quinta-feira, 29 de setembro de 2016

26ª Semana Comum - Sábado 01/10/2016

LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jó 42,1-3.5-6.12-16)


Leitura do Livro de Jó.

1Jó respondeu ao Senhor, dizendo: 2“Reconheço que podes tudo e que para ti nenhum pensamento é oculto. — 3Quem é esse que ofusca a Providência, sem nada entender? — Falei, pois, de coisas que não entendia, de maravilhas que ultrapassam a minha compreensão. 5Conhecia o Senhor apenas por ouvir falar, mas, agora, eu o vejo com meus olhos. 6Por isso me retrato e faço penitência no pó e na cinza”.

12O Senhor abençoou a Jó no fim de sua vida mais do que no princípio; ele possuía agora catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.

13Teve outros sete filhos e três filhas: 14a primeira chamava-se “Rola”, a segunda “Cássia”, e a terceira “Azeviche”. 15Não havia em toda a terra mulheres mais belas que as filhas de Jó. Seu pai lhes destinou uma parte da herança, entre os seus irmãos. 16Depois desses acontecimentos, Jó viveu cento e quarenta anos, e viu seus filhos e os filhos de seus filhos até a quarta geração. E Jó morreu velho e repleto de anos.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 118)


— Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo e ensinai-me vossas leis e mandamentos.

— Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo e ensinai-me vossas leis e mandamentos.


— Dai-me bom senso, retidão, sabedoria, pois tenho fé nos vossos santos mandamentos!

— Para mim foi muito bom ser humilhado, porque assim eu aprendi vossa vontade!

— Sei que os vossos julgamentos são corretos, e com justiça me provastes, ó Senhor!

— Porque mandastes, tudo existe até agora; todas as coisas, ó Senhor, vos obedecem!

— Sou vosso servo: concedei-me inteligência, para que eu possa compreender vossa Aliança!

— Vossa palavra, ao revelar-se, me ilumina, ela dá sabedoria aos pequeninos.


Evangelho (Lc 10,17-24)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 17os setenta e dois voltaram muito contentes, dizendo: “Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome”.

18Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago. 19Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal. 20Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”.

21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.

22Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.

23Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! 24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte http://liturgia.cancaonova.com/


Meditatio
Terminamos, hoje, a leitura do livro de Job. No começo, Satanás tinha apostado com Deus que o homem não era capaz de um amor gratuito. Na conclusão, verificamos que, ainda que não saibamos se o homem é ou não capaz de um amor gratuito por Deus, uma coisa é certa: Deus ama-nos e dilata o nosso coração provando-o no fogo incandescente do seu amor. Deus espera que nos entreguemos a Ele, com confiança e perseverança, tal como Job. Se amamos a Deus, o nosso amor encontrará em si mesmo a sua riqueza. É este amor incrível e atraente que nos envolverá e conduzirá a saborear o dom inaudito do amor trinitário.
O Cântico dos Cânticos diz-nos que Aquele que procuramos existe e nos ama. Havemos de encontrá-lo um dia, se perseverarmos na busca contemplativa. E seremos repletos de alegria. Mas é preciso procurá-lo desde já, sem desânimos. Job, no fim da sua caminhada dramática, pode afirmar: «os meus olhos vêem-te» (Jb 42, 5). Só quem viu e ouviu, como Pedro (cf. 2 Pe 1, 16-19), pode anunciar, pode fazer apostolado. Tudo o que podemos dizer sobre Deus deriva da contemplação: da contemplação feita por Jesus, pela Igreja e por nós. Graças ao amor, que o firmou numa autêntica relação com Deus, Job alcança a bênção de Deus, muito mais alargada do que antes.
Meditámos, nos últimos tempos, sobre o mistério da provação e do amor. Viver a oblação de amor, a vida de vítima, quando se está alegre, com saúde, em prosperidade, não levanta particulares problemas, se houver uma fé viva, espírito de oração e de intimidade com Deus. Árduo é quando temos de enfrentar o sofrimento ou a provação. A experiência da dor é perturbadora e difícil de viver. Ela perturbou o próprio Cristo (cf., Lc 7, 13; Jo 11, 33-34). Chocou-O profundamente (cf. Mt 26, 37-38; Mc 14, 3
3-34; Lc 22, 43-44).
Ao mistério da dor e do mal, que para a razão é um absurdo, a fé responde com outro mistério, o de Cristo na cruz. A fé não responde às interrogações sobre cada um dos sofrimentos, mas dá-lhes um sentido, infunde uma luz e força que permitem vivê-los com amor. Para quem não tem fé, o sofrimento, especialmente o dos inocentes, não tem sentido, não tem resposta; falta a luz e a força de Cristo crucificado, vítima inocente de expiação e de redenção.
O sofrimento é uma das possíveis realidades da nossa vida. E tantas vezes nos bate à porta! É preciso falar dele com realismo e discrição. Só deveria falar dele quem o experimenta ou já o experimentou. Às vezes encontram-se pessoas com uma fé maravilhosa que, embora sofrendo, consolam e dão força a quem as desejaria consolar. Neles é uma realidade, com simples heroísmo, a oferta dos sofrimentos, levados «com paciência e abandono» à vontade de Deus, «mesmo na noite escura e .na solidão, como eminente e misteriosa comunhão com os sofrimentos de Cristo pela redenção do mundo» (cf. Cst n. 24)
O tempo do sofrimento, tanto o das provações morais e espirituais, como o da doença e o da velhice, se for vivido como um tempo de «eminente e misteriosa comunhão» com a oblação de sofrimento de Cristo, torna-se um tempo de «disponibilidade pura», de «pura oblação».
Se for vivido com Cristo crucificado, o sofrimento é um tempo, não só de purificação dolorosa, mas de abertura à acção do Espírito, de puro abandono, de união amorosa à Vítima divina. Então, o tempo do sofrimento torna-se uma interiorização profunda, um encontro e comunhão com uma Presença misteriosa que nos ama.
Fonte http://www.dehonianos.pt/

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