos concedeu! Seria bom até perguntar-nos como usamos esse dom, se o pomos ao serviço do bem ou ao serviço do mal. Não é possível descer a compromissos e, no momento do encontro face a face com Deus, há-de revelar-se claramente a opção feita por cada um. De nada servirá uma religiosidade que se limite a práticas exteriores, que não envolva o coração e a vida. Mais importante do que perguntar pela razão do mal, é perguntar: «que faço para promover o bem?».
A paciência de Deus há-de inspirar e motivar a nossa paciência, em todas as circunstâncias, com todas as pessoas. Há que aceitar serenamente os sofrimentos da vida. E são tantos! Há que saber respeitar os passos dos outros. Mesmo na actividade pastoral, há que aceitar o ritmo das pessoas e das comunidades. Na actividade missionária ad gentes, há que respeitar a lentidão de quem não tem a nossa cultura, a nossa longa tradição cristã. Recordemos que «um é o que semeia e outro o que recolhe» (cf. Jo 4, 27) e que há quem planta e quem rega, mas só Deus faz crescer (cf. 1 Cor 3, 6-7). A evangelização deve ter a sabedoria do camponês que respeita os ritmos da natureza. O missionário é sempre um semeador, não um vendedor ambulante de receitas mágicas com efeito imediato.
A paciência leva-nos também a aceitar o pluralismo: pluralismo de nacionalidade na comunidade, pluralismo de métodos de apostolado, diferenças de sensibilidade, de maneiras de viver e de agir.
Finalmente, a paciência dá-nos capacidade de colaboração, seja com a Igreja local para realizar honestamente os seus planos pastorais, seja com os confrades, com os outros religiosos e religiosas da diocese, com o clero local, e ainda a capacidade de valorizar e envolver os leigos.
Fonte http://www.dehonianos.org/

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