sexta-feira, 2 de setembro de 2016

22ª Semana Comum - Sábado 03/09/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (1Cor 4,6b-15)


Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.

6bIrmãos, apliquei essa doutrina a mim e a Apolo, por causa de vós, para que o nosso exemplo vos ensine a não vos inchar de orgulho, tomando o partido de um contra o outro, e a “não ir além daquilo que está escrito”. 7Com efeito, quem é que te faz melhor que os outros? Que tens que não tenhas recebido? Mas, se recebeste tudo o que tens, por que, então, te glorias, como se não o tivesses recebido?

8Vós já estais saciados? Já vos enriquecestes? Sem nós, já começastes a reinar! Oxalá estivéssemos mesmo reinando, para nós também reinarmos convosco! 9Na verdade, parece-me que Deus nos apresentou, a nós apóstolos, em último lugar, como pessoas condenadas à morte. Tornamo-nos um espetáculo para o mundo, para os anjos e os homens. 10Nós somos os tolos por causa de Cristo, vós, porém, os sábios nas coisas de Cristo. Nós somos os fracos; vós, os fortes. Vós sois tratados com toda a estima e atenção, e nós, com todo o desprezo.

11Até a presente hora, padecemos fome, sede e nudez; somos esbofeteados e vivemos errantes; 12fadigamo-nos, trabalhando com as nossas mãos; somos injuriados, e abençoamos; somos perseguidos, e suportamos; 13somos caluniados, e exortamos. Tornamo-nos como que o lixo do mundo, a escória do universo, até o presente.

14Escrevo-vos tudo isto, não com a intenção de vos envergonhar, mas para vos admoestar como meus filhos queridos. 15De fato, mesmo que tivésseis dez mil educadores na vida em Cristo, não tendes muitos pais. Pois fui eu que, pelo anúncio do Evangelho, vos gerei em Jesus Cristo.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 144)


— O Senhor está perto de quem o invoca!

— O Senhor está perto de quem o invoca!


— É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente.

— O Senhor cumpre os desejos dos que o temem, ele escuta os seus clamores e os salva. O Senhor guarda todo aquele que o ama, mas dispersa e extermina os que são ímpios.

— Que a minha boca cante a glória do Senhor e que bendiga todo ser seu nome santo desde agora, para sempre e pelos séculos.


Evangelho (Lc 6,1-5)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.


1Num sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. 2Então alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?”

3Jesus respondeu-lhes: “Acaso vós não lestes o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? 4Davi entrou na casa de Deus, pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu, e ainda por cima os deu a seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães”. 5E Jesus acrescentou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Meditatio

A primeira leitura leva-nos a meditar como Deus nos quer unidos na caridade: «Irmãos – escreve Paulo – ninguém se vanglorie, tomando o partido de um contra o outro… Que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias» (vv. 6-7). É uma palavra profunda: tudo recebemos; não devemos usar os dons de Deus para criar divisões entre nós, mas para nos construirmos como uma só coisa.
O Evangelho leva-nos a reflectir sobre o «novo» trazido por Cristo. Este «novo» não significa «inédito», jamais visto, mas «original», no sentido em que Jesus veio restabelecer o projecto de Deus criador e entregá-lo a todos os que aceitam segui-l´O no caminho da verdade. Em Mt 19, 1-12, temos um exemplo claro deste projecto de Jesus. Na polémica com os fariseus sobre a espiritualidade conjugal, Jesus convida a ultrapassar a lógica das concessões de Moisés por causa da dureza dos corações e a assumir a lógica do dom recíproco total, de acordo com o projecto original de Deus.
O «novo», segundo o Evangelho, também não significa «actual»”, mas «autêntico», no sentido em que Jesus, com as suas propostas de vida nova tende a acordar na pessoa, em cada pessoa, aquilo que nela há de genuíno e de válido. Jesus veio libertar… a liberdade. Por isso, quando foi preciso, não hesitou em contrapor a sua proposta às propostas alternativas dos outros falsos Messias, que prometiam liberdade fácil e barata.
Finalmente, «novo», segundo o Evangelho, não significa «genial», mas «essencial», no sentido que Jesus veio retirar ou, pelo menos, aligeirar os demasiados pesos que ameaçam entristecer e talvez também mortificar o coração das pessoas. Sobre isto, são extremamente iluminadoras as palavras de Jesus: «Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mt 11, 28-30).
Abramo-nos à humildade, na oração ao Espírito, para obtermos, com a experiência da cruz, o grande dom da liberdade interior, a liberdade do coração e dizermos com o Apóstolo: «Em tudo somos atribulados, mas não esmagados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruíd
os. Trazemos sempre no nosso corpo os traços da morte de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste no nosso corpo» (2Cor 4, 8-10). Somos vasos frágeis, mas levamos dentro de nós um tesouro infinito: Jesus, o Seu Espírito. Deixemos que Jesus limpe quando queira este nosso vaso, por vezes tão encrostado, tão opaco, para que se torne transparente como o cristal, deixe irradiar a vida de Cristo e os frutos do Espírito. Rezemos como Newman: «Senhor Jesus, ajuda-me a espalhar por todo o lado o Teu perfume… Brilha por meio de mim… Faz com que eu levante os olhos e já não me veja a mim, mas a Jesus».
Se a oblação é um «ser para os outros», um «viver para os outros» e, antes de mais nada para o Outro, o Pai, Cristo, e para os outros, os irmãos, é inevitável a renúncia ao nosso egoísmo, às nossas comodidades e aos nossos interesses; é, portanto, inevitável a experiência da imolação do nosso "eu". Só assim se colabora no advento de uma humanidade menos egoísta, de um mundo novo; realiza-se a reparação, típica do homem de coração novo da civilização do amor. E tudo isto «por Cristo, com Cristo e em Cristo».
Fonte http://www.dehonianos.pt/

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