quinta-feira, 29 de setembro de 2016

26ª Semana Comum - Sexta-feira 30/09/2016

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
LITURGIA DIÁRIA

Primeira Leitura (Jó 38,1.12-21; 40,3-5)


Leitura do Livro de Jó.

1O Senhor respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse: 12 “Alguma vez na vida deste ordens à manhã, ou indicaste à aurora o seu lugar, 13 para que ela apanhe a terra pelos quatro cantos, e sejam delas sacudidos os malfeitores? 14 A terra torna a argila compacta, e tudo se apresenta em trajes de gala, 15 mas recusa-se a luz dos malfeitores e quebra-se o braço rebelde. 16Chegaste perto das nascentes do Mar, ou pousaste no fundo do Oceano? 17 Foram-te franqueadas as portas da Morte, ou viste os portais das Sombras? 18 Examinaste a extensão da Terra? Conta-me, se sabes tudo isso! 19 Qual é o caminho para a morada da luz, e onde fica o lugar das trevas? 20 Poderia alcançá-las em seu domínio e reconhecer o acesso à sua morada? 21 Deverias sabê-lo, pois já tinhas nascido e grande é o número dos teus anos!” 40,3 Jó respondeu ao Senhor, dizendo: 4 “Fui precipitado. Que te posso responder? Porei minha mão sobre a boca. 5 Falei uma vez, não replicarei; uma segunda vez, mas não falarei mais”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.


Responsório (Sl 138)


— Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

— Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!


— Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.

— Em que lugar me ocultarei de vosso espírito? E para onde fugirei de vossa face? Se eu subir até os céus, ali estais; se eu descer até o abismo, estais presente.

— Se a aurora me emprestar as suas asas, para eu voar e habitar no fim dos mares; mesmo lá vai me guiar a vossa mão e segurar-me com firmeza a vossa destra.

— Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes! Que prodígio e maravilha as vossas obras!


Evangelho (Lc 10,13-16)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse Jesus: 13“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. 14Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. 15Ai de ti, Carfanaum! Serás elevada até o céu? Não, tu serás atirada no inferno. 16Quem vos escuta a mim escuta; e quem vos rejeita a mim despreza; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte http://liturgia.cancaonova.com/


Meditatio
Diante dos males e das injustiças que nos rodeiam, facilmente somos tentatdos a protestar contra Deus. Foi o que fez Job, no meio do seu sofrimento: «Por que ocultas a tua face, e me consideras teu inimigo? Queres assustar uma folha levada pelo vento e perseguir uma palha ressequida? Pois escreves contra mim acusações amargas, e atribuis-me faltas da minha mocidade» (Job 13, 24-26). Mas, no fim do livro, ouvimos Deus que interpela Job: «Alguma vez na tua vida deste ordens à manhã e indicaste o seu lugar à aurora… Desceste até às fontes do mar e passeaste pelas profundidades do abismo? Abriram-se-te, porventura, as portas da morte? Viste as portas da morada tenebrosa?» (cf. 38, 12.16s.).
Quantas coisas Job ignora! Quantas lhe escapam e não pode captar! Nem com a ciência mais refinada poderia conhecer muitas coisas. Job reconhece, por isso, a necessidade de permanecer pequenino e humilde diante de Deus: «Falei como uma criança; que posso responder-Te» (40, 3). Job reconhece que não sabe tudo. Só Deus possui toda a ciência. É preciso confiar n´Ele, abandonar-se a Ele. Renuncia a fazer perguntas: «Ponho a minha mão sobre a boca; falei uma vez, oxalá não tivesse falado; não vou falar duas vezes, nem acrescentarei mais nada» (Jb 40, 4s.). A humildade é o “não saber”, é estar sem pretensões diante de Deus. Só na humildade, em ponta de pés, podemos entrar no mistério de Deus. «Reflectia nestas coisas, para as entender – problema difícil para mim – até ao dia em que entrei no santuário de Deus e compreendi a sorte que os (aos ímpios) esperava… eu era um louco, sem entendimento, como um irracional diante de vós… porém, estarei sempre convosco» (cf. Sl 72, 16-23). Job ensina-nos que o mais importante é estar sempre com Deus.
Precisamos de pedir ao Senhor «um espírito de sabedoria e de revelação para descobrir e conhecer verdadeiramente a Cristo Senhor Crucificado, de Lado aberto e Coração trespassado, para, no meio das provações da vida, compreendermos a esperança fomos chamados (cf. Ef 1, 17-18) (Cst 77). A nossa «esperança» – realidade que «não desilude» (Rm 5, 5) -, «
o único necessário» para nós é a «vida de união à oblação de Cristo» em todas as circunstâncias da vida (Cst 26).
Do «Ecce venio» (Eis-me aqui) ao «Consumatum est» (Tudo está consumado!), o Pe. Dehon faz realçar como o cumprimento das Escrituras e, portanto, da vontade do Pai é, em Cristo, a expressão de uma verdadeira liberdade, uma verdadeira oblação do Homem-Deus, vivida no tempo, «tendo sido Ele mesmo provado em tudo, à nossa semelhança, excepto no pecado» (Heb 4, 15). «Apesar de Filho de Deus, aprendeu a obedecer, sofrendo, e, uma vez atingida a perfeição (como sacerdote e como vítima) tornou-Se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna» (Heb 5, 8-9).
A nossa contemplação deve fixar-se no mistério da transfixão do Lado e do Coração de Cristo (Cst 21): «Videbunt in quem transfixerunt»: Hão-de olhar para Aquele que trespassaram (Jo 19, 37). Contemplar, não só Alguém, mas em Alguém. A nossa vida deve ser «uma vida de união à oblação de Cristo» (Cst 26), uma vida caracterizada pela reparação, entendida como «acolhimento do Espírito, como resposta ao amor de Cristo por nós, comunhão no seu amor pelo Pai e cooperação com a sua obra redentora no coração do mundo» (Cst 23): deve ser também uma vida que acolhe, com serenidade e abandono, as cruzes de cada dia, dando graças, para que, vistas à luz da fé, sejam provas de amor (cf. Cst 22.24).
Animamos «assim, tudo o que somos, fazemos e sofremos pelo serviço do Evangelho, o nosso amor, pela participação na obra de reconciliação, cura a humanidade, reúne-a no Corpo de Cristo e consagra-a para Glória e Alegria de Deus» (Cst 25).
Todas estas realidades, pensando bem, não são um privilégio nosso, um privilégio dehoniano; são realidades que dizem respeito a todos os cristãos, os quais, no baptismo foram tornados participantes do sacerdócio e do sacrifício de Cristo. Por isso, devem corresponder à oblação de amor, que implica a aceitação das cruzes e a irradiação da caridade, «para Glória e Alegria de Deus» (Cst 25).
Nós, dehonianos, por «graça especial» (Cst 26) fomos chamados a ser sacramentos desta graça baptismal, devemos ser testemunhas da oblação, da reparação e da imolação junto do nossos irmãos, muitas vezes esquecidos destas realidades, porque divididos pelas preocupações terrenas, ou porque profundamente mergulhados em situações de grande sofrimento… e tudo fazemos «para Glória e Alegria de Deus» (Cst 25).
Fonte http://www.dehonianos.pt/

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